terça-feira, junho 10, 2025

Mickey 17

Sou fã de filmes Sci-Fi, com naves, tecnologia e aliens. Quando anunciaram o tal Mickey 17 com Robert Parkinson, digo, Pattinson, fiquei intrigado e curioso. O título não entregava muita coisa, mas o nome do diretor por trás da obra dizia muita coisa: Bong Joon Ho, o diretor que transformou uma história sobre classes sociais e porões escondidos em um Oscar (Parasita)

Confesso que fui com expectativas moderadas, mas aquele tipo de expectativa que fica cutucando: “e se for genial e eu não estiver preparado?”. A resposta é: fui surpreendido e ligeiramente perturbado. E isso, pra um bom Sci-Fi, é elogio.

A premissa já é daquelas que muda totalmente sua perspectiva da vida: Mickey é um "descartável", um funcionário clonável enviado para fazer trabalhos perigosos em um planeta inóspito chamado Niflheim. Ele morre, é clonado, (impresso, palavras ditas no próprio filme) volta com as memórias intactas e repete o ciclo. Até que um dia… o Mickey 17 volta vivo de uma missão e encontra o Mickey 18 já funcionando. Duas cópias e uma baita crise existencial.

A trama, que parece coisa de Rick and Morty com crises existenciais malucas, vai muito além da confusão dos clones. O diretor usa o caos para refletir sobre o valor da vida, o papel da consciência e o quanto vale sua existência quando você é substituível até no café da manhã.

Robert Pattinson entrega um protagonista que não sabe se ri, chora ou se auto-deleta. E a vibe do filme é essa mesma: ora filosófica, ora debochada, ora tensa. O visual é bonito, mas não no sentido tradicional de “sci-fi lustroso e limpo”. Tem sujeira, tem desconforto, tem aquele climão distópico em que tudo parece estar prestes a dar errado e realmente dá tudo errado.

O elenco ajuda a segurar essa viagem espacial insana: Toni Collette como uma comandante com cara de quem já mandou meia dúzia de Mickeys pro espaço sem piscar, Mark Ruffalo no modo “patrão opressor do futuro” e Naomi Ackie trazendo um respiro emocional. De verdade, conhecia so o Robert e o Mark Ruffalo. Inclusive, fiquei com muito ódio do personagem do Mark, daqueles que dá vontade bater na cara. Se um ator te faz ficar com raiva do personagem que ele representa, devo aceitar que ele é um baita ator.

Agora, vamos ser sinceros: Mickey 17 não é pra todo mundo. Tem ritmo mais lento que certos blockbusters pipocudos e exige atenção. Mas se você curte um sci-fi mais cabeça, com questionamentos morais, existencialismo e um clone batendo boca com sua versão mais nova, vai fundo. Ah, e se você assistiu só pelo Pattinson e esperava vampiro brilhando no espaço, sinto dizer que aqui o brilho é da reflexão (e do sarcasmo cósmico).

Mickey 17 já está disponível na HBO Max.


domingo, junho 08, 2025

A Dona da Bola - Netflix

Tá ai uma serie que me surpreendeu. Eu gosto muito de filmes e series que mostram a gestão de times das ligas norte-americanas. Filmes como Draft e Um Domingo Qualquer estão entre os meus preferidos. Comecei a assistir a serie sem pretensão, simplesmente por conta do tema (cof cof, Kate Hudson) e admito que cochilei nos dois primeiros episódios. Estava monótono, chato e difícil de assistir. Mas continuei e não me arrependi. Cheguei ao ultimo episodio querendo mais, uma pena que acabou pois são episódios de 30 minutos e dez episódios passa bem rápido quando a serie deslancha.

Mas o que é a serie? É uma comédia lançada pela Netflix em 27 de fevereiro de 2025, estrelada por Kate Hudson no papel de Isla Gordon. A trama acompanha Isla, que, após anos sendo subestimada, é inesperadamente nomeada presidente do time de basquete Los Angeles Waves, pertencente à sua família. Ela enfrenta resistência tanto dentro da família quanto no competitivo mundo dos esportes, buscando provar que é a escolha certa para o cargo e tentando levar o time para os playoffs da liga.

Mas a série não é só sobre bola laranja e tabela. É sobre poder. Sobre mulheres invadindo o playground masculino dos esportes de alto nível. Sobre as rasteiras da vida corporativa. E, claro, sobre o bom e velho nepotismo, que dessa vez até tem seu charme. A serie tem humor, tem crítica, e tem Kate Hudson dando show

A primeira temporada possui 10 episódios e, devido à boa recepção do público, a Netflix já confirmou a renovação para a segunda temporada

sexta-feira, junho 06, 2025

A Logica da Troca

Trocas, poder e obrigações: o que Mauss e Malinowski diriam do nosso mundo?

Você já parou pra pensar que quase nada na vida é realmente “de graça”? Mesmo os gestos mais simples, um favor, um presente, um convite carregam consigo uma carga invisível de expectativa, de obrigação. E essa lógica da troca, que a gente costuma achar que ficou no passado tribal, continua vivíssima hoje. Talvez disfarçada, mais sutil, mas tão poderosa quanto sempre foi.

Na antropologia, dois nomes gigantes ajudaram a entender esse fenômeno: Marcel Mauss e Bronisław Malinowski. E embora ambos tenham estudado trocas em sociedades ditas “primitivas”, o que eles descobriram serve como uma luva pra entender a sociedade atual, essa em que trocamos likes por validação, favores por influência, presentes por posições.

Mauss, em seu clássico Ensaio sobre a Dádiva, mostrou que dar, receber e retribuir não são gestos espontâneos. Eles criam vínculos, amarram pessoas, geram obrigações. Quando alguém te dá algo, você se sente em dívida. E essa dívida não é só econômica ela é moral e simbólica. Recusar um presente, por exemplo, é como recusar um vínculo e não retribuir pode ser lido como desrespeito ou fraqueza. É como se estivéssemos presos num eterno ciclo de trocas que mantém a sociedade coesa ou controlada.

Malinowski, por outro lado, analisando o sistema Kula nas Ilhas Trobriand, observou que essas trocas também têm uma função: manter a ordem, reforçar status, organizar a vida social. A troca, nesse caso, não é sobre o objeto em si, mas sobre o que ele representa. Um colar passado de mão em mão não é só um adorno é um sinal de prestígio, de pertencimento, de hierarquia. Trocar é, portanto, uma maneira de manter todo mundo “no seu lugar”.

Agora, transporte isso pro nosso tempo. Quando uma marca manda um mimo pra um influenciador, está oferecendo mais do que um produto está oferecendo um pacto silencioso. Quando alguém te indica pra uma vaga, ou te ajuda num projeto, essa pessoa está, conscientemente ou não, gerando uma expectativa de retorno. Quando políticos recebem apoio de empresários ou grupos religiosos, a dívida não é só moral é política, é estratégica.

Até mesmo o marketing moderno bebe da fonte de Mauss e Malinowski. Programas de fidelidade funcionam como trocas ritualizadas: o cliente “ganha” algo, mas na verdade está sendo amarrado a um ciclo de obrigações. A marca dá, o consumidor retribui com lealdade, e assim o jogo segue.

Nas relações pessoais não é diferente. Amizades, parcerias, redes de contato, tudo isso opera, em algum nível, dentro da lógica da troca. Às vezes explícita, às vezes velada. Você ajuda alguém hoje, sabendo que pode precisar dela amanhã. Você convida alguém pra um evento, esperando ser lembrado no próximo. Você comenta e curte o post do amigo, esperando o mesmo em troca. A vida cotidiana virou um tabuleiro de reciprocidades não ditas.

No fundo, tanto Mauss quanto Malinowski estavam falando sobre poder. Sobre como ele circula, como ele se disfarça de gentileza, como ele se esconde atrás de um presente embrulhado com laço bonito. Trocar é um ato social, mas também é um ato político. É um jogo de controle, de pertencimento, de hierarquia.

E talvez, no mundo de hoje, o grande desafio seja justamente esse, perceber quando estamos trocando por afeto e quando estamos apenas sendo capturados por uma rede invisível de obrigações disfarçadas de gentileza.


quarta-feira, junho 04, 2025

O Astronauta


O Astronauta, estrelado por Adam Sandler, é aquele tipo de filme que promete uma jornada cósmica, mas entrega uma viagem arrastada pelo vazio não só do espaço, mas da própria narrativa. A premissa é curiosa: um astronauta solitário em missão perto de Júpiter começa a conversar com uma aranha alienígena gigante, que mais parece um terapeuta do que uma ameaça intergaláctica. A ideia poderia render algo filosófico, tocante, talvez até surpreendente... mas o resultado final é, honestamente, chato.

Adam Sandler se esforça no papel dramático, e até consegue mostrar uma dor interna legítima, mas o roteiro se arrasta num mar de diálogos introspectivos que soam profundos no papel, mas na tela viram monólogos existenciais repetitivos. O ritmo é tão lento que parece que o tempo no espaço parou de propósito só pra prolongar o tédio.

Visualmente o filme tenta ser poético, com planos contemplativos e silêncios eternos, mas tudo isso acaba servindo mais como anestésico do que provocação emocional. A aranha alienígena é simpática, sim, mas nem ela consegue salvar a viagem do completo marasmo. No fim, O Astronauta é o tipo de filme que te faz refletir... principalmente sobre por que você ainda não apertou o botão de "voltar ao menu da Netflix".

