sexta-feira, fevereiro 21, 2025

A Saga dos Chamados Não Resolvidos

Eu já acreditei em muitas coisas na vida. Em Papai Noel, coelho da Páscoa, na ilusão de que abrir um delivery seria fácil. Mas acreditei, acima de tudo, que um dia o iFood responderia aos meus chamados.

Ingênuo. 

Foram meses de batalha, entre 15 e 20 chamados abertos, e um retorno digno de comunicação com um buraco negro: o silêncio absoluto. Quer dizer, quase isso, porque quando responderam, foi só para negar qualquer responsabilidade. Aquele clássico: "A culpa não é nossa. Agradecemos sua compreensão." Compreensão? Eu já estava compreendendo era a chegada do Apocalipse antes de uma resposta útil.

A jornada começou com pequenos problemas na plataforma: pedidos que sumiam, entregadores que desapareciam no mapa, clientes reclamando de erros que não eram nossos. Uma vez, um cliente disse que não recebeu o pedido. O iFood analisou e concluiu que a culpa era... minha. A comida simplesmente evaporou no caminho e a lógica deles era simples: "Devolva o dinheiro". Ah, claro! Talvez eu devesse oferecer uma sessão de espiritismo para encontrar o lanche perdido.

Mas a melhor parte – se é que há algo de melhor nessa desgraça – foi a moderação das minhas respostas nas avaliações. Um cliente disse que a comida chegou fria, mesmo sabendo que o entregador demorou uma eternidade. Respondi educadamente explicando que a entrega era terceirizada. Cliente não quis nem saber, arrebentou na nota da loja e o ifood não aceitou nenhum tipo de moderação, mesmo não tendo culpa diretamente. Ifood aceitou a avaliação de bom grado. O que sobrou pra mim foi um silêncio, como se eu tivesse aceitado a culpa sem nem me defender, 20 reais de cupom que ainda passei para o cliente. Tenso.

E as respostas padrão do suporte? Ah, essas eu poderia tatuar na testa: "Estamos analisando seu caso" (mentira), "Agradecemos seu feedback" (mentira dupla) e "Aguarde que nossa equipe entrará em contato" (mentira tripla, com bônus de ironia). O cúmulo foi quando me disseram que não poderiam resolver porque "o problema não se encaixava nos nossos critérios de atendimento". Ou seja, se um pedido some no meio do caminho, o critério deles é: azar o seu.

Depois de tanto tempo insistindo, desisti. 

A cereja do bolo foi quando um cliente abriu uma reclamação dizendo que não recebeu o pedido, e o iFood, em sua infinita justiça, estornou o valor... tirando diretamente do meu bolso. Enquanto isso, o entregador, que teoricamente sumiu com a comida, continuava lá, firme e forte na plataforma, pronto para sumir com o jantar de outra pessoa. Tentei argumentar, explicar, mostrar provas, mas o suporte respondeu com um belo "sentimos muito pelo transtorno" e seguiu ignorando minha existência. Sério, se o iFood fosse um jogo, eu estaria jogando no modo impossível, sem direito a continues. Agora, quando um problema acontece, já sei que sou eu contra o mundo. Olho para a cozinha, respiro fundo e sigo em frente, porque, entre mim e o iFood, quem nunca vai me abandonar são os boletos.

Se você tem esperança de resolver um chamado no iFood, amigo... eu admiro sua fé. Mas sugiro que faça algo mais produtivo, como aprender a falar com espíritos. Porque, entre nós, a única coisa mais difícil que um chamado respondido no iFood é um fantasma mandando áudio no WhatsApp.
(Ainda vou ter coragem de contar essa historia)

E assim sigo, firme… mas nem tanto!
.
Até a próxima!

Nenhum comentário: