segunda-feira, março 31, 2025

Terceira Temporada de Reacher - Amazon Prime

Reacher - 3°Temporada - Amazon Prime

Anteriormente, fiz um post sobre Reacher, a serie do Amazon. Falamos sobre as duas primeiras temporadas e fiquei de fazer um post sobre a terceira temporada. 

Se você achava que as duas primeiras temporadas de Reacher já tinham entregado tudo o que a série podia oferecer, a terceira temporada veio para provar que sempre há espaço para elevar o nível. Dessa vez, a produção do Prime Video conseguiu unir um roteiro envolvente, ação visceral e um antagonista que realmente faz jus ao que Jack Reacher representa. E posso dizer com toda certeza: esta é a melhor temporada da série até agora.

A história desta vez nos leva para uma trama mais pessoal e intensa. Jack Reacher, mais uma vez interpretado com precisão por Alan Ritchson, se vê envolvido em uma conspiração ligada ao seu passado no exército. E o grande vilão da vez, Quinn, não poderia ser mais ameaçador. Desde o início, fica claro que ele não é apenas mais um criminoso genérico. Ele é meticuloso, cruel e tem um prazer sádico em destruir tudo ao seu redor. O próprio Reacher diz que Quinn é "a pior pessoa que ele já conheceu" – e olha que estamos falando de um cara que já enfrentou de tudo.

O enredo se desenvolve com aquela mistura que faz Reacher funcionar tão bem: ação coreografada de forma brutal, investigações instigantes e um protagonista que transita perfeitamente entre inteligência e pura força bruta. Se nas temporadas anteriores houve momentos em que a história parecia se arrastar ou cair em clichês, aqui não há espaço para enrolação. Cada episódio entrega algo significativo para a trama, mantendo o espectador imerso o tempo todo.

O elenco de apoio também merece destaque. Zachary Beck, interpretado por Anthony Michael Hall, adiciona camadas emocionais à narrativa, especialmente por causa de sua relação complicada com seu filho. Diferente de muitos coadjuvantes que aparecem apenas para servir de escada para o protagonista, Beck tem peso na história e suas decisões realmente impactam os rumos da temporada.

Mas se tem um aspecto que realmente diferencia esta temporada das anteriores, é a sensação de perigo constante. O tempo todo há a impressão de que algo terrível está prestes a acontecer, e quando acontece, é brutal. A luta entre Reacher e o guarda-costas Paulie é um dos melhores momentos da série, trazendo aquele tipo de confronto físico que parece mais uma batalha entre titãs do que uma simples briga de rua. E não é só na pancadaria que a temporada se destaca. O roteiro também acerta ao explorar os dilemas morais dos personagens e aprofundar as motivações de cada um, tornando tudo mais crível e envolvente.


Se há algo para criticar, talvez sejam os pequenos detalhes que podem incomodar alguns espectadores mais atentos, como os sotaques forçados em certos momentos ou algumas decisões narrativas que podem parecer um pouco convenientes demais. Mas nada disso tira o brilho do que foi entregue. Tanto é que a temporada estreou com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, algo raríssimo para uma série de ação desse estilo.

O final da temporada é intenso e satisfatório, deixando ganchos interessantes para a já confirmada quarta temporada. Com um episódio final explosivo, Reacher mostrou que tem muito mais a oferecer do que apenas cenas de luta e frases de efeito. A terceira temporada acertou onde precisava, elevando o nível da série e consolidando Jack Reacher como um dos personagens mais interessantes do gênero nos últimos anos.

Se você ainda não assistiu, prepare-se para a melhor temporada de Reacher até agora. E se já assistiu, provavelmente concorda que a série finalmente atingiu seu auge.

sábado, março 29, 2025

A Queda De Murdock

A Queda de Murdock
Frank Miller
David Mazzucchelli

Se existe uma história definitiva do Demolidor, um arco que elevou o herói ao panteão das maiores tragédias dos quadrinhos, essa história é A Queda de Murdock. Escrita por Frank Miller e ilustrada por David Mazzucchelli, essa saga publicada entre Daredevil #227 e #233 (1986) é um dos maiores exemplos de como a desconstrução de um herói pode ser tão impactante quanto sua ascensão.

Frank Miller já havia revolucionado o Demolidor nos anos anteriores, trazendo um tom mais sombrio e violento ao herói. Com A Queda de Murdock, ele não apenas consolidou sua marca no personagem como entregou uma das maiores narrativas já feitas nos quadrinhos. Mazzucchelli, por sua vez, trouxe uma arte que transita entre o realismo e a estilização noir, carregando a história de peso dramático e emoção crua. A dupla repetiria a parceria em Batman: Ano Um, outro clássico absoluto.

O enredo de A Queda de Murdock gira em torno de um dos maiores pesadelos de qualquer herói: perder tudo. A história começa quando Wilson Fisk, o Rei do Crime, descobre a identidade secreta do Demolidor e decide destruir Matt Murdock meticulosamente, sem levantar um dedo. Ele manipula a vida do advogado/herói nos bastidores, fazendo com que ele perca sua carreira, seu apartamento, sua sanidade e sua esperança. A desconstrução psicológica de Matt é brutal e angustiante, culminando em momentos de desespero que fazem o leitor sentir cada golpe emocional.

Um dos gatilhos para a queda de Matt é a traição de Karen Page, sua ex-namorada, que vende sua identidade secreta em um momento de desespero para obter drogas. Essa decisão tem consequências devastadoras e serve como um retrato cruel da vulnerabilidade humana. Fisk, por sua vez, não precisa de superpoderes para derrotar Murdock. Ele usa sua influência para arruinar sua vida financeira, manchar sua reputação e isolá-lo completamente. É um jogo de xadrez mortal, onde cada peça é movida com precisão cirúrgica.

Sem dinheiro, sem casa e desacreditado por todos, Matt Murdock enfrenta um verdadeiro inferno pessoal. Sua paranoia cresce, sua saúde mental se deteriora e até mesmo seus aliados mais próximos parecem distantes ou impotentes diante de sua queda. Ele chega ao fundo do poço, vagando sem rumo pelas ruas de Nova York, antes de encontrar uma improvável redenção. No entanto, o que torna essa história tão impactante não é apenas a destruição de Matt, mas sua resiliência. Mesmo após perder tudo, ele se reergue, demonstrando que sua verdadeira força nunca esteve em seu uniforme ou em suas habilidades, mas sim em sua determinação inabalável.

Mesmo após ser esmagado psicologicamente, Murdock se reergue, reconstrói sua vida e, de maneira simbólica, renasce. Esse arco de destruição e redenção é um dos mais bem trabalhados nos quadrinhos. O desfecho com o embate final entre Murdock e Fisk não é apenas uma briga entre herói e vilão, mas um confronto de ideologias e resiliência.

As tragédias que cercam Matt Murdock fazem dele um dos personagens mais humanos da Marvel. Sua vida é marcada por perdas, traições e desafios constantes, o que ressoa com qualquer pessoa que já enfrentou momentos difíceis. Assim como Matt, muitas vezes nos vemos no fundo do poço, traídos por aqueles em quem confiamos ou esmagados por circunstâncias fora do nosso controle. No entanto, a grande mensagem de sua história não está na dor, mas na capacidade de seguir em frente, encontrar forças onde parece não haver nenhuma e, acima de tudo, continuar lutando.

Para concluir essa trajetória de queda e redenção, os Vingadores entram em cena, com destaque para o Capitão América. Steve Rogers, que sempre representou justiça e honra, percebe que algo está errado e, ao investigar, descobre o impacto devastador que o Rei do Crime teve sobre Matt. Ele intervém no momento certo, ajudando a expor as maquinações de Fisk e a limpar o nome de Murdock. Sua presença não apenas reforça a gravidade da situação, mas também simboliza a esperança de que, mesmo diante da corrupção e da destruição, ainda há espaço para a justiça prevalecer. A participação dos Vingadores, embora breve, marca um momento crucial na história, mostrando que Matt não está completamente sozinho e que, apesar de tudo, ele ainda tem aliados que acreditam nele.

Essa história redefiniu o Demolidor para sempre. Depois dela, o personagem nunca mais foi o mesmo, e sua abordagem nos quadrinhos passou a ser ainda mais adulta e complexa. A Queda de Murdock influenciou diretamente a série da Netflix, especialmente em seu terceiro ano, e continua sendo uma das narrativas mais aclamadas da Marvel. Leitura obrigatória para os fãs do Demolidor, esse arco mergulha fundo no psicológico do herói, explorando o peso das derrotas e a força necessária para seguir em frente.

Impossível não ser fã desse personagem. Até a próxima.



quinta-feira, março 27, 2025

O Som do Trovao - Analise do Filme

O Som do Trovão - 2006 - Amazon Prime
Direção: 
Peter Hyams

Filme antigo, de 2006, porém nunca tinha assistido. Amo filmes de viagem do tempo e confusões temporais e não sei por qual motivo, não tinha visto ainda. Já ouvi muito sobre ele, varias informações, spoilers, enredos mas não tinha visto. Tirei um tempinho e vi. Como sempre gosto de fazer post dos filmes que vejo, ta aqui mais um.

Um Exemplo de Como Não Brincar com o Passado

Às vezes, um filme de ficção científica chega com uma premissa tão interessante que você até ignora os efeitos especiais ruins, os diálogos estranhos e os furos no roteiro. O Som do Trovão é um desses casos. Baseado no conto de Ray Bradbury, o filme tinha tudo para ser um marco da ficção científica, mas acabou sendo mais lembrado pelos seus problemas do que pelo potencial da história.

O enredo gira em torno de uma empresa chamada Time Safari Inc., que oferece a milionários a experiência de viajar no tempo para caçar dinossauros. A única regra: nada pode ser alterado. Mas, como a ficção científica já nos ensinou, se existe uma regra dessas, alguém vai quebrá-la. O protagonista, Travis Ryer (interpretado por Edward Burns), é um cientista que lidera as caçadas no tempo. Tudo vai bem até que uma caçada dá errado: um dos caçadores pisa em uma borboleta no período Cretáceo. O que parecia um detalhe irrelevante causa um efeito cascata devastador na linha do tempo, mudando completamente a realidade do presente.