É bonito, é sensível, mas também é cansativo e em muitos momentos, simplesmente insuportável.


segunda-feira, junho 02, 2025

Coerencia

Coerência
James Ward Byrkit

Tudo começa com um jantar entre amigos. Risadas, conversas sobre o passado, discussões sobre astrologia, relacionamentos mal resolvidos e um cometa cruzando o céu. É uma daquelas noites que parecem normais, até que alguma coisa desencaixa. As luzes piscam. Os celulares quebram. A comunicação com o mundo lá fora se torna impossível. E o que era apenas uma reunião de velhos conhecidos se transforma num jogo mental onde nada nem ninguém é exatamente o que parece ser.

Coerência, filme independente lançado em 2013, dirigido por James Ward Byrkit, entrega uma experiência que incomoda de maneira inteligente. Sem precisar de efeitos especiais, monstros ou trilhas sonoras grandiosas, ele se apoia na tensão dos diálogos e na força de um roteiro engenhoso. O cenário é único, a casa onde tudo acontece. E a ameaça também: ela está do lado de fora, do lado de dentro, no reflexo do espelho e mais assustador ainda, nos próprios personagens.

A grande sacada é a abordagem do multiverso. Nada de explicações científicas detalhadas, fórmulas, gráficos ou viagens no tempo. Aqui, a ideia de realidades paralelas surge como um ruído, uma rachadura invisível que vai se ampliando até engolir a lógica das coisas. Aos poucos, os personagens percebem que não estão mais sozinhos. Outras versões de si mesmos estão ali por perto, vindas de realidades ligeiramente diferentes, carregando segredos, intenções e arrependimentos. E é aí que o filme atinge seu ponto mais alto: quando obriga cada um a encarar a pior versão de si. Ou talvez a mais honesta.

O roteiro foi feito com base em situações improvisadas. Os atores não sabiam tudo o que iria acontecer em cada cena. Isso dá um ar de verdade ao caos. As reações são cruas, confusas, como seriam se aquilo acontecesse de verdade. Porque, na prática, Coerência não fala só sobre buracos na realidade. Fala sobre o que as pessoas escondem, sobre decisões mal tomadas, sobre como a vida que levamos é só uma entre muitas possíveis, e como talvez estejamos mais próximos da nossa própria substituição do que gostaríamos de imaginar. Detalhe interessante: O filme inteiro foi gravado na casa do diretor, em uma semana.

É um filme que termina e continua ecoando. Te faz pensar em escolhas, em identidade, em como uma pequena mudança pode criar uma avalanche de consequências. A certa altura, surge a dúvida inevitável: e se aquela pessoa que saiu para pegar gelo não for a mesma que voltou?

Coerência é claustrofóbico, filosófico, silenciosamente perturbador. Uma daquelas produções que não subestimam a inteligência de quem assiste. Ao contrário, desafia e provoca. E deixa um gosto amargo de dúvida no final. Vale cada minuto. Especialmente se você gosta de sair do filme com a cabeça fervendo. 

Coerência está disponível no Amazon Prime.

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sábado, maio 31, 2025

A farsa do seja você mesmo


Vivemos numa era na qual autenticidade virou desculpa para grosseria, e sinceridade virou sinônimo de falta de noção. Mas será que ser você mesmo justifica tudo? Até o que machuca? Nesse texto, vamos encarar de frente um dos discursos mais repetidos e mais mal interpretados  do nosso tempo.

Tem algo estranho acontecendo nos discursos sobre autenticidade. A tal cultura do “seja você mesmo” que, em essência, deveria libertar, está fazendo o contrário, está aprisionando a convivência. Criamos uma geração inteira que acha bonito ser insuportável e ainda chama isso de coragem.

É tanta gente repetindo “eu sou assim mesmo” com orgulho, que o mundo virou refém de personalidades sem empatia, sem filtro, sem noção. Pessoas que confundem ser autêntico com ser grosseiro. Gente que não vê problema em magoar o outro, porque “foi só sinceridade”. E o pior, essa postura ganhou status de virtude.

A geração que cresceu ouvindo que não devia se curvar pra nada, que tinha que ser 100% verdadeira o tempo todo, esqueceu de algo essencial, ser educada, ser gentil, ser minimamente suportável. Porque sim, existe uma diferença entre ser verdadeiro e ser simplesmente... um problema.

Hoje, qualquer tentativa de limite é vista como opressão. Qualquer correção é tratada como um ataque pessoal. Qualquer “não” vira um trauma. Ninguém quer crescer. Querem apenas ser aceitos do jeito que estão mesmo que estejam mimados, emocionalmente descompensados, grosseiros e mal resolvidos.

E aí vem a verdade que ninguém gosta de ouvir: isso não é evolução. É ego. Ego travestido de autenticidade. Ego que se recusa a mudar, que não escuta ninguém, que só grita. E grita frases de autoajuda mal digeridas, como se elas pudessem justificar atitudes tóxicas.

Ser você mesmo é lindo. Mas só se esse “você” não for alguém impossível de conviver. Se o seu “eu” não sabe respeitar o espaço do outro, se não tem autocontrole, se não reconhece que precisa melhorar então não é autenticidade. É só preguiça emocional com nome bonito.

Ser autêntico não é ter passe livre pra ser sem noção. Ser verdadeiro não é sinônimo de ser estúpido. E acima de tudo, ser você mesmo não te dá o direito de ser um babaca. Se a sua verdade machuca todo mundo à sua volta, talvez esteja na hora de repensar se isso é mesmo autenticidade... ou só mais uma armadura de quem tem medo de crescer.

Ser você mesmo é maravilhoso, mas só se você for alguém que os outros aguentam conviver. Senão, é so mais uma personalidade toxica se escondendo atras de frases prontas. Ser verdadeiro não é ser estupido, ser autentico não é ser sem limites. Ser você mesmo não te da o direito de ser um problema para o mundo, um babaca egoísta que usa a palavra autentico para justificar sua falta de educação e falta de empatia com as outras pessoas.

No fim das contas, ser você mesmo é um ponto de partida, não de chegada. É onde começa o caminho da evolução, não onde ele termina. Quem usa a própria personalidade como desculpa pra não mudar, não é autêntico. É só preguiçoso demais pra crescer.

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quinta-feira, maio 29, 2025

Guerra Silenciosa e O Poder Atomico


Vivemos num tempo em que as guerras não precisam mais de tanques cruzando fronteiras ou aviões despejando bombas para acontecerem. Hoje, a guerra pode ser silenciosa: ocorre no campo das ameaças, das sanções, da espionagem, da manipulação da informação e principalmente do medo. E esse medo tem nome: arma nuclear.

Na atual conjuntura global, ser uma potência nuclear virou sinônimo de influência e sobrevivência. Não é apenas um símbolo de força militar, mas uma carta política brutalmente eficaz na mesa de negociação internacional. O exemplo mais claro é Vladimir Putin e a guerra na Ucrânia.

Desde 2022, a Rússia invade, recua, retoma e destrói. Mas o fato concreto é: a Ucrânia ainda não venceu, e a OTAN, apesar da força militar e econômica que representa, não interveio diretamente com tropas em solo. Por quê? Porque Putin tem a bomba atômica. E deixou claro, mais de uma vez, que pode usá-la. O que antes era impensável, agora serve como escudo. O resultado disso? A Rússia segue fazendo o que quer dentro de certos limites, justamente porque ninguém quer apertar o botão vermelho do outro.

É esse mesmo raciocínio que faz o Ocidente afirmar com tanta veemência: o Irã não pode ter uma bomba nuclear. Não se trata apenas de impedir um ataque direto trata-se de impedir que o Irã entre no “clube” dos que impõem respeito pelo medo. Quem tem bomba atômica muda o equilíbrio geopolítico do mundo. A diplomacia se curva. As alianças se adaptam. E as ameaças se tornam muito mais reais.

O problema é: e se todos tiverem?

Imagine um planeta com 30 países armados com ogivas nucleares. Um mundo assim não é só instável é um pesadelo geopolítico. Porque a dissuasão mútua que hoje ainda existe entre potências pode virar uma cadeia de pânicos, reações emocionais e erros de cálculo. Seria o colapso da diplomacia pela via do terror.

No fundo, toda guerra é política. É resultado de divergências humanas, de interesses conflitantes, de choques culturais e econômicos. E, como lembra Kant em seu famoso ensaio Paz Perpétua, democracias não entram em guerra contra outras democracias. Isso não é um idealismo: é um dado histórico real. Guerras, geralmente, vêm de regimes autoritários que enxergam o conflito como extensão da vontade de poder.

A Rússia é exemplo claro disso. Historicamente, nunca teve uma cultura política democrática. Foi império czarista, passou por ditaduras comunistas e agora vive um regime fortemente autoritário. Não é sobre Putin em si. Se ele cair, outro virá. O sistema não é feito para a alternância de poder. É feito para a perpetuação dele. A história russa comprova isso.

O mundo vive, portanto, uma guerra fria reconfigurada, mais atores, mais riscos e mais incertezas. A diferença é que, hoje, ela é menos declarada mas ainda mais perigosa.

Outros posts aqui do blog sobre o assunto de Geopolítica:

Narva no Alvo

Soldados Estrangeiros e o Risco de Guerra

Nova Guerra Mundial


terça-feira, maio 27, 2025

O Eternauta - Netflix


Não conhecia a história de O Eternauta.
Sei que é baseada em uma HQ de um autor argentino, Héctor Oesterheld, segundo descobri no Google, foi um dos desaparecidos pela ditadura militar. Isso já dá um peso diferente à obra.

A série estreou há poucos dias, mas rapidamente se tornou uma das mais assistidas do mundo. E o motivo fica claro logo no primeiro episódio: uma neve misteriosa começa a cair do nada, parece poeira branca, mas mata instantaneamente quem encosta nela. O detalhe bizarro: enquanto está caindo, ela é letal, mas depois que se acumula no chão, perde o efeito e ninguém sabe o motivo.

