quinta-feira, março 20, 2025

The Electric State - Analise do Filme

The Electric State - Netflix
Direção: Irmãos Russo

Quando um filme dos irmãos Russo chega à Netflix, é natural que a expectativa vá às alturas. Afinal, estamos falando dos diretores por trás de alguns dos maiores sucessos do cinema recente. Some a isso um orçamento estratosférico de 320 milhões de dólares, Millie Bobby Brown e Chris Pratt no elenco e uma adaptação de uma graphic novel cultuada, e temos um projeto que parecia promissor. Mas a realidade, infelizmente, ficou bem distante da promessa.

Os irmãos Russo conquistaram uma legião de fãs ao dirigirem alguns dos filmes mais marcantes do Universo Cinematográfico da Marvel, incluindo Capitão América: O Soldado Invernal, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato. Eles mostraram talento para equilibrar ação, drama e humor, entregando blockbusters épicos e emocionantes. Por isso, havia uma grande expectativa em torno de The Electric State, mas o filme acabou não atingindo o mesmo nível de qualidade de seus trabalhos anteriores.

A história de The Electric State se passa em uma versão alternativa dos anos 90, onde a tecnologia se voltou contra a humanidade, resultando em uma guerra devastadora. Após o conflito, as máquinas derrotadas são exiladas, e é nesse cenário pós apocalíptico que seguimos Michelle, interpretada por Millie Bobby Brown. Ela parte em uma jornada para reencontrar o irmão, supostamente morto, mas que na verdade sobreviveu e se tornou algo além do humano. Acompanhada por um contrabandista vivido por Chris Pratt e um robô amigável, ela atravessa um mundo que deveria ser fascinante e melancólico, mas que acaba sendo apenas genérico.

O grande problema do filme não é sua premissa, mas sim a execução. O roteiro parece uma colcha de retalhos de conceitos já explorados, sem conseguir dar identidade própria à história. Em diversos momentos, fica a sensação de que tudo já foi visto antes e feito de maneira muito melhor. Os personagens são rasos, e o drama que deveria emocionar simplesmente não funciona. Michelle, que deveria ser o coração da trama, acaba se tornando apenas uma protagonista genérica, sem grandes momentos para brilhar. Chris Pratt, por sua vez, entrega uma performance burocrática, sem o carisma que já demonstrou em outros papéis. O destaque acaba ficando com o robô Herman, que, ironicamente, tem mais personalidade do que muitos dos personagens humanos. (Inclusive, quero um pra mim)

Se a história decepciona, pelo menos os visuais impressionam. The Electric State é visualmente bonito, com uma estética bem trabalhada e efeitos especiais de alto nível. O problema é que isso não sustenta um filme por si só. Em muitos momentos, a sensação é de estar assistindo a um demo técnico de uma engine de última geração, onde tudo é polido e bem-renderizado, mas falta alma. A direção dos irmãos Russo, que já demonstraram talento em blockbusters, aqui parece sem vida. O ritmo é arrastado, as cenas de ação não empolgam e o filme demora a engatar, tornando-se uma experiência cansativa.

No final das contas, The Electric State é um daqueles filmes que prometem muito e entregam pouco. Sessão da tarde? Talvez. Quem for assistir esperando uma grande aventura de ficção científica pode acabar frustrado. O visual impressiona, mas sem uma história envolvente e personagens cativantes, o filme se perde no vazio. Para quem quer um entretenimento despretensioso e não se importa com um roteiro previsível, talvez valha uma tentativa. Uma grande ressalva aqui é a trilha sonora, pois lembra muito Guardiões da Galaxia. Daquelas que voce termina o filme e vai procurar a trilha no Spotify pra salvar e ouvir depois. A batalha final é legal também, arrisco a dizer que foi bem emotiva, mas não vou dar spoilers. Mas para aqueles que esperavam algo realmente marcante, a decepção pode ser inevitável.

Até a próxima.


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