Aqui começa o grande problema: a cada onda temporal que atinge o presente, o mundo se altera de maneira bizarra. O primeiro efeito é sutil, mas logo animais mutantes aparecem nas ruas, plantas gigantes tomam conta da cidade e a própria humanidade começa a se transformar. Essas mudanças ocorrem em “ondas” que varrem o tempo, um conceito que até faz sentido dentro da proposta do filme, mas que é mal executado e gera algumas das cenas mais bizarras da trama. O grupo de protagonistas precisa encontrar uma maneira de corrigir o erro e impedir que a realidade continue se deteriorando. A cientista Sonia Rand (Catherine McCormack) é a mente por trás da tecnologia de viagem no tempo e a única que parece ter uma real noção do desastre iminente. A corrida contra o tempo é cheia de clichês, perseguições e dilemas morais sobre as consequências da interferência no passado.

Apesar da premissa excelente, O Som do Trovão sofreu com diversos problemas de produção. O filme teve um orçamento modesto para os padrões da época, e os efeitos visuais são sofríveis, parecendo algo saído de um videogame dos anos 90. As criaturas mutantes, que poderiam ser aterrorizantes, acabam sendo hilárias de tão mal feitas. Os diálogos também não ajudam. Muitas cenas de exposição tornam o filme cansativo e a atuação é inconsistente. Edward Burns tenta segurar o filme como protagonista, mas falta carisma. O vilão da corporação, interpretado por Ben Kingsley com um penteado ridículo, é caricata demais para ser levada a sério.

Apesar dos problemas, O Som do Trovão ainda levanta questões interessantes sobre viagem no tempo e efeito borboleta. A ideia de que pequenas mudanças podem ter consequências inimagináveis é um dos conceitos mais fascinantes da ficção científica. Se tivesse um roteiro mais refinado e uma produção melhor, poderia ter sido um clássico do gênero. Infelizmente, o que fica são os efeitos ruins, as decisões questionáveis e um roteiro que não soube aproveitar todo o seu potencial. Mas, se você gosta de ficção científica e não se importa com falhas técnicas, pode ser uma experiência divertida, mesmo que seja para rir dos absurdos.

O diretor é Peter Hyams. Ele também dirigiu filmes como O Fim dos Dias, Timecop e Capricórnio Um. Hyams é conhecido por seu trabalho em ficção científica e ação, mas O Som do Trovão acabou sendo um dos projetos mais problemáticos de sua carreira, principalmente por conta dos problemas de produção e dos efeitos visuais abaixo do esperado.

O Som do Trovão é um daqueles filmes que nos lembram que boas ideias nem sempre resultam em bons filmes. Se fosse refilmado hoje, com a tecnologia atual e um roteiro mais cuidadoso, talvez pudesse finalmente fazer jus ao conto de Ray Bradbury. Até lá, fica como um exemplo de como mexer no passado pode criar um presente cheio de decepções cinematográficas.

Até a próxima.


terça-feira, março 25, 2025

Reacher - Serie da Amazon Prime

Jack Reacher é um dos personagens mais marcantes da literatura policial e de ação contemporânea. Criado pelo escritor britânico Lee Child, Reacher protagoniza uma extensa série de livros que começaram a ser publicados em 1997, com o título Killing Floor (Dinheiro Sujo no Brasil). Desde então, a franquia ganhou popularidade mundial, conquistando milhões de fãs com suas tramas cheias de suspense, investigações complexas e, claro, muita pancadaria. 

Reacher é um ex-policial militar do Exército dos Estados Unidos, altamente treinado em combate e táticas de investigação. Após deixar a vida militar, ele decide viver sem amarras, viajando pelos EUA sem endereço fixo, apenas com o essencial: uma escova de dentes e as roupas do corpo. Sua vida solitária, porém, sempre é interrompida por situações inesperadas, nas quais ele acaba enfrentando criminosos, corrupção e conspirações.

Antes de ganhar uma série própria, Jack Reacher chegou aos cinemas em duas produções estreladas por Tom Cruise. O primeiro filme, Jack Reacher: O Último Tiro (2012), foi baseado no livro One Shot, enquanto a sequência, Jack Reacher: Sem Retorno (2016), adaptou Never Go Back. Apesar do sucesso comercial, as adaptações dividiram opiniões, principalmente porque Cruise, com seu porte físico menor, destoava da descrição imponente de Reacher nos livros (um homem alto e musculoso). Isso levou à busca por uma nova abordagem para o personagem.

Com a chegada da série Reacher no Amazon Prime Video, a adaptação finalmente trouxe um protagonista mais fiel ao material original. Interpretado por Alan Ritchson, Reacher ganhou um retrato mais próximo ao dos livros, tanto fisicamente quanto na maneira meticulosa e direta com que lida com seus desafios. A primeira temporada, lançada em 2022, adapta Killing Floor, o primeiro livro da saga. A história começa quando Reacher chega a uma pequena cidade da Geórgia e logo é preso por um assassinato que não cometeu. Ele se envolve em uma trama cheia de mistério e violência, onde descobre que seu irmão foi brutalmente assassinado. Determinado a encontrar os responsáveis, ele une forças com a policial Roscoe e o chefe de detetives Finlay, enfrentando uma conspiração complexa que envolve fraudes financeiras e uma organização criminosa perigosa. A temporada foi um sucesso absoluto, agradando tanto fãs dos livros quanto novos espectadores, graças à sua narrativa envolvente e cenas de ação bem coreografadas.