Buenos Aires vira um deserto de cadáveres. E o pior, a tragédia não se limita à cidade. Logo se descobre que o caos se espalhou pelo Uruguai e pelo sul do Brasil, pelo menos até onde se tem notícia.

A série não aposta em batalhas épicas, mas sim em tensão, medo e na forma como as pessoas tentam se organizar em meio ao colapso. O Eternauta acerta em mostrar que o perigo não vem só do céu, mas também de quem ainda está vivo. Tem muita gente desesperada, violenta e tão ameaçadora quanto a própria nevasca assassina.

Spoiler brabo agora:
Com o desenrolar dos seis episódios, a série vai revelando que tudo isso faz parte de uma invasão alienígena cuidadosamente orquestrada. Camada por camada, a verdade vai se descascando até o desfecho do último episódio.

E sim, segundo a própria Netflix, teremos uma segunda temporada.

Nunca li a HQ, mas confesso que fiquei muito curioso pra saber o que vai acontecer a seguir. Se a história original for tão boa quanto essa adaptação, é sinal de que ainda tem muita neve e muita caos pela frente.

Até a próxima!

segunda-feira, maio 26, 2025

Novo Tecnico da Selecao Brasileira


Hoje, dia 26 de maio de 2025, a Seleção Brasileira começa oficialmente uma nova era: Carlo Ancelotti, o multicampeão italiano, assume o comando técnico com a missão mais insana do futebol, fazer o Brasil voltar a ser campeão do mundo.

E não é pouca coisa. Depois de anos tentando se encontrar, trocando de técnico como quem troca de meia, e colecionando vexames, a CBF decidiu ousar: contratou um estrangeiro. E não qualquer um e sim o maior vencedor da Champions League.

Ancelotti tem currículo, tem respeito, e tem história com brasileiros. Treinou Vinícius Jr., Rodrygo, Militão, Marcelo, Kaká, Ronaldo, a lista é longa. O cara sabe lidar com craque e, talvez mais importante, sabe lidar com ego, pressão e expectativa.

Mas será que dá pra sonhar? O Brasil ainda tem talento. Vini Jr. hoje é um dos melhores jogadores do mundo. Endrick está surgindo com moral. Rodrygo amadureceu. Há uma nova geração promissora, mais leve, e menos traumatizada do que as últimas.

O que faltava? Comando. Consistência. Ideia. Algo que não mude a cada seis meses. Algo que não dependa de lampejo. E talvez, só talvez, Ancelotti traga isso. O problema é que só nome não ganha Copa. Ele chega com o peso de um país inteiro nos ombros e com um histórico recente de seleções europeias atropelando todo mundo. A Argentina é atual campeã. A França tem dois times titulares. A Inglaterra evoluiu. A Alemanha voltou.

Mas o futebol é feito de surpresas também e o Brasil, quando tem talento e confiança, pode bater qualquer um. Mas o que realmente esperar? A primeira convocação de Ancelotti será hoje, dia 26 de maio e a estreia será em junho, pelas Eliminatórias. A expectativa é que ele já traga sua marca: time compactado, jogo apoiado, e uma mistura de juventude com experiência.

Não espere um técnico gritando na beira do campo. Ancelotti é estrategista, frio, quase zen. Mas por trás daquele olhar calmo tem um cara que já venceu tudo. Será que agora vai? Não dá pra saber. Mas, depois de tanto tropeço, só de poder perguntar isso de novo já é um grande alívio.

O brasileiro vai voltar a assistir os jogos da seleção e torcer. Eu acredito nisso. Inclusive, quero assistir todos os jogos e torcer novamente.

domingo, maio 25, 2025

Dia da Toalha - Dia do Orgulho Nerd


Hoje, 25 de maio, é dia de sair com uma toalha pendurada no ombro e um orgulho geek maior que o sabre de luz do Obi Wan. É o Dia da Toalha. É o Dia do Orgulho Nerd. É o dia em que olhamos pra trás, rimos das piadas internas que só a gente entende e lembramos que, sim, a resposta para a vida, o universo e tudo mais continua sendo 42.

Mas por que ainda comemoramos isso em 2025?

Porque ser nerd nunca foi só sobre consumir cultura pop. Foi sobre pertencer. Sobre entender o mundo através de outras galáxias, de outras eras, de outros heróis. Ser nerd é ter a capacidade de discutir por horas qual Batman é o melhor (spoiler: ainda é o da animação dos anos 90), é chorar com a morte do Tio Ben pela vigésima vez, é se emocionar quando o Sam carrega o Frodo no final do Retorno do Rei. É usar camisetas com frases que só meia dúzia vai entender e amar isso.

Hoje, o nerd não é mais o excluído da sala. Ele é o roteirista, o diretor, o streamer, o CEO de estúdio, o cosplayer que lota eventos, o colecionador que transforma a sala num santuário de action figures. Hoje, o nerd faz barulho. E quando não faz, é porque está assistindo a trilogia original de Star Wars pela centésima vez.

Aqui no Multiverso do Kaka, o nerd é protagonista. É ele quem escreve, critica, se indigna com reboots ruins, vibra com crossovers bem-feitos, e ainda arranja tempo pra criar heróis cósmicos com guitarras intergalácticas. (Sim, Kisskardec, estamos falando de você.)

No fim das contas, o Dia da Toalha é só um lembrete: a imaginação ainda importa. A criatividade ainda vence. E enquanto existir alguém com uma estante cheia de HQs, uma cabeça cheia de teorias e uma alma que vibra com o som de uma abertura de anime, o universo nerd vai continuar expandindo.

Então pendura a toalha, abre um pacote de Cheetos, coloca aquele filme que mudou sua vida e lembre: não entre em pânico. A jornada continua. E que o orgulho nerd esteja sempre com você.


sexta-feira, maio 23, 2025

Narva no Alvo

A cidade que vive à sombra de uma possível invasão russa


A cena parece saída de um filme de guerra fria remixado com as tensões do século XXI. De um lado do rio, Narva, uma cidade da Estônia de arquitetura soviética e alma russa. Do outro, a fortaleza de Ivangorod, em território russo, como um lembrete de que o passado nunca está completamente enterrado. E no meio, um rio estreito e um abismo geopolítico prestes a ser testado.

Nos últimos meses, Narva virou protagonista de manchetes internacionais. Não porque algo aconteceu, mas porque tudo pode acontecer. Interferências em sinais de GPS, sobrevoos de drones, remoção de boias de demarcação no rio Narva e ameaças veladas vindas de Moscou colocaram a cidade no centro do que analistas chamam de “guerra híbrida”. É o tipo de conflito que não precisa de tanques cruzando fronteiras para começar, basta desestabilizar, assustar e testar os limites.

A pergunta no ar é simples: a Rússia invadiria Narva?

Se parece improvável, lembre-se da Crimeia. Em 2014, o mesmo discurso de “proteger a população russa” foi usado para justificar a anexação da península ucraniana. E Narva, apesar de ser território estoniano, membro da União Europeia e da OTAN, tem mais de 80% da população falando russo como língua nativa. É o cenário perfeito para uma narrativa fabricada.

Mas há uma diferença brutal entre Narva e a Crimeia: Narva está protegida pelo Artigo 5 da OTAN. Qualquer ataque ali não seria uma crise regional, seria um conflito internacional. E ainda assim, a dúvida permanece: até onde Putin está disposto a ir?

A Estônia tem reagido com firmeza. Anunciou a construção de uma base militar em Narva, aumentou seu orçamento de defesa e reforçou a presença de tropas aliadas. Não se trata de paranoia, mas de prevenção. Num mundo onde a linha entre provocação e agressão é cada vez mais tênue, preparar-se é um ato de sobrevivência.

O que está em jogo em Narva não é apenas uma cidade, é o conceito de fronteira, soberania e o equilíbrio geopolítico da Europa. É uma encruzilhada onde história, identidade e poder se encontram. E se o rio Narva continuar calmo, será mais pelo peso da dissuasão do que pela ausência de tensão.

No fim das contas, Narva é um símbolo. Um lembrete de que a guerra nunca está tão distante quanto gostaríamos. E que, num piscar de olhos, o que parece apenas retórica pode virar realidade.


quinta-feira, maio 22, 2025

Soldados Estrangeiros e o Risco de Guerra


Desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, o mundo vem assistindo a uma escalada militar e diplomática que coloca em xeque o equilíbrio geopolítico global. O conflito, que começou como uma guerra entre Rússia e Ucrânia, está rapidamente se transformando num palco de reposicionamento das potências, com alianças sendo reforçadas, narrativas sendo disputadas, e a sombra de uma Terceira Guerra Mundial se tornando cada vez mais palpável.

Em 2025, essa ameaça já não parece apenas uma especulação alarmista. Com a Rússia recebendo apoio direto e indireto de potências autoritárias como a China e a Coreia do Norte, e os Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump se retirando do cenário, o Ocidente se vê desarticulado, hesitante e vulnerável. A formação de um novo eixo de poder, que desafia frontalmente os interesses da OTAN e da União Europeia, está em curso. E a pergunta que ecoa é: estamos dormindo enquanto a história se repete?

A China Não Está Neutra: Participação Estratégica e Silenciosa

A narrativa oficial chinesa é de “neutralidade” no conflito da Ucrânia. No entanto, as ações falam mais alto que os discursos diplomáticos. A China vem ampliando sua parceria com a Rússia desde 2022 com acordos bilionários de gás, petróleo e cereais, que garantem fôlego à economia russa frente às sanções ocidentais. Além disso, há evidências de cooperação tecnológica, militar e até logística entre os dois países.

