O sol brilhava intensamente naquela tarde abafada, fazendo o ar vibrar com um clima preguiçoso que só um dia normal no boteco poderia oferecer. O cheiro de torresmo fritando se misturava ao aroma familiar de café forte e pinga, criando um ambiente acolhedor e descontraído.
Os clientes habituais se espalhavam pelas mesas, alguns em animadas conversas, outros saboreando uma cerveja gelada enquanto observavam a vida passar lá fora.
Entre risos e goles de cerveja, um cliente em particular chamava atenção. João, um cara simpático e sempre de bom humor, entrou no boteco com um sorriso no rosto, como quem já é da casa. Cumprimentou o dono, fez uma piada sobre o calor, pediu uma cerveja e logo saiu apressado. Ele parecia estar com a cabeça em outro lugar.
No dia seguinte, João voltou ao boteco, desta vez com um brilho diferente nos olhos. Sentou-se no balcão, pediu um café forte e um cigarro, e começou a conversar com o dono, o nosso querido ouvinte e contador de histórias.
"Rapaz, você não sabe o que me aconteceu ontem!", começou João, dando uma risadinha.
João contou que tinha tido um dia difícil. O trabalho não ia bem e ele se sentia meio perdido, sem companhia para dividir suas frustrações. Estava pensando em como iria passar o resto da noite quando, de repente, o telefone tocou. Do outro lado da linha, a voz suave de Maria, sua ex-namorada, ecoou. Maria sempre foi o grande amor de sua vida, e aquela ligação trouxe uma mistura de surpresa e nostalgia.
Ela o convidou para ir ao seu apartamento. Sem pensar duas vezes, João correu até o boteco, comprou algumas cervejas e se dirigiu ao apartamento de Maria.
Quando chegou, Maria estava sentada no sofá, com um sorriso caloroso no rosto. O apartamento estava um pouco bagunçado, com caixas de pizza e latas de cerveja espalhadas pelo chão. "Parece que você teve uma festa ontem", brincou João.
Maria riu e explicou que tinha recebido alguns amigos no dia anterior. Ela estava visivelmente cansada, mas seu espírito extrovertido e sua alegria eram contagiantes. Eles começaram a conversar, relembrando os velhos tempos e ouvindo música. Maria, sempre brincalhona, acendeu um cigarro e ofereceu um a João.
O calor no apartamento estava insuportável, então Maria trocou de roupa, optando por algo mais "confortável". A música continuava tocando, e logo os dois estavam dançando juntos, deixando-se levar pelo ritmo e pelas lembranças.
À medida que a noite avançava, mais bebidas foram consumidas e a conversa se aprofundava. Maria, sempre tão cheia de vida, estava exausta, mas não deixou a energia cair. Em um momento de sinceridade, ela pediu para João passar a noite lá. "Estou tão cansada, só queria alguém pra estar aqui comigo", disse ela. O mais engraçado de tudo isso era que Joao não estava bem naquele dia, estava solitário e a falta de alguém em conjunto foi suprida pela companhia dos dois.
João nem pensou duas vezes e aceitou. Tomaram um banho rápido e logo ja estavam entrelaçados, juntos novamente naquela noite que não prometia nada mas de repente virou uma noite fantastica. Após os momentos de intimidade, os dois acabaram adormecendo logo em seguida, exaustos, mas felizes por aquela reconexão inesperada.
Na manhã seguinte, João acordou cedo e renovado. Maria também acordou cedo e ainda desfrutaram mais uma vez da companhia do outro. Foi um envolvimento carnal porém reconfortante para ambos. Agora sim, João sentia-se leve e pronto para encarar o dia. Se despediu de Maria com um beijo em seus lábios e voltou ao trabalho, sentindo que tudo tinha valido a pena. A ligação, a noite juntos, a conversa, tudo parecia ter trazido uma nova perspectiva. Ambos sabiam que não era um recomeço e sim uma ajuda mutua entre duas pessoas que ja se amaram porém precisaram da ajuda um do outro.
E foi assim que João voltou ao boteco, cheio de histórias para contar. Entre um gole de café e uma tragada no cigarro, ele compartilhou com o dono do bar e uns dois clientes tontos da noite anterior as aventuras desse dia fora do comum. Todos riram, brindaram e continuaram suas próprias jornadas, sabendo que, às vezes, uma simples ligação pode mudar tudo.
No nosso boteco, histórias como a de João e Maria são comuns. Cada cliente traz um pedaço de vida, uma experiência, uma memória, e nós estamos aqui para ouvir, contar e compartilhar. Afinal, no boteco da vida, sempre há espaço para mais uma história.
Passa aqui depois e tomamos uma cervejinha.
É muito bom te ter por aqui.
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