A segunda temporada, lançada em dezembro de 2023, adapta Bad Luck and Trouble (Azar e Contratempo). Dessa vez, Reacher descobre que seus antigos companheiros da Polícia Militar estão sendo misteriosamente assassinados e parte em uma missão pessoal para encontrar os responsáveis. Ele se reúne com antigos colegas para desvendar uma conspiração ainda maior, enfrentando mercenários implacáveis e um esquema que envolve tecnologia militar de ponta. A temporada é ainda mais intensa do que a primeira, aprofundando o lado emocional do protagonista, mostrando a importância da lealdade e do passado militar de Reacher. Além da ação brutal característica da série, a narrativa explora mais as relações interpessoais do personagem, oferecendo um equilíbrio entre pancadaria e desenvolvimento de história.

Mesmo sendo um brutamontes com presença intimidadora, Reacher é movido por um forte senso de justiça e sempre está pronto para defender aqueles que precisam. Ele age como um verdadeiro herói, seguindo um código moral rígido e enfrentando o perigo sem hesitação. Seu jeito metódico, imponente e estrategista lembra muito o Batman dos cinemas, e não seria exagero dizer que ele seria perfeito para interpretar o Cavaleiro das Trevas em uma adaptação focada na brutalidade e inteligência do personagem.

A terceira temporada de Reacher já foi estreou e será baseada no livro Persuader. Ainda não assisti, mas assim que conferir, farei mais um post com minhas impressões sobre a nova fase da série. Fiquem ligados! 

Até breve!

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sexta-feira, março 21, 2025

Mais um Aniversario


Fiz um pedido de mais um ano de vida e recebi algumas rugas extras, boletos inesperados e um cansaço que veio sem manual de instruções. Parece que a garantia de juventude expirou e esqueceram de me avisar... 

⭐⭐⭐⭐ 4/5 (só porque ainda estou aqui pra avaliar).

Hoje é meu aniversário, e como tradição, aquele momento de reflexão: será que estou mais sábio? Mais maduro? Mais evoluído? Bom... pelo menos os joelhos agora estalam com mais propriedade. E dizem que isso é um upgrade.

Pra comemorar, preparei uma lista com os presentes que a vida me deu:

✅ Boletos fresquinhos e atualizados

✅ Cansaço premium, versão ilimitada

✅ Um joelho que range no ritmo do samba

✅ Vontade de beber menos (mentira, só de escolher melhor o boteco, mentira de novo)

E claro, não podia faltar a famosa lista de metas para esse novo ciclo:

  • Comprar menos action figures (já comecei falhando nessa aqui)
  • Ficar rico (se possível, sem precisar trabalhar muito)
  • Dormir mais (chance zero de acontecer, mas vale sonhar)
  • Aprender a cozinhar algo além de miojo com ovo e delivery

Ah, e pra fechar, um agradecimento especial ao tempo, que foi gentil comigo. Mentira. Na verdade, já estou quase na fase do "eu entendi a referência" em todas as conversas. Se continuar assim, no próximo aniversário vou comemorar com um bolo e uma bengala. Mas até lá, seguimos firmes, brindando a mais um ano! 🍻🎂
Mas nem tanto...

E vocês, já receberam presentes parecidos ou só eu fui premiado? 

Beijo!

quinta-feira, março 20, 2025

The Electric State - Analise do Filme

The Electric State - Netflix
Direção: Irmãos Russo

Quando um filme dos irmãos Russo chega à Netflix, é natural que a expectativa vá às alturas. Afinal, estamos falando dos diretores por trás de alguns dos maiores sucessos do cinema recente. Some a isso um orçamento estratosférico de 320 milhões de dólares, Millie Bobby Brown e Chris Pratt no elenco e uma adaptação de uma graphic novel cultuada, e temos um projeto que parecia promissor. Mas a realidade, infelizmente, ficou bem distante da promessa.

Os irmãos Russo conquistaram uma legião de fãs ao dirigirem alguns dos filmes mais marcantes do Universo Cinematográfico da Marvel, incluindo Capitão América: O Soldado Invernal, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Eles mostraram talento para equilibrar ação, drama e humor, entregando blockbusters épicos e emocionantes. Por isso, havia uma grande expectativa em torno de The Electric State, mas o filme acabou não atingindo o mesmo nível de qualidade de seus trabalhos anteriores.

A história de The Electric State se passa em uma versão alternativa dos anos 90, onde a tecnologia se voltou contra a humanidade, resultando em uma guerra devastadora. Após o conflito, as máquinas derrotadas são exiladas, e é nesse cenário pós apocalíptico que seguimos Michelle, interpretada por Millie Bobby Brown. Ela parte em uma jornada para reencontrar o irmão, supostamente morto, mas que na verdade sobreviveu e se tornou algo além do humano. Acompanhada por um contrabandista vivido por Chris Pratt e um robô amigável, ela atravessa um mundo que deveria ser fascinante e melancólico, mas que acaba sendo apenas genérico.