Mas o ponto mais controverso é a presença de soldados chineses na Ucrânia. Recentemente, surgiram vídeos, imagens e relatos não verificados por grandes agências, mas amplamente discutidos em canais alternativos, mostrando combatentes com bandeiras da China, armamentos chineses e até registros em mandarim entre tropas aliadas à Rússia. O Kremlin afirma que são “voluntários”.

Ora, isso desafia a lógica mais básica. A China é uma ditadura digital e estatal, com vigilância extrema sobre seus cidadãos. Viajar para fora do país, especialmente para zonas de conflito, exige autorização governamental, e qualquer movimentação suspeita é monitorada por sistemas de crédito social e inteligência artificial. A versão de que cidadãos comuns estariam indo “por conta própria” lutar numa guerra estrangeira soa absurda.

Se há chineses em solo ucraniano, isso não é casualidade. É, sim, uma ação coordenada, autorizada  ainda que não oficializada pelo Partido Comunista Chinês, que mantém sua estratégia tradicional de guerra híbrida: interferir sem assumir. Pequim quer manter a imagem de potência pacificadora, enquanto usa suas redes para ajudar seu aliado estratégico. Uma jogada típica do “jogo longo” chinês.

Coreia do Norte: A Peça mais Instável do Tabuleiro

Kim Jong-un, ditador absoluto da Coreia do Norte, tem sido uma figura silenciosa porém estratégica na guerra. Relatórios da inteligência sul-coreana, ucraniana e americana indicam que o país tem fornecido munições, projéteis de artilharia, tanques modernizados de origem soviética, e até soldados ou instrutores técnicos para ajudar a Rússia.

Além disso, há indícios de que trabalhadores norte-coreanos foram enviados para áreas ocupadas pela Rússia para atuar em construção de infraestrutura de guerra uma forma de “ajuda humanitária” que, na prática, serve à manutenção da ocupação russa.

A Coreia do Norte, isolada internacionalmente e sem acesso a recursos, vê na aliança com Rússia e China uma tábua de salvação geopolítica. Em troca de apoio material, ajuda alimentar e respaldo diplomático, entrega sua colaboração militar e funciona como um elemento de instabilidade no leste asiático desviando a atenção dos EUA e da OTAN, que precisam lidar com mais de um tabuleiro de tensão simultaneamente.

Trump Volta ao Poder e Abandona a Ucrânia

Em 2025, Donald Trump voltou à presidência dos Estados Unidos, e com ele, a política externa americana deu um cavalo de pau. Em seus primeiros meses de governo, Trump suspendeu totalmente a ajuda militar à Ucrânia, encerrando o envio de armas, munições, veículos blindados e sistemas de defesa aérea. A retórica é clara: “essa não é nossa guerra”.

Ele também já ameaçou retirar os EUA da OTAN, caso os países europeus não aumentem seus gastos militares. A aliança, que desde 1949 era a espinha dorsal da defesa ocidental, agora parece enfraquecida, sem liderança efetiva, e profundamente dividida.

Enquanto isso, a Ucrânia, que resistia bravamente com o apoio ocidental, vê suas linhas de frente cederem. Os estoques de munição estão acabando. Os drones e sistemas de defesa antiaérea  essenciais contra os bombardeios russos estão parando por falta de manutenção e reposição. E as forças russas, mais bem equipadas por seus aliados orientais, avançam.

A OTAN Faz Vista Grossa?

A União Europeia e a OTAN continuam declarando apoio “incondicional” à Ucrânia, mas na prática, as ações são tímidas, lentas e muitas vezes puramente simbólicas. Os países do bloco enfrentam crises internas, disputas eleitorais, e o aumento do nacionalismo o que os impede de agir com firmeza. Enviar ajuda à Ucrânia virou uma questão política interna: um risco para governos impopulares que temem perder votos se parecerem "intervencionistas".

Além disso, há um temor claro de que enfrentar diretamente a Rússia, agora abertamente apoiada pela China e pela Coreia do Norte, poderia desencadear uma guerra de proporções catastróficas. A Rússia já deixou claro que considera o envio de armas modernas à Ucrânia uma ameaça existencial. E não é exagero imaginar que um ataque direto da OTAN levaria a uma resposta devastadora.

Estamos Rumo à Terceira Guerra Mundial?

Sim, é possível. E não é apenas uma teoria da conspiração. O mundo está dividido entre potências autoritárias e regimes democráticos frágeis, e o campo de batalha da Ucrânia é apenas o começo. Essa guerra não é só por território. É por influência. Por controle do sistema financeiro global. Pela hegemonia tecnológica. Pela definição de qual modelo político, ditadura ou democracia, irá dominar o século XXI.

A aliança entre Rússia, China e Coreia do Norte já é um fato. Seus líderes não escondem mais suas intenções. Enquanto isso, o Ocidente perde força e vontade. Os EUA se isolaram. A Europa está dividida. E o mundo inteiro está cada vez mais próximo de um abismo que muitos fingem não ver.

Conclusão: O Silêncio Também é Uma Escolha

A história já nos mostrou que guerras mundiais não começam de uma hora para outra. Elas se constroem aos poucos, com alianças discretas, provocações calculadas, e a omissão dos que poderiam impedir.

Hoje, ver soldados chineses na Ucrânia, sob o manto do “voluntariado”, é uma evidência grave de que a China participa sim, militarmente, dessa guerra apenas não assume. Ver Trump abandonar a Ucrânia e desdenhar da OTAN é mais do que estratégia política: é abrir espaço para que regimes autoritários avancem. Ver a Coreia do Norte enviar munição e homens para uma guerra que deveria ser europeia é ignorar o perigo iminente.

Se nada mudar, se o Ocidente continuar hesitando, se a sociedade seguir distraída com escândalos vazios e redes sociais, em breve talvez não estejamos mais discutindo uma guerra na Ucrânia mas sim, sobrevivendo a uma guerra mundial.


terça-feira, maio 20, 2025

Nova Guerra Mundial?

Estamos presenciando o prelúdio de uma nova guerra mundial?

O que antes parecia distante e isolado, hoje começa a ganhar contornos cada vez mais preocupantes. A guerra na Ucrânia, que já ultrapassou os três anos, não é mais apenas um conflito entre dois países. Aos poucos, está se tornando um tabuleiro geopolítico envolvendo potências globais de forma direta ou indireta. E tudo isso nos leva a uma pergunta inquietante: estamos assistindo ao prelúdio de uma terceira guerra mundial?

Recentemente, surgiram relatos e imagens indicando a presença de soldados norte-coreanos lutando ao lado das tropas russas no território ucraniano. Além disso, cresce a suspeita de que cidadãos chineses supostamente voluntários também estejam atuando ao lado da Rússia. Essa informação, por si só, já levanta questionamentos profundos. Afinal, a China é uma ditadura onde o governo controla rigidamente a saída dos seus cidadãos do país. Como seria possível, então, que soldados chineses saíssem livremente para “ajudar” em um conflito externo sem a chancela direta do governo? A resposta parece óbvia: não são voluntários. Se estão lá, é porque o regime chinês autorizou ou até enviou. E isso muda tudo.

A aliança entre Rússia, Coreia do Norte e China parece cada vez mais sólida. A Coreia fornece mão de obra e soldados, a China abastece com tecnologia, drones, armamentos e apoio diplomático disfarçado. A Rússia, por sua vez, age como ponta de lança dessa coalizão autoritária, testando a resistência do Ocidente e a paciência da OTAN.

Nesse cenário, o papel dos Estados Unidos, que sempre foram peça central nos conflitos globais, também mudou. Com a volta de Donald Trump à presidência em 2025, a política externa americana sofreu uma guinada brusca. Trump deixou claro que os Estados Unidos não pretendem mais continuar bancando a guerra na Ucrânia e criticou abertamente a OTAN por ser “ineficiente e cara”. A consequência direta disso foi a drástica redução de ajuda militar e financeira a Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, que agora se vê praticamente abandonado pelos aliados ocidentais.

A OTAN, por sua vez, parece fazer vista grossa. Apesar de alguns países ainda enviarem armamentos, há uma clara hesitação em confrontar a Rússia diretamente. O medo de uma escalada nuclear pesa, mas essa omissão pode custar caro. Enquanto isso, a China avança com seus interesses no Mar do Sul, ameaça Taiwan, estreita laços com o Irã e expande sua influência militar e econômica no globo, sem sofrer grandes sanções ou oposição real.

E a história nos ensina algo que não pode ser ignorado.

Historicamente, todas as grandes guerras mundiais começaram com pequenos conflitos localizados, que foram subestimados pelas potências globais. A Segunda Guerra Mundial é o exemplo mais claro disso: antes da invasão da Polônia em 1939, que oficialmente marcou o início do conflito, Hitler já havia testado os limites da comunidade internacional ao invadir a Áustria (Anschluss) e anexar a Tchecoslováquia, sem que houvesse uma resposta firme das democracias europeias. Ao ignorar esses sinais e tentar apaziguar um regime autoritário, o mundo cavou sua própria tragédia. O que começou como disputas regionais e promessas vazias de paz, rapidamente se transformou em um conflito planetário com consequências devastadoras. A história mostra que negligenciar pequenos incêndios é abrir caminho para um grande colapso global.

Portanto, o que está acontecendo hoje com a união silenciosa de ditaduras, a fraqueza das democracias e o desinteresse de quem poderia evitar o pior não pode mais ser tratado como um problema “dos outros”. É uma bomba-relógio sendo montada aos poucos. E, se ninguém cortar os fios certos a tempo, todos vamos ouvir a explosão.

Em breve, falaremos sobre atual conjuntura politica do mundo e a ameaça atômica que estamos encaminhando e que parece algo inevitável.

