Assisti hoje ao último capítulo de Missão Impossível e não tem como falar dele sem lembrar do anterior, já que na prática os dois formam um único filme dividido em duas partes. Meses atrás eu vi Acerto de Contas Parte Um e agora chegou a hora de concluir essa história com O Acerto Final.
A sensação que fica é bem clara: o primeiro me prendeu muito mais. É um filme de ação puro, cheio de sequências eletrizantes, perseguições, explosões e aquele ritmo acelerado que a franquia sabe entregar. Já o segundo caminha em outra direção. Ele se preocupa em explicar melhor as responsabilidades de Ethan Hunt, os riscos por trás da ameaça e todo o peso que a missão carrega. É mais técnico, mais voltado para a narrativa do que para a adrenalina.
Dá para entender a proposta: se no primeiro a ideia era colocar o público dentro da montanha-russa, no segundo o foco foi mostrar por que essa montanha-russa existe, o que a faz funcionar e quais são as consequências de não terminar a corrida. Só que essa mudança de ritmo deixa a experiência diferente. Eu saí da sala respeitando a construção, mas sentindo falta da intensidade que tinha me conquistado meses antes.
Curioso é que a crítica também apontou isso. Muitos destacaram que Parte Um é o espetáculo de ação que os fãs esperavam, enquanto O Acerto Final é mais denso, preocupado em amarrar a narrativa e dar uma conclusão “épica”. O resultado é um conjunto que funciona, mas que dificilmente vai ser lembrado com o mesmo entusiasmo de Protocolo Fantasma ou Efeito Fallout.
No fim, vale a jornada. Missão Impossível mostrou de novo porque se manteve relevante por quase três décadas: Tom Cruise continua se arriscando como se tivesse vinte anos e a franquia ainda sabe brincar com a linha tênue entre espetáculo e responsabilidade. Só que, dessa vez, a balança pesou mais para um lado do que para o outro.

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