O grande problema do filme não é sua premissa, mas sim a execução. O roteiro parece uma colcha de retalhos de conceitos já explorados, sem conseguir dar identidade própria à história. Em diversos momentos, fica a sensação de que tudo já foi visto antes e feito de maneira muito melhor. Os personagens são rasos, e o drama que deveria emocionar simplesmente não funciona. Michelle, que deveria ser o coração da trama, acaba se tornando apenas uma protagonista genérica, sem grandes momentos para brilhar. Chris Pratt, por sua vez, entrega uma performance burocrática, sem o carisma que já demonstrou em outros papéis. O destaque acaba ficando com o robô Herman, que, ironicamente, tem mais personalidade do que muitos dos personagens humanos. (Inclusive, quero um pra mim)

Se a história decepciona, pelo menos os visuais impressionam. The Electric State é visualmente bonito, com uma estética bem trabalhada e efeitos especiais de alto nível. O problema é que isso não sustenta um filme por si só. Em muitos momentos, a sensação é de estar assistindo a um demo técnico de uma engine de última geração, onde tudo é polido e bem-renderizado, mas falta alma. A direção dos irmãos Russo, que já demonstraram talento em blockbusters, aqui parece sem vida. O ritmo é arrastado, as cenas de ação não empolgam e o filme demora a engatar, tornando-se uma experiência cansativa.

No final das contas, The Electric State é um daqueles filmes que prometem muito e entregam pouco. Sessão da tarde? Talvez. Quem for assistir esperando uma grande aventura de ficção científica pode acabar frustrado. O visual impressiona, mas sem uma história envolvente e personagens cativantes, o filme se perde no vazio. Para quem quer um entretenimento despretensioso e não se importa com um roteiro previsível, talvez valha uma tentativa. Uma grande ressalva aqui é a trilha sonora, pois lembra muito Guardiões da Galaxia. Daquelas que voce termina o filme e vai procurar a trilha no Spotify pra salvar e ouvir depois. A batalha final é legal também, arrisco a dizer que foi bem emotiva, mas não vou dar spoilers. Mas para aqueles que esperavam algo realmente marcante, a decepção pode ser inevitável.

Até a próxima.


terça-feira, março 18, 2025

Efeitos Colaterais - Adultswim - Analise

Eu sempre fui fã das animações do Adult Swim. Desde os tempos de "Space Ghost de Costa a Costa" (olha ele aí de novo) até "Rick and Morty", o selo sempre entregou algo diferente, algo que foge do comum e, muitas vezes, beira a insanidade. Quando fiquei sabendo de "Efeitos Colaterais" (Common Side Effects), minha curiosidade foi instantânea. Uma história sobre um cogumelo milagroso capaz de curar quase todas as doenças? Empresas farmacêuticas e agências secretas tentando abafar a descoberta? Essa mistura de ficção científica, conspiração e comédia tinha tudo para me conquistar. E de fato, me conquistou.

A série acompanha Marshall e Frances, dois ex-colegas de escola que se reencontram após anos e acabam descobrindo um cogumelo com propriedades medicinais revolucionárias. Imagine um único organismo capaz de acabar com doenças crônicas, regenerar células e praticamente tornar a medicina moderna obsoleta. Claro que algo assim não passaria despercebido. Enquanto tentam divulgar essa descoberta e encontrar um jeito de compartilhá-la com o mundo, Marshall e Frances logo percebem que forças poderosas estão determinadas a impedir que isso aconteça. Agentes do governo, grandes corporações e empresários misteriosos entram em cena, criando um jogo de gato e rato que mistura ação, paranoia e, claro, muito humor ácido.

Marshall é um personagem fascinante. Ele não é um gênio incompreendido, nem um revolucionário destemido. Ele é só um cara comum que, de repente, se vê no centro de uma conspiração gigantesca. Essa abordagem torna tudo mais crível – e mais divertido. Sua jornada não é apenas sobre a ciência, mas sobre enfrentar um sistema que prefere manter o lucro em vez do progresso. Já Frances funciona como o contraponto perfeito. Enquanto Marshall está constantemente lidando com dilemas morais, Frances tem uma visão mais pragmática (e, às vezes, cínica) sobre a situação. Juntos, eles formam uma dupla improvável, com diálogos afiados e uma química que segura a narrativa.

"Efeitos Colaterais" não se limita a uma trama de conspiração genérica. A série provoca reflexões sobre a indústria farmacêutica, o monopólio do conhecimento e até mesmo o conceito de saúde pública. Ao longo dos episódios, fica claro que o maior inimigo da inovação não é a falta de tecnologia, mas sim os interesses corporativos que controlam a sociedade. Outro ponto forte é a forma como a série brinca com a paranoia. Estamos acostumados a histórias onde tudo se resume a um grande vilão no topo da pirâmide. Aqui, a sensação é de que cada entidade envolvida – governo, empresas, mídia – tem sua própria agenda e está disposta a manipular a verdade para proteger seus interesses. Essa abordagem deixa a narrativa mais imprevisível e realista.