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segunda-feira, maio 19, 2025

Alexandre de Moraes quer fechar o Congresso?


Nos últimos dias, uma nova narrativa tem ganhado força em certos círculos políticos e redes sociais: a de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, estaria supostamente tentando fechar o Congresso Nacional. A afirmação, no entanto, carece de qualquer fundamento real e é mais um exemplo clássico de desinformação que alimenta o debate tóxico e confuso na política brasileira.

De onde surgiu essa história?

A fake news vem sendo impulsionada principalmente por grupos bolsonaristas nas redes sociais, em vídeos, mensagens de WhatsApp e publicações em canais alternativos de comunicação. A narrativa é simples: Moraes estaria concentrando poder demais, censurando parlamentares e agora, planejando o fechamento do Congresso.

Porém, não há qualquer declaração oficial, proposta, ato ou indício de que Alexandre de Moraes tenha sequer sugerido essa possibilidade. Muito pelo contrário: o STF tem reiterado publicamente o compromisso com a Constituição e a separação entre os Poderes.

Por que essa mentira ganha força?

A resposta está na estratégia política. Em tempos de tensão institucional, a desinformação se torna uma arma poderosa. Inventar que o ministro quer fechar o Congresso serve a um duplo propósito: criar pânico e desacreditar o Judiciário. É uma forma de transformar Moraes em inimigo da democracia uma ironia, considerando que as instituições que o acusam falsamente são as mesmas que, por vezes, flertaram com discursos golpistas no passado recente.

O papel da desinformação na polarização

Essa não é a primeira vez que o ministro Alexandre de Moraes é alvo de campanhas coordenadas de desinformação. Desde que assumiu a relatoria dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, ele se tornou figura central na defesa da institucionalidade democrática, o que desagradou muitos setores extremistas.

O ataque ao STF e ao Congresso por meio de mentiras serve à narrativa de que o país vive uma "ditadura da toga", conceito popularizado sem base jurídica ou factual. O objetivo? Inflamar uma base já radicalizada e promover rupturas institucionais.

O que dizem os fatos?

  • Não há projeto, ação ou fala pública de Moraes indicando qualquer plano para fechar o Congresso. 
  • O STF segue atuando dentro dos limites constitucionais. 
  • As investigações conduzidas por Moraes têm como foco crimes contra o Estado Democrático de Direito, incluindo tentativas de golpe e campanhas de desinformação. 
  • O Congresso Nacional continua funcionando normalmente, com total liberdade legislativa.

Conclusão: não se trata de opinião, mas de fatos

A mentira sobre o fechamento do Congresso é mais uma engrenagem na máquina de fake news que tenta enfraquecer a democracia brasileira. A liberdade de expressão não pode ser confundida com o direito de espalhar desinformação.

Cabe a todos, cidadãos, comunicadores e plataformas, a responsabilidade de verificar os fatos antes de compartilhar informações. Num país onde a democracia ainda é jovem e frágil, proteger a verdade é proteger o futuro.


sábado, maio 17, 2025

Carlinhos e a Amarelinha

Carlo Ancelotti e a Seleção devem virar assuntos cotidianos aqui no blog. Ando escutando tanta asneira por ai que fica difícil ficar calado. To quase criando um canal no you tube e gravando videos pra falar sobre determinados assuntos, porque só escrever, ta sendo pouco. Dito isso, vamos à polemica da vez!

O anúncio de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira causou um abalo que foi muito além do futebol. Bastou o nome do italiano vir à tona para que parte da velha guarda, ex-jogadores, comentaristas e técnicos puxasse o coro: "Devolvam nossa amarelinha para os brasileiros!"

Mas espera aí,  devolver o quê? A camisa da Seleção virou propriedade privada de quem fala português com sotaque de boleiro dos anos 90? Ou estamos esquecendo que o futebol é, antes de tudo, um jogo e que o objetivo é ganhar?

Entre as reclamações mais repetidas, está a de que Ancelotti "não declarou amor pela amarelinha". Como se amor por uma camisa fosse pré-requisito para assumir a Seleção e não competência, currículo e visão tática. Ancelotti ainda está sob contrato com o Real Madrid. Ele é um profissional. Ponto. E se manter profissional não significa desprezar a Seleção, mas sim respeitar o próprio ofício.

O discurso de "devolvam a Seleção aos brasileiros" é, no fundo, um grito desesperado de quem se recusa a encarar o óbvio, não temos hoje, no Brasil, um técnico com a capacidade comprovada de Ancelotti. E não é por falta de oportunidade.

Os "melhores do Brasil", Tite, Dunga, Felipão, Mano Menezes, Dorival, Diniz (pasmem) entre outros, passaram pela Seleção com promessas de renovação, mas saíram deixando mais dúvidas que conquistas. Em vez de buscarmos evolução, preferimos reciclar os mesmos nomes em looping eterno entre clubes do Brasileirão.

Boa parte dos técnicos brasileiros está parada no tempo. A maioria vive no rodízio dos mesmos clubes, com ideias envelhecidas, treinos previsíveis e táticas que não assustam nem time de segunda divisão europeia. Poucos se reinventam. Poucos estudam. E raros são os que se abrem ao novo, a maioria estacionam em sua zona de conforto.

A rejeição a técnicos estrangeiros, como vimos também com Luis Zubeldía no São Paulo, não é novidade. Sempre que um treinador de fora assume um clube ou a Seleção, pipocam críticas disfarçadas de "defesa do futebol brasileiro", quando na verdade o que se vê é uma xenofobia escancarada. É como se o fato de ser estrangeiro invalidasse o mérito, o preparo e os resultados. Ora, se for pra colocar um brasileiro só por ser brasileiro, então que coloquem o Zé da esquina. Afinal, é nacional, né? Isso é xenofobia disfarçada de Patriotismo.

O Futebol tem que estar acima do Passaporte. A verdade que muita gente evita dizer em voz alta é que Ancelotti não foi escolhido por ser italiano, ele foi escolhido porque é um dos melhores técnicos do mundo. O que mais precisa ser dito? Enquanto a Seleção virou espaço de disputa ideológica, a bola continua pedindo apenas uma coisa, que joguem por ela. E, se possível, que a façam rolar com inteligência, ousadia e competência. Coisas que, ultimamente, não têm sido marcas registradas do nosso futebol.

Dia 26, ele é oficialmente técnico da Seleção. Teremos um post sobre o assunto.

Até lá!

quinta-feira, maio 15, 2025

Quando a Ignorância Vira Orgulho: o Brasil sob o Bolsonarismo

Esses dias me deparei com duas falas que resumem perfeitamente o buraco onde parte da nossa sociedade caiu. Não são apenas frases soltas, são espelhos sujos que refletem uma época em que o pior das pessoas foi trazido à tona com orgulho. 

A primeira dizia: 

Vídeos do Nicolas informam muito mais que qualquer narrativa mentirosa de esquerda, Nicolas mata a cobra e mostra o pau, vocês roubam a cobra.” 

A segunda, ainda mais absurda, afirmava: 

Nunca leia livros. Eles vão te doutrinar. Informação é coisa de esquerdista. Você se educa com grupos do WhatsApp e vídeos do Nicolas.” 


As duas circulam nas redes como verdades absolutas, consumidas por quem já perdeu o senso crítico, e defendem com unhas e dentes uma ideologia que não tem nada de ideológica: é puro fanatismo disfarçado de opinião.

Essas falas representam a essência do bolsonarismo. Um movimento que não é apenas político, mas cultural, psicológico e até espiritual no pior dos sentidos. Elas mostram como se construiu no Brasil um culto à personalidade, onde o que importa não é o argumento, mas quem grita mais alto. O “Nicolas” (Nikolas Ferreira, deputado federal conhecido por discursos inflamados e desinformação) virou um símbolo de uma verdade fabricada, que não precisa de comprovação, apenas de aplauso. Não importa o que ele diz, importa que ele diga com firmeza, com aquela entonação de quem está “revelando os bastidores do sistema”. Isso substitui o pensamento. Isso elimina o debate. Isso autoriza o ódio.

A metáfora grotesca do “matar a cobra e mostrar o pau” não é só vulgar, ela é a encarnação do bolsonarismo como projeto de brutalidade. A verdade, para eles, não precisa ser elegante, nem precisa ser verdade. Basta ser agressiva. E qualquer um que se oponha é automaticamente um inimigo: frouxo, mentiroso, ladrão. A oposição não apenas discorda, ela “rouba a cobra”. O outro não é adversário político, é traidor da pátria. Essa mentalidade não nasceu do nada. Foi plantada e regada com anos de retórica violenta, teorias da conspiração e a santificação da ignorância.

E por falar em ignorância, a segunda fala é ainda mais reveladora. “Nunca leia livros.” Essa frase, se lida fora de contexto, pareceria uma paródia. Mas não é. Ela é real. Ela é o grito de guerra de uma geração que aprendeu a odiar o saber. Ela reflete um Brasil no qual o conhecimento virou ameaça, os livros são vistos como armadilhas e “ser educado” é coisa de comunista. Isso não é acaso. É um projeto. Um projeto de manter as pessoas presas numa bolha de WhatsApp, onde a realidade é moldada por memes, vídeos editados e palavras de ordem. “Estudar” virou sinônimo de “doutrinação” e “se informar” virou motivo de desconfiança.

O bolsonarismo não inventou o racismo, a misoginia ou a homofobia. Mas ele fez algo pior: deu permissão para que tudo isso voltasse a ser dito em voz alta, com orgulho. Gente que antes escondia o preconceito, agora exibe como bandeira. O discurso de “bandido bom é bandido morto” virou política pública. A chacina virou mérito. A morte virou solução. Tudo em nome de uma moral seletiva e distorcida que serve apenas para justificar a violência. O resultado está aí: ataques a professores, a jornalistas, a artistas, a cientistas. O desprezo pelas universidades. O ódio à cultura. O medo da arte. O riso diante da dor alheia. Isso não é conservadorismo. Isso é regressão com orgulho.

