segunda-feira, agosto 12, 2024

Avaliando Clientes Pentelhos


Em um dia tranquilo no boteco, entre uma rodada de cerveja e outra, as conversas fluíam com aquele ritmo descompromissado típico de fim de tarde. O som do copo batendo na mesa se misturava com o burburinho das conversas, enquanto os frequentadores do bar aproveitavam o momento para relaxar e contar histórias.

Mas naquela tarde, uma mesa em especial chamava a atenção. Ali, reunidos em torno de uma coleção de garrafas vazias e pratos de petiscos, estavam os donos de delivery que possuíam suas lojas no iFood. A conversa era animada, mas carregava aquele tom meio ácido, típico de quem já passou por poucas e boas no mundo do empreendedorismo.

O assunto? Avaliações de clientes no aplicativo do iFood. Ahhh queridos, que assunto interessante!

Como sabemos, os clientes podem avaliar a experiência de suas compras, mas nem sempre essas notas são boas. E o que fazer quando a crítica é injusta, maldosa, ou simplesmente irritante? Apesar das notas ruins, os donos de delivery não podem responder como realmente gostariam, para não prejudicar a imagem da empresa. Mas ali, no refúgio do boteco, a história era outra. Entre uma cerveja e outra, as respostas que nunca foram dadas começaram a surgir.

Puxa uma cadeira, senta ai tranquilo, pega seu copo, que isso vai ficar bom!

E aquele cliente que reclamou que o molho estava muito vermelho? - perguntou um deles, dando início ao desfile de histórias - O que eu queria responder era:  - Desculpa aí, na próxima a gente faz um molho transparente, feito água! Vai cair bem com o seu gosto insosso!.

Insosso!!! Uma bruxa dessas ai já chamou meu macarrão de insosso! - Disse outro na mesa 

- Que porra é essa?

Risos tomaram conta da mesa, e a próxima história logo veio.

Teve uma vez que me deram uma estrela porque a comida estava quente demais. Olha seu pentelho, eu quase respondi: Da próxima vez, vou mandar um bloco de gelo pra você lamber!

Outro dono de delivery, que até então estava apenas ouvindo, não resistiu e entrou na conversa.

Eu tive um cliente que disse que o meu macarrão parecia uma papa. Eu só queria responder: virou papa sua sirigaita, porque você foi comer três horas depois que pediu e deixou dentro da embalagem ainda cozinhando. Nem molho tem mais ai.

As gargalhadas eram inevitáveis. Parecia que todos ali tinham uma história para contar.

E quando um Zé Ruela reclamou que o entregador não sorriu pra ele e não correspondeu às suas "piadinhas". Ainda disse, da próxima vez, manda um entregador com bom humor!
Cara, o sujeito tá correndo contra o relógio, no sol ou na chuva, e quer sorrisinho? Eu queria tanto responder: Se quer sorriso, vai no circo! Aqui, a gente entrega comida, não piada!

Ai deslanchou:

E uma bruxa que reclamou que tinha pouco camarão no prato? Ainda disse, eu contei, só tinha uns sete. Uns sete? Cara, baixou o espirito de pobre né, só pode. Imagina a cena, a pessoa abre o pedido dela e fica contando quantos camarões tem dentro da embalagem pra poder reclamar depois. Você acha que essa pessoa estava com fome ou só queria reclamar? E mais, a pessoa paga 34,90, e queria meio quilo de camarão no prato dela? Porra mano, Quer comer camarão, pede um especial de camarão ou então se não estiver satisfeita, vai pro Cocu Bambu pagar 150 reais e comer dez camarões ué!! E ainda usou a expressão "Absurdo".

Um deles não se aguentando de rir, ainda pergunta: - Mas fala a verdade tinha sete mesmo?

Ele respondeu: - Tinham oito!!! 

A risada tomou conta do boteco, até as mesas vizinhas riram dessa! E ainda complementou: 

— Mas eram grandes e suculentos! Melhor que Cocu Bambu e por 34,90, tá ótimo! Camarão tá caro pô!

Depois dessa, a mesa pegou fogo e saíram varias pérolas: 

— Meu refrigerante chegou quente, não é possível! Oras, desculpa aí seu panaca, da próxima mando o motoboy numa geleira e, quem sabe, a gente acerta a temperatura que só você acha adequada.

E teve mais: 

— Achei a porção pequena demais pelo preço que paguei. Caramba, desculpa senhora mala sem alça, esqueci de enviar o prato principal: seu bom senso. Vai bem com qualquer porção!

E em meio às inúmeras risadas, ainda sai essa: 

— Por que a pizza demorou tanto? A fome aqui não espera! Ué senhor cabeça de bagre, pensei que você gostasse de suspense. Próxima vez, mando junto uma pipoca pra você curtir o drama da espera!

A última história foi quase uma unanimidade na mesa

Olha, até meu cachorro cheirou a sua comida e não gostou. Acho que isso diz muito sobre a qualidade, né! 