O estilo visual segue a linha que já esperamos do Adult Swim: um traço peculiar, personagens expressivos e uma paleta de cores que mistura o sombrio com o psicodélico. Algumas cenas, especialmente as que envolvem o cogumelo e seus efeitos, são pura viagem lisérgica. A trilha sonora acompanha essa vibe, com sintetizadores e batidas eletrônicas que criam uma atmosfera única.

Definitivamente, "Efeitos Colaterais" é mais do que uma animação maluca com piadas esquisitas – é uma sátira inteligente e um thriller de conspiração bem construído. Se você gosta de histórias que desafiam o status quo e te fazem questionar o mundo ao seu redor, essa série é um prato cheio. E se você só quer rir de situações absurdas e ver o caos se desenrolar, também vai se divertir bastante. Adult Swim acertou mais uma vez, e eu mal posso esperar para ver onde essa trama vai nos levar. A serie está disponível na MAX.

sexta-feira, março 14, 2025

Venom 3 - Analise do Filme


O simbionte mais debochado dos cinemas está de volta em "Venom 3: A Última Rodada", e dessa vez a coisa ficou ainda mais intensa. A franquia, que conquistou seu espaço misturando ação, humor e aquela dinâmica caótica entre Eddie Brock e Venom, chega ao terceiro capítulo tentando fechar sua história de forma grandiosa. Mas será que conseguiu? Tá certo, o filme saiu faz tempo mas só assisti recentemente então, achei que valia a pena um post maroto sobre o filme.

Dessa vez, Eddie e Venom enfrentam uma ameaça de outro nível: Knull, o Deus dos Simbiontes. Com um visual imponente e uma presença intimidadora, ele surge para colocar a dupla em perigo real. A ideia de trazer um vilão com essa magnitude era promissora, mas a execução deixou muito a desejar. Knull impressiona nos poucos segundos de tela, mas sua história acaba ficando muito superficial, sem nenhum aprofundamento que poderia torná-lo memorável. Esse Knull não aparece 30 segundos no filme todo, quem se destaca são os monstrões que estão a serviço dele e dão trabalho a todo momento. E digo mais, eu só sei quem é pois pesquisei para fazer essa resenha. O proprio filme fala pouquíssimo do que deveria ser o vilão principal do filme. Ponto Fraco.

Agora se tem uma coisa que continua funcionando é a química entre Tom Hardy e o simbionte. A interação entre Eddie e Venom é o coração do filme, trazendo momentos engraçados e um equilíbrio interessante entre parceria e conflito. No entanto, o filme tem dificuldades em dosar os momentos de humor e as cenas mais sérias, o que faz com que algumas partes percam impacto. Algumas piadas surgem em momentos que poderiam ser mais tensos, quebrando um pouco da imersão.

A ação, por outro lado, continua sendo um dos pontos altos. As lutas são frenéticas, bem coreografadas e os efeitos visuais dão um show, principalmente nas transformações e no caos que Venom espalha por onde passa. As aparições de vários simbiontes no final do filme, cada um de uma cor, ao melhor estilo power rangers, ficou bem legal. Mas o ritmo do filme tem altos e baixos, com algumas transições apressadas e cenas que poderiam ter sido melhor desenvolvidas. Os personagens secundários acabam ficando meio de lado, o que é uma pena, já que havia potencial para explorá-los melhor.

No fim das contas, "Venom 3" entrega o que promete: diversão descompromissada, cenas de ação empolgantes e aquela parceria sem noção entre Eddie e Venom que os fãs já adoram. Mas para quem esperava um enredo mais elaborado e um vilão realmente marcante, pode ficar um gostinho de que poderia ter sido melhor. Bem melhor. Ainda assim, é um bom encerramento para a trilogia, garantindo boas risadas e muita pancadaria simbiótica na tela.

Espero rever o simbionte em outros filmes da Marvel, principalmente com o Aranha do Tom Holland. Seria bem interessante.

Venom 3 está disponível da MAX. 

Até a próxima.
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terça-feira, março 11, 2025

Preço alto do Colecionismo

Ser colecionador em 2025 é um misto de paixão e autoflagelação financeira. Não basta amar action figures, estátuas ou dioramas, você tem que amar também a adrenalina de ver o preço de um lançamento triplicar antes mesmo de você conseguir decidir se vende um rim ou faz um consórcio pra comprar.

O ciclo é sempre o mesmo: anúncio oficial, pré-venda, esgotado em cinco minutos. E aí surgem os parasitas do colecionismo, aqueles que compram várias unidades só para revender pelo dobro ou triplo do preço. "Oferta e demanda", dizem eles, enquanto colecionadores de verdade vendem o carro da família pra comprar um Batman edição limitada que, ironicamente, custou menos que o valor do frete internacional.

A salvação? Garimpar! Mas a missão é quase impossível. O Mercado Livre é a versão adulta de um RPG de sobrevivência: você precisa ter paciência, estratégia e sorte para encontrar um preço justo antes que um NPC mal-intencionado te ofereça o mesmo produto pelo valor de um terreno na praia.

A Shopee? Mistura de cassino e lote clandestino. Pode vir coisa boa? Sim. Pode vir um boneco pirata com duas cabeças e três braços? Também. E se for taxado, parabéns, agora você pagou o triplo do que queria economizar. O AliExpress, por sua vez, é o labirinto da taxa fantasma: mesmo pagando o imposto antecipado, há uma chance não tão pequena do governo decidir que você merece pagar de novo. Safadeza pura.