E o mais perigoso de tudo é que essa lógica não depende de argumentos. Ela depende de adesão. Não importa se é verdade, importa se confirma o que eu quero acreditar. E se alguém ousa questionar, vira inimigo. O bolsonarismo não debate, ele cancela, lincha, silencia. E nisso, transformou o cotidiano das pessoas. Criou brigas em famílias, destruiu amizades, fez do ódio um hábito. Tornou normal desejar o mal ao outro só por pensar diferente.

É por isso que é tão urgente combater esse tipo de pensamento, não com mais grito, mas com lucidez. Porque o Brasil precisa, mais do que nunca, reaprender a pensar. E pra isso, a gente vai precisar voltar a fazer o que eles mais temem: ler, escutar, conversar e refletir.

Finalizo com esse outro post, que traz uma verdade dura pra nossa sociedade


Não sei até quando essa loucura vai durar ou se um dia vai acabar. Sinceramente, não acredito que o Brasil vá "se curar", não com tanto roubo, crime, fraude e corrupção normalizados em todos os níveis. Não é só na política, virou rotina, pois passar a perna no outro virou cultura. O jeitinho brasileiro, que já foi visto como criatividade diante das dificuldades, hoje é sinônimo de trambique, de vantagem em cima do próximo. E aí fica difícil negar: o problema estrutural do Brasil... são os próprios brasileiros.

Nos vemos por ai.
Até breve.


quarta-feira, maio 14, 2025

Ewoks - Star Wars

Para encerrar nossos posts para a semana star wars (bem atrasado), não podiam faltar os ursinhos que mais amamos na serie star wars, EWOKS!


A primeira reação de muita gente quando viu os Ewoks pela primeira vez foi franzir a testa. No meio de uma galáxia com sabres de luz, caças estelares, vilões mascarados e dilemas existenciais sobre o lado sombrio da Força, surgem… ursinhos. Pequenos, peludos, tribais. Pareciam saídos de um comercial de pelúcia e não de uma saga espacial sobre rebelião, ditadura e redenção. Mas aí vem a reviravolta: esses carinhas derrotaram o Império Galáctico. E não foi por acidente.

No planeta florestal de Endor, os Ewoks representam a rebeldia primitiva, a força de uma sociedade aparentemente frágil enfrentando uma potência militar com andadores blindados e armamento de ponta. O embate entre eles é simbólico. Enquanto o Império representa a tecnologia opressora, o controle absoluto e o desprezo pelas formas de vida “inferiores”, os Ewoks são a natureza organizada, o instinto coletivo, a inteligência tática dos que conhecem seu território e não se deixam intimidar pelo tamanho do inimigo.

Muita gente torceu o nariz para a ideia de que pedras, troncos e armadilhas rudimentares poderiam vencer stormtroopers e AT-STs. Mas George Lucas sabia o que estava fazendo. Há ecos de guerras reais ali. Povos indígenas enfrentando colonizadores, Vietnã contra os EUA, guerrilhas que, mesmo com menos recursos, usam o ambiente, a criatividade e a união para virar o jogo. Os Ewoks são parte de uma tradição narrativa no qual os “pequenos” vencem os gigantes e isso sempre incomoda quem espera vitórias baseadas em poder e não em propósito.

Além disso, há algo essencialmente Star Wars nos Ewoks. Eles mostram que a Força não escolhe lados por aparência, tecnologia ou discurso. A Força está em todo lugar. Está no Jedi que medita, no Sith que manipula, mas também naquele que age com coragem por sua comunidade, mesmo sem entender o que é um sabre de luz. Os Ewoks não sabiam o que era a Rebelião, mas viram a ameaça, escolheram um lado e lutaram. E venceram!

O desconforto de ver o Império ser derrotado por “ursinhos” diz mais sobre nossas expectativas de grandiosidade do que sobre a narrativa em si. A galáxia não precisava de outro exército de clones, mas de um lembrete de que arrogância e excesso de confiança podem ser fatais. Que o Império tenha caído por subestimar a floresta e seus habitantes não é apenas um artifício narrativo. É uma lição de humildade.

E talvez seja justamente isso que incomoda tanto. A ideia de que a vitória final da trilogia clássica veio não com a explosão de uma superarma, mas com o trabalho em equipe de seres que pareciam insignificantes. Porque se até os Ewoks puderam mudar o curso da história galáctica, quem mais está sendo subestimado por aí?

No fim, os Ewoks não são só um alívio cômico ou um aceno ao mercado de brinquedos. Eles são o lembrete de que a esperança pode vir dos lugares mais improváveis. Que o império mais poderoso pode ruir por não entender o valor da simplicidade. E que às vezes, os ursinhos vencem.

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Apesar de terem surgido em O Retorno de Jedi (1983), os Ewoks ganharam seu próprio espaço no universo de Star Wars com filmes e animações nos anos 80, voltados principalmente para o público infantil. Aqui vai a lista dos filmes (live-action) dedicados a eles:


Caravana da Coragem: Uma Aventura Ewok (Caravan of Courage: An Ewok Adventure) – 1984

Um filme feito para a TV nos EUA. Conta a história de dois irmãos humanos, Cindel e Mace Towani, que caem no planeta Endor e precisam da ajuda dos Ewoks para resgatar seus pais de um monstro gigante chamado Gorax.

Ewoks: A Batalha de Endor (Ewoks: The Battle for Endor) – 1985

Continuação direta de Caravana da Coragem. Desta vez, Cindel é a única sobrevivente da sua família e se junta ao Ewok Wicket e a um eremita chamado Noa para enfrentar uma nova ameaça no planeta.

Esses dois filmes se passam antes dos eventos de O Retorno de Jedi e têm uma pegada bem diferente do resto da saga: mais fantasia do que ficção científica, com criaturas mágicas, vilões místicos e uma atmosfera meio conto de fadas. Embora não sejam canônicos no atual universo de Star Wars (desde a reformulação feita pela Disney em 2014), eles permanecem como parte do "Legends", o antigo universo expandido.

Para completar, estou montando um diorama da Vila Ewoks para colocar na parede. Quando ficar pronto, publico aqui e no Instagram.

Até a próxima!


segunda-feira, maio 12, 2025

Cronologia Star Wars


O universo de Star Wars é gigantesco. Não só em tamanho galáctico, mas em quantidade de produções que expandem a saga além dos filmes clássicos. Se você sempre se perguntou por onde começar (ou como reorganizar a maratona), aqui está a linha do tempo definitiva com filmes, séries e animações em ordem cronológica dos eventos. Prepare o sabre de luz, a pipoca e a playlist de John Williams, porque a viagem começa agora!

The Acolyte (2024)

A primeira produção live-action ambientada na Alta República, cerca de 100 anos antes da trilogia prelúdio. Aqui, acompanhamos o surgimento do lado sombrio da Força enquanto a galáxia ainda respira um aparente equilíbrio. Intrigas, assassinatos e os Jedi começando a perder o controle da situação.

The Acolyte nos leva a um período raramente explorado, os Jedi estão no auge de seu poder, guardiões respeitados da paz e da ordem, e a galáxia vive uma era de prosperidade. Mas nem tudo está tão harmonioso quanto parece. Aos poucos, vemos as rachaduras começarem a se formar tanto dentro da Ordem Jedi quanto fora dela, onde uma ameaça antiga e esquecida começa a despertar.

A série propõe um thriller de mistério, com uma protagonista envolta em segredos e conspirações que desafiam a narrativa tradicional Jedi x Sith. The Acolyte é essencial para quem quer entender como o lado sombrio da Força foi se infiltrando nos bastidores antes da queda da República. Mais do que uma prequel, é uma aula de tensão e construção de mundo.

Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999)

Tudo começa quando dois Jedi, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi, descobrem um menino chamado Anakin Skywalker. Ao mesmo tempo, Darth Maul surge com seu sabre duplo e uma guerra comercial está prestes a explodir. É política, Força e corridas de pods no melhor estilo George Lucas. Resumidamente é isso.

Aqui está a origem da saga como a conhecemos hoje pelo menos na ordem cronológica. A Ameaça Fantasma apresenta o jovem Anakin Skywalker, um escravo com uma ligação excepcional com a Força. Mas o foco principal do filme é outro: a instabilidade política da galáxia. A Federação do Comércio bloqueia Naboo, a rainha Padmé Amidala busca ajuda no Senado, e dois Jedi, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi, investigam a situação, sem perceber que estão sendo manipulados por uma força obscura maior.

Apesar de suas polêmicas (Jar Jar Binks, estamos falando de você), o filme é fundamental para entender as origens do conflito que dominará toda a trilogia. Além disso, temos a introdução de Darth Maul, um dos vilões mais estilosos da saga, e uma das melhores lutas com sabre de luz até hoje.

Episódio II – Ataque dos Clones (2002)

A galáxia entra em crise. Jedi estão sendo assassinados, um exército clone aparece do nada e o jovem Anakin começa a trilhar um caminho sombrio. É o início da Guerra dos Clones.

Cerca de dez anos depois do episódio I, vemos uma República enfraquecida, Jedi sobrecarregados e uma ameaça ainda maior se formando nas sombras. Ataque dos Clones mostra Anakin Skywalker dividido entre seu dever como Jedi e seus sentimentos por Padmé, que agora é Senadora. Seu romance proibido é o motor emocional do filme e também o início da tragédia que está por vir.