Todos na mesa olharam espantados com a citação até pelo fato de ser bem forte as colocações do cliente. Mas para manter o clima de descontração, saiu uma resposta bem humorada:

Pois é querido, manda um abraço pro chef lá da loja, que comeu sua crítica e até pediu bis!

E assim a conversa acabou sendo direcionada para outro assunto, de cozinha a ambientes de trabalho.

Entre mais risadas e alguns brindes, a conversa seguiu, cada um exorcizando seus demônios e aliviando o estresse das avaliações mal-humoradas e problemas do dia a dia, em seus respectivos ramos alimentícios. No fim das contas, ali no boteco, cada dono de delivery encontrou o espaço para dar as respostas que nunca poderiam fazer no aplicativo, mas que certamente aliviam a alma quando ditas em boas companhias.

Essa história, entre outras, você encontra aqui nesse boteco.

Não deixe de nos visitar.

Muito bom te ter por aqui, até breve!

.✌🍻

segunda-feira, agosto 05, 2024

Terapia Vol. 4

Mais um dia de terapia, agora com crises de ansiedade e boas doses de frustrações.

Kaka: Olá, Doutor. Estou passando por um momento complicado. Meu delivery está na melhor fase de todo o negócio até agora, com um crescimento significativo. Mas, recentemente, as críticas no iFood começaram a me afetar profundamente. Sinto que todo o progresso que fiz está sendo ofuscado por essas avaliações negativas. E o pior, ifood não está aceitando as contestações.

Doutor: Olá, Kaka. Entendo que isso deve ser desalentador, especialmente com o sucesso recente do seu negócio. Como você se sente ao ver que essas críticas estão impactando a sua visão do progresso que você fez?

Kaka: É uma sensação devastadora. Ver todas essas críticas, especialmente quando tivemos tantas melhorias e o negócio estava prosperando, faz parecer que todo o esforço não está sendo reconhecido. Sinto que, apesar de ter alcançado um patamar muito melhor, essas críticas negativas estão me puxando de volta para um lugar de insegurança e dúvida.

É como se toda a minha dedicação e esforço fossem desconsiderados. As críticas têm me deixado muito inseguro. O que mais me preocupa é que, além do impacto no meu trabalho, sinto que isso está afetando minha vida pessoal. A pressão está me consumindo e eu tenho medo de que isso esteja prejudicando minha relação com a minha família. Me sinto culpado por não conseguir lidar melhor com isso e por não estar sendo o apoio que minha família precisa.

Doutor: É realmente frustrante quando o feedback não reflete o seu esforço e progresso. Como você tem lidado emocionalmente com essa situação?

Kaka: Honestamente, é difícil. As críticas me fazem questionar se o sucesso é sustentável. Às vezes, me pego pensando que talvez esteja ignorando algo fundamental ou que simplesmente não sou bom o suficiente. O medo de que tudo possa desmoronar está muito presente, e isso afeta minha confiança e até mesmo minha motivação.

Doutor: É compreensível sentir-se assim, especialmente quando a pressão do trabalho afeta a sua vida pessoal. Como essas críticas estão impactando suas relações com a sua família?

Kaka: Eu tento esconder a frustração e o estresse deles, mas é impossível não perceber que estou distante. Eles veem a minha preocupação e o meu estado de ansiedade. Às vezes, me sinto tão sobrecarregado que fico irritado sem motivo, e isso afeta o ambiente em casa. A sensação de estar falhando é muito pesada. Eu queria poder proporcionar estabilidade e tranquilidade, mas me sinto como se estivesse falhando em várias frentes.

Doutor: É natural sentir-se assim quando as críticas desafiam o seu senso de realização. Pode ser útil explorar essas emoções mais a fundo. Você mencionou anteriormente que o medo de falhar e o receio de voltar para um emprego CLT voltaram. Pode falar mais sobre esses sentimentos e como esses pensamentos estão afetando sua visão do futuro?

Kaka: Claro. Esse medo de falhar parece um fantasma que não me deixa em paz. É como se, a cada crítica negativa, eu visse o meu sucesso como algo temporário, como se pudesse desaparecer a qualquer momento. A ideia de voltar para um emprego CLT, que eu queria evitar a todo custo, pode parecer uma opção menos arriscada em alguns momentos mas no fundo é desesperadora. E isso me faz sentir que todo o trabalho e sacrifício podem ter sido em vão.

Doutor: Essa sensação de insegurança pode ser muito desestabilizadora, especialmente quando você está experimentando um crescimento significativo. É importante reconhecer o quanto você já conquistou. Vamos explorar como você pode começar a lidar com esses medos de uma forma mais construtiva. Como você tem enfrentado a pressão e o estresse do negócio?

Kaka: Tenho tentado várias coisas. Leio bastante, tento manter uma rotina de relaxamento e me dedico aos meus hobbies, como dioramas e colecionismo. Esses hobbies me ajudam a desviar a mente da pressão constante. Mas mesmo assim, sinto que não estou conseguindo me desconectar completamente. As críticas ainda ecoam na minha cabeça, mesmo quando estou focado em algo que deveria ser relaxante.

