“Vocês não vão acreditar na pérola que ouvi hoje de um cliente,” começou ele, balançando a cabeça com um sorriso incrédulo. “O sujeito teve a coragem de reclamar que achou insetos no pedido!”
A roda de amigos se ajeitou, interessada. Era o tipo de história que pedia uma boa cerveja e risadas à vontade.
“Mas insetos, como assim?” perguntou seu Zé, levantando as sobrancelhas em sinal de surpresa. “Que tipo de bicho ele disse que viu?”
“Pois é, né? Ele jurou de pé junto que viu insetos, logo ali, no meio do bacon e do brócolis!” respondeu o dono do delivery, com um tom de dramatização. “E o mais impressionante: não mandou uma foto, não deu uma prova... só falou, como se eu fosse cair nessa.”
Os amigos ao redor se entreolharam, já rindo da situação absurda.
“Rapaz, essa é boa demais! O que ele queria com isso, afinal?” perguntou Tião, com um sorriso malicioso.
“Ah, o clássico ‘eu quero meu dinheiro de volta,” explicou o dono, com um dar de ombros. “Sem devolver o pedido, sem nada. Ele achou que ia ser moleza. Só mandou mensagem e falou: ‘Olha, tinha bicho, insetos na minha comida, quero estorno, como vamos resolver isso?!’”
“E você acreditou na história do brócolis bichado?” provocou seu Zé, rindo.
O dono do delivery riu junto e respondeu: “Rapaz, brócolis com asas e bacon feito por alienígenas... Não sei, mas era história demais pro meu gosto. Eu até disse que ia investigar, que precisava de uma prova, né? Mas ele ficou irritado, disse que eu estava duvidando da palavra dele!”
Nisso, o garçom do boteco, que sempre estava atento às conversas, se aproximou e não perdeu a chance de dar sua opinião: “Se for pra inventar, pelo menos capricha, né? Por que não disse que o brócolis era carnívoro e foi mordendo ele de volta ou então que tinha asas e saiu voando do prato?”
A roda inteira caiu na risada, e o dono do delivery completou: “É isso! No Boteco do Kardec, o cliente pode ter sempre razão... mas só até começar a fazer brócolis criar perna e asas e sair desfilando pelo bar!”
E como era a cara do sujeito?” perguntou Tião, rindo, já curioso sobre os detalhes.
O dono do delivery não perdeu tempo e respondeu com um sorriso maroto: “Olha, não posso dizer muito, mas a cara dele... tinha mais cara de drogado do que de cliente de delivery. Sabe aquele tipo de pessoa que parece estar em outro mundo? Aposto que o único inseto que ele viu foi na cabeça dele mesmo! O cara tava em Narnia, certeza!”
A turma riu ainda mais, imaginando a cena.
“E você acha que ele tava mesmo vendo bicho ou é só desculpa pra não pagar a conta?” perguntou o garçom novamente, também entrando na brincadeira.
“O cara tava com as drogas na cabeça, com certeza,” respondeu o dono, imitando a expressão de quem está completamente fora de si. “Vai saber o que ele andou misturando antes de fazer o pedido. Mas não é possível, o bacon estava perfeito, o brócolis... de uma cor tão vibrante que eu nem vi onde ele podia ter achado inseto! Se alguém estava ‘viajando’, esse alguém era ele! Agora, na boa, se não tiver drogas no meio disso, esse cidadão é um cara de pau de primeira viu.”
A risada foi geral, e até o garçom se divertiu: “Bom, se a comida tivesse o poder de transformar brócolis em inseto, eu que não ia querer experimentar!”
"E tem mais, como eu não devolvi o dinheiro ao cidadão, vocês acreditam que ele ainda fez uma péssima avaliação no app do restaurante?" Comentou o dono do delivery.
"E aí, como é que você vai responder a essa avaliação que o sujeito deixou? Vai deixar quieto ou vai dar a resposta pra ele?” perguntou seu Zé, já imaginando o tipo de resposta que o dono poderia dar.
O dono do delivery deu uma risada nervosa e balançou a cabeça. “Rapaz, eu tô aqui tentando entender como é que vou responder a essa avaliação. O cara soltou um comentário desses e não mandou nenhuma prova, nada! Quer meu dinheiro de volta sem mostrar que houve qualquer problema!”
“Mas você vai responder ou vai deixar ele com a ‘vitória’ dessa história toda?” insistiu Tião, com um sorriso de canto. “Vai deixar ele achar que tá certo?”
O dono do delivery deu um gole na cerveja e pensou por um instante, como se estivesse ponderando. “Olha, a verdade é que não tem como eu simplesmente ignorar. O cara deixou uma avaliação péssima, falou que tinha ‘bicho’ na comida... Agora, todo mundo vai achar que ele tem razão, mesmo sem nenhuma prova. Eu até pensei em escrever que o único bicho ali era ele, mas acho que ia ficar muito... exagerado demais, né?”
A turma caiu na gargalhada, mas seu Zé, sempre atento, emendou: “Mas se você não responder, ele vai continuar com essa história e vai achar que conseguiu se sair bem, né?”
“Pois é, bem ele não saiu pois não pegou o dinheiro de volta, o golpe falhou” concordou o dono, “mas é aquele dilema... Responder é jogar combustível no fogo, mas se eu deixar quieto, ele vai ganhar. Preciso achar um meio-termo. Vou responder, sim, mas com aquele jeitinho… bem no estilo Boteco do Kardec, sabe? Com um toque de humor, dizendo que o único ‘inseto’ ali era a cabeça dele mesmo!”
Todos riram nesse momento, mas no fundo, o dono do delivery sabia que não poderia responder algo assim pois prejudicaria ainda mais a péssima imagem que o golpista tentou criar. Era necessário refletir.
E a noite continuou, com as risadas sobre o “cliente do brócolis voador” ecoando pelo boteco. Entre uma piada e outra, todos concordaram que a pior melhor parte de trabalhar com o público são essas histórias que acabam virando piada para o resto da vida.
Nosso amigo dono de delivery foi embora sem o boteco saber se ele responderá mesmo ou não ao cliente.. Só esperamos que ele não chegue amanha novamente nesse boteco, contando que estava bêbado e respondeu o cliente daquele jeito sutil!!
Estamos de olho e tentando cuidar dos nossos fregueses fiéis.
Continue acompanhando nosso boteco para mais historias inusitadas como essa do nosso cliente.
Aqui, nosso torresmo não tem insetos, somente cabelo. Traga seu "prestobarba".
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário