segunda-feira, setembro 08, 2025

Missão Impossivel - Acerto Final


Assisti hoje ao último capítulo de Missão Impossível e não tem como falar dele sem lembrar do anterior, já que na prática os dois formam um único filme dividido em duas partes. Meses atrás eu vi Acerto de Contas Parte Um e agora chegou a hora de concluir essa história com O Acerto Final.

A sensação que fica é bem clara: o primeiro me prendeu muito mais. É um filme de ação puro, cheio de sequências eletrizantes, perseguições, explosões e aquele ritmo acelerado que a franquia sabe entregar. Já o segundo caminha em outra direção. Ele se preocupa em explicar melhor as responsabilidades de Ethan Hunt, os riscos por trás da ameaça e todo o peso que a missão carrega. É mais técnico, mais voltado para a narrativa do que para a adrenalina.

Dá para entender a proposta: se no primeiro a ideia era colocar o público dentro da montanha-russa, no segundo o foco foi mostrar por que essa montanha-russa existe, o que a faz funcionar e quais são as consequências de não terminar a corrida. Só que essa mudança de ritmo deixa a experiência diferente. Eu saí da sala respeitando a construção, mas sentindo falta da intensidade que tinha me conquistado meses antes.

Curioso é que a crítica também apontou isso. Muitos destacaram que Parte Um é o espetáculo de ação que os fãs esperavam, enquanto O Acerto Final é mais denso, preocupado em amarrar a narrativa e dar uma conclusão “épica”. O resultado é um conjunto que funciona, mas que dificilmente vai ser lembrado com o mesmo entusiasmo de Protocolo Fantasma ou Efeito Fallout.

No fim, vale a jornada. Missão Impossível mostrou de novo porque se manteve relevante por quase três décadas: Tom Cruise continua se arriscando como se tivesse vinte anos e a franquia ainda sabe brincar com a linha tênue entre espetáculo e responsabilidade. Só que, dessa vez, a balança pesou mais para um lado do que para o outro.

sexta-feira, setembro 05, 2025

F1 - O filme


Brad Pitt volta às telas com F1: The Movie, um filme que já nasceu com a comparação inevitável: parece um Top Gun com carros de Fórmula 1. Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo de Top Gun: Maverick, o longa segue a história de Sonny Hayes, um ex-piloto que ficou décadas longe das pistas depois de um acidente e de uma vida marcada por escolhas erradas. Quando seu antigo colega, agora dono de uma equipe novata, pede ajuda, Hayes retorna ao mundo da F1 para guiar um time desacreditado e enfrentar tanto o fantasma do passado quanto a nova geração de pilotos, especialmente o talentoso Joshua, vivido por Damson Idris.

O que chama a atenção de imediato é o visual. Gravado em circuitos reais, com carros adaptados especialmente para as filmagens e câmeras montadas em pontos inéditos, o filme entrega uma experiência que funciona muito bem. A fotografia coloca o espectador dentro do cockpit e a trilha sonora de Hans Zimmer costura a emoção das corridas com a intensidade da história, criando aquele clima de adrenalina que não deixa a sala em silêncio.

A atuação de Pitt é carismática como sempre, sustentando a ideia do herói veterano que retorna ao jogo. Há momentos de rivalidade, cumplicidade e até humor entre ele e o jovem pupilo, numa dinâmica que reforça ainda mais a semelhança com Top Gun. É o típico blockbuster de verão: divertido, acelerado e com coração no lugar certo.

Por outro lado, o roteiro não arrisca muito. A narrativa é previsível e cumpre a função de guiar o espetáculo, sem aprofundar tanto nos dramas pessoais ou no lado mais cru da Fórmula 1. O foco está no entretenimento, e nisso o filme não falha. Para quem gosta de corrida, de ação ou simplesmente de assistir a Brad Pitt vivendo um papel feito sob medida para ele, F1: The Movie entrega o que promete, velocidade, emoção e aquele gostinho de querer ver mais e escutar os roncos dos motores.