A Amazon, coitada, ainda tenta nos ajudar. Às vezes rolam pré-vendas decentes, promoções americanas tentadoras... mas a verdadeira roleta russa é saber se o item vai chegar inteiro, ou se o entregador vai decidir que sua coleção precisa de um toque de ""visual de item usado" ao jogar a caixa de qualquer jeito na sua porta. Isso se chegar a mercadoria. Pois já aconteceu de não chegar, conforme essa crônica aqui,

Os grupos de Facebook? Cheios de gente boa, mas também um paraíso para golpistas criativos. Tem sempre alguém vendendo um item "raríssimo" que nunca viu a luz do dia ou um "importador confiável" que só entrega depois de seis meses e meia dúzia de ameaças judiciais.

E o pior de tudo: o dólar. Ele sobe mais rápido do que meu desespero ao ver o preço de um boneco que eu queria desde criança. Importar? Só se você estiver disposto a vender um órgão ou abrir um financiamento.

No fim das contas, ser colecionador é maravilhoso. É um hobby que salva da depressão, alivia o estresse e, se você se aventura a customizar suas próprias figuras, se torna ainda mais especial. Eu mesmo, além de colecionar, faço meus próprios dioramas e modificações, e sempre compartilho minhas criações no Instagram @multiversodokaka , inclusive, segue lá, dá uma força!. 

Existem varias figuras disponíveis no mercado a preços absurdos e ao invés de comprar, faço a minha própria versão. Pegamos como exemplo a customização do QuickSilver (Vingadores), Surfista Prateado, Viúva Negra, Ewoks, Giant-Man e do StarLord, Guardiões da Galaxia. Teve os veículos também como o Crusador Espacial do Space Ghost, Moto do Motoqueiro Fantasma e o furgão das Tartarugas Ninjas, Batmovel, entre outros projetos em andamento (Olha lá o Instagram).

Colecionar é uma jornada cheia de altos e baixos, onde a paixão muitas vezes encontra a dura realidade das finanças. A emoção de adquirir o próximo item, de completar aquela coleção, pode facilmente ofuscar a conta bancária, e antes que perceba, você está lidando com mais boletos do que recordações. Mas é isso que torna o hobby tão intenso: a cada novo objeto, a sensação de vitória, e a cada fatura, o lembrete de que tudo tem um preço. Por agora, é hora de dar uma pausa. O carrinho de compras está cheio, mas, desta vez, vou ter que deixar ele esperando enquanto coloco as contas em dia e dou um tempo nas aquisições. 

Mas a paixão continua!

Abraços e até a próxima!

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sexta-feira, março 07, 2025

Demolidor - O Homem Sem Medo

O Homem Sem Medo: A Origem Definitiva do Demolidor
Frank Miller
John Romita Jr

Quando se fala na origem do Demolidor, poucos materiais são tão impactantes e definitivos quanto O Homem Sem Medo. Escrita por Frank Miller e ilustrada por John Romita Jr., essa minissérie publicada em 1993 reconta a história de Matt Murdock desde sua infância até sua transformação no vigilante de Hell’s Kitchen. Com uma abordagem mais crua e realista, essa obra estabelece as bases do personagem de maneira brutal e inesquecível.

Frank Miller já havia redefinido o Demolidor nos anos 80, mas aqui ele mergulha ainda mais fundo na psique de Matt. Acompanhamos sua infância difícil ao lado de seu pai, Jack Murdock, um boxeador decadente que tenta ensinar valores ao filho enquanto enfrenta dificuldades financeiras e envolvimento com o crime. A tragédia que define a vida de Matt é recontada com intensidade: após salvar um homem cego de ser atropelado, o jovem sofre um acidente com produtos químicos que o deixam cego, mas ampliam seus outros sentidos a um nível sobre-humano.

A partir daí, a história segue a jornada de Matt como um garoto problemático, lidando com raiva e violência enquanto descobre suas novas habilidades. Sua relação com Stick, o mentor enigmático que o ensina a dominar seus sentidos, é essencial para sua formação. Diferente de outras versões da origem, aqui Matt é retratado de maneira mais agressiva e impulsiva, muito distante da figura de um herói tradicional.

Outro ponto alto da história é a presença de Elektra, que surge como um amor proibido na juventude de Matt. A relação dos dois é intensa e trágica, moldando a visão de mundo do protagonista. Enquanto Matt tenta seguir um caminho de justiça, Elektra abraça sua natureza violenta, criando um contraste que será explorado ao longo de toda a mitologia do personagem.

O clímax da minissérie é brutal e marca a transição de Matt para o Demolidor. Enfrentando mafiosos, corruptos e criminosos, ele abraça seu papel como protetor de Hell’s Kitchen. A jornada de um garoto marcado pela dor até se tornar um vigilante incansável é contada com a maestria de Miller e a arte impactante de Romita Jr., que entrega cenas de ação viscerais e uma ambientação sombria e opressiva.