Doutor: É ótimo que você tenha encontrado atividades que ajudam a aliviar o estresse. Essas práticas são importantes para manter o equilíbrio. No entanto, é fundamental também trabalhar na gestão das críticas e no fortalecimento da confiança. O que você acha de definir algumas metas pequenas e realistas para abordar as críticas e melhorar a percepção dos clientes?

Kaka: Acho que definir metas pequenas pode ser útil. Talvez eu possa começar focando em algumas áreas específicas mencionadas nas críticas e trabalhar para melhorar esses pontos. Em vez de tentar resolver tudo de uma vez, talvez seja melhor adotar uma abordagem mais gradual.

Doutor: Exatamente. Essa abordagem pode ajudar a tornar o processo mais gerenciável e menos esmagador. E lembre-se, as críticas não definem o seu valor ou o sucesso do seu negócio. Elas são apenas uma oportunidade para identificar áreas de melhoria. Além disso, é importante continuar buscando apoio emocional e conversar com pessoas de confiança sobre suas preocupações. Focar em celebrar as pequenas vitórias e não deixar que as críticas ofusquem as conquistas.

Kaka: Conversar com pessoas de confiança pode me ajudar e talvez oferecer sugestões que eu não tinha considerado. 

Doutor: Muito bem. Celebrar as conquistas é uma parte importante do processo de recuperação da confiança. E lembre-se, o sucesso é uma jornada, não um destino fixo. Continue aplicando o que você aprendeu e não hesite em buscar ajuda sempre que precisar. Cada passo em direção à melhoria é um passo positivo.

Kaka: É verdade. Preciso lembrar que cada desafio é uma oportunidade para aprender e crescer né. Às vezes, a ansiedade pode ser avassaladora, e é difícil ver além do momento presente. Mas não quero deixar que isso me faça desistir do meu sonho. Celebrar cada pequena conquista. Não vou esquecer disso doutor.

Doutor: A ansiedade pode, de fato, fazer com que tudo pareça mais difícil do que realmente é. É crucial encontrar formas de gerenciar a ansiedade e lembrar-se de que momentos difíceis são apenas uma parte da jornada. Não permita que esses desafios façam você desistir do seu sonho. Você já superou muitos obstáculos e tem a capacidade de continuar avançando.

Kaka: Vou tentar manter essa perspectiva. Às vezes, é fácil esquecer tudo o que já conquistei quando estou enfrentando uma crise. Vou me esforçar para lembrar que as dificuldades são parte do processo e que não devo deixar que elas definam o meu sucesso.

Doutor: Exatamente. Sua resiliência e determinação são fundamentais. Continue acreditando em si mesmo e no seu sonho, e lembre-se de que buscar apoio quando necessário é uma parte importante do processo. Você tem o potencial para superar esses desafios e alcançar ainda mais sucesso.

Kaka: Buscar apoio pode ser útil, mas às vezes me sinto envergonhado de expor minhas vulnerabilidades. Tenho medo de ser julgado ou de parecer incapaz. No entanto, sei que continuar sozinho só vai aumentar o peso que estou carregando. Talvez seja o momento certo para abrir mais sobre o que estou passando e buscar esse apoio.

Doutor: A vergonha é uma reação comum, mas buscar apoio é um sinal de força e uma forma de encontrar soluções. Conversar com pessoas de confiança pode oferecer uma perspectiva externa e ajudar a aliviar a carga emocional. Repito, celebrar as pequenas vitórias e focar nas suas conquistas pode ajudar a recuperar a confiança. Não deixe que os desafios atuais ofusquem o progresso que você já fez.

Kaka: Vou tentar lembrar disso. A ideia de celebrar as pequenas vitórias parece difícil quando estou tão focado nos problemas, mas talvez isso possa ajudar a restaurar um pouco da minha perspectiva positiva. Não quero desistir do meu sonho, mesmo que o medo e a insegurança estejam tão fortes.

Doutor: Não desistir é fundamental. Lembre-se de que cada desafio é uma oportunidade para aprender e crescer. Sua resiliência e determinação são importantes para superar esses momentos difíceis. Mantenha o foco no que é importante para você e continue acreditando em seu potencial. Cada passo em frente, por menor que seja, é uma conquista.

Kaka: Obrigado, Doutor. Suas palavras me ajudam a ver as coisas com mais clareza e a encontrar motivação para continuar. Vou focar nas pequenas vitórias e manter minha visão positiva.

Doutor: De nada, Kaka. Estou aqui para ajudar. Boa sorte com suas metas e na gestão da ansiedade. Continue acreditando em si mesmo e lembre-se, você está no caminho certo. Até a próxima!


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domingo, agosto 04, 2024

Faltei

 Ola queridos, essa semana foi um caos. Muito serviço, muitos problemas no delivery, cancelamentos, péssimas avaliações e vários problemas internos e pessoais. Não consegui postar nem segunda nem quinta. Prometo que amanha sai um post, pra não perder o ritmo do blog e não abandoná-lo pela centésima vez. Te vejo amanha!

Cya