O que torna O Homem Sem Medo tão especial é sua abordagem crua e humana do personagem. Matt Murdock não se torna um herói porque quer, mas porque não consegue evitar. Ele luta contra sua própria fúria, contra as perdas que sofreu e contra o destino cruel que lhe foi imposto. Assim como na vida real, ele é moldado por suas tragédias e encontra propósito na dor, tornando-se um dos heróis mais humanos da Marvel.

Essa minissérie é leitura obrigatória para qualquer fã do Demolidor. Além de ser a versão definitiva de sua origem, influenciou diretamente a série da Netflix e continua sendo referência para qualquer história do personagem. Miller e Romita Jr. entregam uma obra-prima que não apenas reconta o início de um herói, mas disseca a alma de um homem que nunca teve outra escolha senão lutar.

Não sei se já mencionei isso por aqui, mas o Demolidor é meu herói favorito da Marvel. Nunca divulguei muito esse fato, mas ele é o personagem de quem mais tenho HQs, ao lado do Homem-Aranha e do Batman. Fazer resenhas sobre ele é um prazer imenso, tanto pelo ato de escrever quanto pela leitura em si. No Instagram do Multiverso do Kaka, também há várias fotos do personagem e das minhas action figures dele. Estou muito animado com a continuação da série no Disney+, ainda mais sabendo que mantiveram os mesmos atores e que finalmente o integraram ao universo dos filmes. Em breve, trarei mais resenhas dos quadrinhos do Demolidor (tenho um monte e pretendo falar de todos), além de um post sobre os episódios da nova série.

Veremos muito Demolidor por aqui;
Até a próxima!

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terça-feira, março 04, 2025

Trump X Zelensky


A recente postura do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia tem gerado uma série de preocupações no cenário geopolítico. Durante uma reunião tensa com Volodymyr Zelensky, Trump humilhou publicamente o presidente ucraniano, interrompendo as negociações de um acordo de minerais e deixando claro que sua administração não tem interesse em continuar apoiando a Ucrânia. O simples fato de que um líder da maior potência militar do mundo trata um país em guerra dessa maneira já é motivo suficiente para acender um alerta global.

Putin, um ditador notório, tem promovido uma das maiores agressões militares da era moderna contra a Ucrânia, causando milhares de mortes e destruição em larga escala. O apoio dos Estados Unidos sempre foi fundamental para conter o avanço russo e manter o equilíbrio no conflito. Agora, com Trump deixando clara sua intenção de enfraquecer a OTAN e reduzir o suporte à Ucrânia, a situação se torna ainda mais perigosa. Além disso, o recente corte de apoio militar americano à Ucrânia está comprometendo a capacidade de defesa do país contra a invasão russa. Sem armas e suprimentos suficientes, as tropas ucranianas podem ser forçadas a recuar, o que daria à Rússia uma vantagem estratégica ainda maior.

Não é segredo que Trump tem um histórico de relação tensa com a OTAN. Durante sua campanha e mesmo após sua eleição, ele ameaçou incentivar a Rússia a agir contra países da aliança militar que não aumentassem seus gastos com defesa. Isso não apenas enfraquece a confiança nos EUA como um aliado confiável, mas também encoraja regimes autoritários como o de Putin a intensificarem suas ações sem medo de represálias significativas. A retórica de Trump também sugere uma perigosa tolerância a líderes autocráticos, algo que pode ter consequências devastadoras no futuro.

A situação se torna ainda mais absurda quando percebemos que, enquanto os aliados europeus da OTAN continuam a apoiar a Ucrânia, Trump faz o possível para desmontar essa rede de suporte. A guerra na Ucrânia é uma guerra de sobrevivência, não apenas para os ucranianos, mas para a própria estabilidade mundial. O que acontece hoje com a Ucrânia pode se repetir em outras partes do mundo se a comunidade internacional não tomar medidas firmes contra a agressão russa. Se a Rússia sair vitoriosa ou conseguir avançar ainda mais sem grande oposição, qual será o próximo alvo? Países como a Estônia, Letônia e Lituânia, que fazem parte da OTAN, poderiam estar na linha de fogo. O próprio Putin já deu declarações insinuando que a área de influência russa deve ser restaurada, o que significa que ele pode não parar na Ucrânia.

A verdade é que Trump representa uma extrema-direita autoritária que lembra perigosamente os tempos do fascismo. Seu discurso patriótico exagerado e seu autoritarismo disfarçado de política "América Primeiro" são um risco para o mundo. Um líder que flerta com regimes autoritários e despreza aliados históricos só pode causar caos. Enquanto os líderes europeus tentam manter a paz e garantir a segurança coletiva, Trump parece mais preocupado em se alinhar com ditadores e minar as instituições democráticas.

A Ucrânia precisa de apoio. A Rússia precisa cessar fogo. E os Estados Unidos, se quiserem continuar sendo um líder mundial, precisam retomar o caminho da responsabilidade e da cooperação internacional. O mundo não pode ficar refém de jogos políticos que colocam em risco a democracia e a liberdade. A história já mostrou o que acontece quando ditadores não são contidos a tempo, e ignorar esse perigo pode custar caro a toda a humanidade. É hora de tomar uma posição clara e garantir que o futuro seja de paz, e não de autoritarismo e destruição.

A historia está sendo escrita diante de nossos olhos.