Enquanto isso, Obi-Wan investiga uma tentativa de assassinato que o leva até Kamino, onde descobre a criação de um exército de clones encomendado, teoricamente, pelos próprios Jedi. A guerra está prestes a explodir, manipulada por uma figura misteriosa: o Conde Dookan, ex-Jedi convertido ao lado sombrio.

É aqui que o universo de Star Wars começa a se transformar de um drama político para uma guerra total. O título não mente os clones atacam e o equilíbrio começa a ruir.

Star Wars: The Clone Wars (2008–2020)

Animação essencial. Aprofunda os eventos entre os episódios II e III, apresenta personagens incríveis como Ahsoka Tano e mostra os horrores da guerra. É aqui que Anakin vira um verdadeiro herói… até começar a cair.

Se os filmes mostram a Guerra dos Clones de forma superficial, essa animação mergulha fundo na lama do conflito. The Clone Wars não é apenas uma das melhores produções de Star Wars é, para muitos fãs, o verdadeiro coração da saga. Com arcos complexos, desenvolvimento de personagens e um cuidado extremo com os detalhes, a série mostra o impacto da guerra nos Jedi, nos clones e na galáxia.

Ahsoka Tano, a aprendiz de Anakin, surge como uma das personagens mais queridas e bem construídas da franquia. Vemos Anakin amadurecendo como general, mas também sendo corroído pela guerra e pela raiva. Obi-Wan enfrenta dilemas éticos, e até os clones, antes vistos como peças genéricas, ganham alma e individualidade.

O último arco da série se conecta diretamente com A Vingança dos Sith, fazendo do final de The Clone Wars uma das experiências mais emocionantes e trágicas da saga.

Episódio III – A Vingança dos Sith (2005)

O Império nasce. Anakin Skywalker se transforma em Darth Vader, os Jedi são exterminados na icônica Ordem 66 e a galáxia mergulha em trevas. O final da República nunca foi tão épico e trágico.

Aqui, tudo se encaixa e tudo desmorona. A Vingança dos Sith é talvez o episódio mais trágico de toda a saga. A guerra chegou ao ápice, a galáxia está em frangalhos, e a manipulação de Palpatine atinge seu objetivo final: transformar Anakin Skywalker em Darth Vader. É uma jornada dolorosa ver um herói tão poderoso cair, não por fraqueza, mas por amor, medo e ilusão.

Os Jedi são exterminados pela Ordem 66, uma das cenas mais impactantes da saga, e a República se transforma oficialmente no Império Galáctico. Padmé morre, os filhos de Anakin são separados e escondidos. É o marco da virada, onde a esperança parece ter desaparecido mas, nas entrelinhas, ela sobrevive.

Esse filme é mais do que um capítulo: é o elo entre o heroísmo idealista do passado e o desespero opressivo que virá.

Star Wars: The Bad Batch (2021–)

Logo após a queda da República, um grupo de clones "defeituosos" se torna renegado e tenta sobreviver no início do Império. É tipo o "Esquadrão Suicida" do universo Star Wars, só que com mais coração.

Spin-off direto de The Clone Wars, essa animação acompanha um grupo de clones que, por não serem afetados pela Ordem 66, se tornam foras da lei em meio ao nascimento do Império. O grupo, conhecido como Lote Ruim (ou Bad Batch), tenta encontrar seu lugar em uma galáxia que virou as costas para eles.

A série traz um olhar mais íntimo sobre os primeiros anos do Império e as consequências imediatas da queda dos Jedi. Também aprofunda a questão da identidade dos clones, que agora são descartados em prol de um novo tipo de exército. Há ação, emoção e muita crítica sobre como regimes autoritários tratam aqueles que não servem mais aos seus propósitos.

Obi-Wan Kenobi (2022)

Anos depois da traição de Anakin, o velho mestre Jedi vive recluso em Tatooine… até ser forçado a sair da sombra para proteger a pequena Leia. Um drama com peso emocional e um novo duelo com Darth Vader.

Passada cerca de dez anos após A Vingança dos Sith, essa minissérie mostra um Obi-Wan derrotado, escondido, vigiando de longe o jovem Luke Skywalker. Mas os fantasmas do passado não o deixam em paz. Quando a pequena Leia Organa é sequestrada, Kenobi se vê forçado a sair do exílio e enfrentar tanto seus inimigos quanto suas próprias culpas.

A série traz um duelo intenso e emocional entre Obi-Wan e Darth Vader, reacendendo uma chama que parecia apagada. Ao mesmo tempo, mostra como a esperança resiste, mesmo nos corações mais abalados. Ver Obi-Wan, um mestre outrora confiante, se reerguer aos poucos é como assistir a uma velha chama sendo reacendida. É pessoal, doloroso e absolutamente necessário para quem acompanha essa saga desde os primeiros passos. A luta final entre Vader e Obi-Wan vale toda serie. É uma incrível volta aos velhos tempos de Star Wars e uma inigualável chance de ver os dois em seu auge de força e poder. 

Solo: Uma História Star Wars (2018)

A juventude do canalha mais amado da galáxia: Han Solo. Conhecemos Chewie, Lando, a Millennium Falcon e a origem do “parsec” mal interpretado por décadas. Uma aventura despretensiosa que entrega mais do que promete.

Solo é uma daquelas histórias que, mesmo sabendo o destino do personagem, conseguem surpreender no percurso. Aqui, vemos o jovem Han Solo antes de se tornar o piloto cínico e carismático que conhecemos em Uma Nova Esperança. A galáxia ainda está sob o domínio do Império, e Han é apenas um sobrevivente tentando escapar da miséria de Corellia com sua paixão, Qi'ra.

O filme mergulha no submundo do crime espacial, com sindicatos como o Crimson Dawn, e mostra o lado marginal da galáxia onde não há Sith ou Jedi, mas lealdades compradas, traições e ambições. É também aqui que vemos como Han conhece Chewbacca, seu inseparável parceiro, e como ganha a icônica Millennium Falcon de Lando Calrissian em um jogo de sabacc.

Apesar das críticas na época do lançamento, Solo tem méritos importantes: expande o universo com tons de faroeste espacial, cria um Han mais vulnerável (e, por isso, mais humano), e ainda planta sementes para tramas futuras, com a inesperada aparição de Darth Maul liderando os bastidores do crime galáctico. É a história de um garoto que queria fugir… e acabou se tornando uma lenda. (Forcei bastante nessa, ok)

Star Wars Rebels (2014–2018)

Animação que começa como algo simples, mas vira uma das histórias mais impactantes do universo expandido. 

Enquanto os Jedi desaparecem da galáxia, um novo tipo de herói surge. Rebels acompanha Ezra Bridger, um órfão sensível à Força, que se junta a um pequeno grupo de rebeldes liderados por Kanan Jarrus um Jedi sobrevivente da Ordem 66. Essa série é uma ponte perfeita entre o fim da trilogia prelúdio e o início da trilogia clássica.

Aqui, vemos o crescimento da Aliança Rebelde, os primeiros movimentos de resistência e a volta de personagens como Ahsoka Tano e até Darth Maul. A série equilibra bem momentos leves e temas profundos, mostrando que a luta contra o Império começou muito antes de Leia enviar uma certa mensagem a um certo droide.

Além disso, Rebels expande o misticismo da Força com conceitos novos e ousados, como o “Mundo Entre Mundos”. Um dos pontos altos da saga para quem quer entender a força além do maniqueísmo tradicional.

Andor (2022–)

A série mais pé no chão de Star Wars. Foca na vida de Cassian Andor antes de Rogue One e mostra como a rebelião começou de verdade. Sem sabres, mas com diálogos afiados e uma carga política intensa.

Andor é Star Wars em seu tom mais adulto, político e realista. Mas o mais impactante da série é como ela mostra o dia a dia sob um regime opressor. Não há sabres de luz, não há grandes batalhas espaciais o que há é medo, desconfiança, injustiça… e, lentamente, esperança. Andor nos lembra que nem toda revolução começa com um herói: às vezes, começa com uma faísca no meio do desespero.


Rogue One: Uma História Star Wars (2016)

Essa é, para muitos, a melhor produção da era Disney. Rogue One mostra como os planos da Estrela da Morte chegaram às mãos da Princesa Leia. Mas mais do que isso, mostra o custo real da guerra. Nenhum dos protagonistas sobrevive, e ainda assim, é um dos finais mais esperançosos de toda a saga.

Jyn Erso, filha de um dos criadores da arma imperial, lidera um grupo suicida em uma missão impossível. É uma história sobre sacrifício, coragem e o que significa lutar por algo maior. A cena final com Darth Vader em fúria é a ponte direta para Uma Nova Esperança e uma das sequências mais eletrizantes da franquia.


Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977)

Aqui foi onde tudo começou. O filme que, em 1977, mudou para sempre a história do cinema. A simplicidade da trama esconde um poder mítico: o chamado à aventura, o nascimento do herói, a luta contra o império opressor. Luke Skywalker, um jovem fazendeiro de Tatooine, recebe uma mensagem escondida em um droide e sua vida nunca mais será a mesma.

Ao lado de Han Solo, Chewbacca, Leia Organa, C-3PO e R2-D2, Luke embarca numa missão desesperada para destruir a arma mais mortal da galáxia: a Estrela da Morte. O duelo com Darth Vader ainda é envolto em mistério, e Obi-Wan Kenobi é o velho mestre que traz o passado à tona. A Força, o Império, os Jedi tudo era novo e mítico.

É o episódio que colocou Star Wars no mapa e ensinou uma geração que, mesmo nos tempos mais sombrios, a esperança pode brilhar como uma estrela.

Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980)

Se o Episódio IV é sobre o nascimento da esperança, O Império Contra-Ataca é sobre o preço que se paga por ela. Aqui, os mocinhos perdem. E perdem feio. A Rebelião está sendo esmagada, Luke enfrenta seus próprios limites, e a revelação mais impactante da saga acontece.

É o filme mais sombrio e emocional da trilogia clássica, com destaque para o treinamento de Luke com Yoda em Dagobah e o cerco cruel do Império em Hoth. Enquanto isso, Han e Leia vivem um romance tenso em meio à guerra, que termina com Han congelado em carbonita e Leia desesperada.

Foi ousado para a época mostrar os heróis tão vulneráveis, e por isso mesmo, o filme se tornou cultuado. É quando Star Wars deixa de ser apenas uma aventura espacial e se transforma em uma verdadeira ópera galáctica.

Episódio VI – O Retorno de Jedi (1983)

Luke encara Vader, o Imperador volta à cena, e os Ewoks vencem com gravetos. A redenção de Anakin e o fim do Império... ou pelo menos era o que pensávamos.

Luke Skywalker agora é um Jedi completo, pronto para enfrentar o pai e o próprio destino. Mas ele sabe que a verdadeira vitória não está em destruir Vader, e sim em resgatá-lo. É aqui que Star Wars revela sua alma: não é uma história de guerra, mas de redenção.

O filme começa com a missão de resgatar Han Solo das garras de Jabba the Hutt, numa sequência cheia de ação, humor e criaturas bizarras. Depois, a Rebelião prepara o ataque final contra a nova Estrela da Morte, construída pelo Imperador Palpatine para consolidar o poder do Império.

O clímax emocional ocorre na sala do trono: Vader, dilacerado entre lealdade e amor, faz sua escolha e destrói Palpatine para salvar o filho. Morre como Anakin Skywalker, encerrando o ciclo de tragédia iniciado décadas antes.

É um encerramento épico para a trilogia original e para a saga dos Skywalker, ou assim pensávamos.

The Mandalorian (2019–)

Anos após o episódio VI, um caçador de recompensas encontra um misterioso bebê da raça do Yoda. Din Djarin e Grogu (o Baby Yoda) conquistaram o mundo e reacenderam a paixão por Star Wars. Tem fan service, sim. E a gente ama.

Quando tudo parecia perdido para a franquia após a trilogia sequel, The Mandalorian apareceu como uma rajada de ar fresco. Ambientada poucos anos após O Retorno de Jedi, a série nos leva para os confins da galáxia, longe dos Skywalkers e das batalhas clássicas, para seguir um caçador de recompensas mandaloriano, o enigmático Din Djarin em uma jornada quase solitária.

Mas é quando ele encontra uma pequena criatura da mesma espécie de Yoda, conhecida como Grogu (ou “Baby Yoda”, para os íntimos), que tudo muda. A relação dos dois é o coração da série. The Mandalorian mistura faroeste, samurais e paternidade improvável, trazendo um tom épico, emocional e com doses de ação pontuais.

Além disso, a série reconectou o público com o legado de Star Wars ao incluir personagens como Ahsoka Tano, Boba Fett e até Luke Skywalker rejuvenescido digitalmente. É uma aula de como expandir o universo sem se perder no fan service. Inclusive, o ultimo episodio da segunda temporada da serie, tem uma das cenas mais sensacionais que já vi em toda saga.

O Livro de Boba Fett (2021)

Boba volta dos mortos (literalmente) e tenta governar Tatooine como um chefão. A série é meio The Mandalorian 2.5, mas tem momentos memoráveis e a volta de personagens queridos.

Depois de sobreviver ao Sarlacc, Boba Fett retorna. A série foca na tentativa do lendário caçador de recompensas de se estabelecer como senhor do crime em Tatooine, assumindo o trono de Jabba e tentando governar com respeito em vez de medo.

Com momentos bons e outros questionáveis, O Livro de Boba Fett mistura ação com política criminal intergaláctica. Vemos flashbacks do passado de Boba com os Tusken Raiders, sua redenção pessoal e seus desafios para manter a ordem num território cheio de traições e alianças frágeis.

Curiosamente, alguns dos episódios mais elogiados da série são aqueles que desviam para focar em Din Djarin e Grogu quase funcionando como uma temporada 2.5 de The Mandalorian. Apesar das críticas, a série expande o lado marginal da galáxia e fecha arcos que estavam abertos desde os anos 80.

Ahsoka (2023)

A ex-Jedi continua sua busca por Ezra Bridger e enfrenta o grande vilão Thrawn. É a continuação direta de Rebels, só que em live-action. E ainda temos Sabine, Hera, Anakin e várias surpresas da Força.

Ahsoka Tano, ex-padawan de Anakin Skywalker, finalmente ganha sua série solo em live-action. Depois de ser uma das personagens mais queridas das animações, a série a traz como uma guerreira sábia e solitária, rastreando ameaças remanescentes do Império, principalmente o temido Grão-Almirante Thrawn.

Ahsoka funciona como uma continuação espiritual de Star Wars: Rebels, reunindo personagens como Sabine Wren, Hera Syndulla e Ezra Bridger, e expandindo a mitologia Jedi com elementos místicos, viagens intergalácticas e conceitos profundos da Força.

É também um ensaio para o que pode vir a ser uma nova ameaça em escala galáctica, sugerindo que a queda do Império não trouxe exatamente paz. A série mergulha em temas como legado, perda e responsabilidade, preparando o terreno para futuros grandes eventos como o filme de Dave Filoni, que deve unir todas essas tramas.

Skeleton Crew - (2024)

A série Skeleton Crew se encaixa na cronologia de Star Wars durante a era da Nova República, mais precisamente entre os episódios VI (O Retorno de Jedi) e VII (O Despertar da Força), dentro da mesma linha do tempo de The Mandalorian, Ahsoka e The Book of Boba Fett. Acredita-se que os eventos aconteçam pouco depois da terceira temporada de The Mandalorian.

Esse período é marcado por um vácuo de poder após a queda do Império, onde a Nova República tenta restabelecer a ordem, mas enfrenta o surgimento de forças remanescentes imperiais aquelas que mais tarde darão origem à Primeira Ordem. É nesse caos galáctico que a série se desenvolve.

O foco de Skeleton Crew não está em grandes batalhas nem em personagens consagrados da franquia, mas sim em uma jornada intimista: um grupo de crianças de um planeta pacato se vê perdido em regiões inexploradas da galáxia. A trama é mais uma “história de amadurecimento” do que um conflito galáctico direto mas ambientada no universo Star Wars.

Episódio VII – O Despertar da Força (2015)

Rey, Finn e Poe entram em cena. Han e Leia voltam. Luke está desaparecido. A Primeira Ordem ressurge com uma nova Estrela da Morte (sim, de novo). Um recomeço nostálgico.

Trinta anos depois de O Retorno de Jedi, a galáxia ainda está em guerra. O Império caiu, mas em seu lugar surgiu a Primeira Ordem uma versão mais fanática e destrutiva. Surge então Rey, uma jovem solitária em Jakku, que se vê no centro de uma nova jornada ao encontrar BB-8, um droide com informações vitais.

O filme resgata a estrutura de Uma Nova Esperança, com naves, lutas, sabres e um novo vilão: Kylo Ren, neto de Darth Vader. Ao trazer de volta Han, Leia e Luke (mesmo que brevemente), o filme se equilibra entre o legado e a novidade.

Apesar das críticas por se parecer demais com o Episódio IV, O Despertar da Força foi um sucesso gigantesco e reacendeu o amor pela saga, apresentando uma nova geração de personagens e mistérios mesmo que nem todos fossem bem resolvidos.

Episódio VIII – Os Últimos Jedi (2017)

O mais divisivo dos filmes. Luke desencantado, Rey buscando seu lugar, Snoke morre cedo e Kylo Ren assume tudo. Um filme ousado que quebrou expectativas e fãs no meio.

Se tem um filme que quebrou a internet, para o bem ou para o mal, foi esse. Rian Johnson resolveu subverter tudo: heróis falham, mitos caem, a Força é para todos. Luke Skywalker, antes símbolo da esperança, é apresentado como um exilado amargo e relutante.

Rey busca treinar com Luke, Kylo Ren busca eliminar o passado, e a Rebelião tenta sobreviver com poucos recursos. O filme mergulha em dilemas filosóficos e existenciais, questionando o próprio papel dos Jedi. Para alguns, foi uma renovação ousada e necessária; para outros, uma traição ao legado.

O fato é que Os Últimos Jedi se arrisca como poucos filmes da franquia, e ainda hoje gera debates acalorados o que, convenhamos, também faz parte da mitologia Star Wars.

Episódio IX – A Ascensão Skywalker (2019)

Fechando a saga dos Skywalker, o Episódio IX tenta unir todas as pontas soltas, agradar aos fãs e concluir uma história iniciada em 1977. E nisso reside seu maior problema: a pressa. O retorno do Imperador Palpatine, a revelação da origem de Rey, a redenção de Kylo Ren tudo acontece com velocidade e impacto visual, mas nem sempre com profundidade.

Mesmo com suas falhas, A Ascensão Skywalker entrega emoção, cenas épicas de batalha, e o final simbólico de uma era. Rey assume o nome Skywalker, Kylo encontra redenção, e a Resistência triunfa mais uma vez.

É o adeus a uma linhagem que moldou o destino da galáxia… mas não necessariamente o fim de Star Wars.

O que vem por ai?

Essa é a linha do tempo oficial e mais completa de Star Wars até agora. E se você acha que acabou… bem, com o universo expandido crescendo, sempre pode vir mais por aí. Direto saem rumores sobre uma nova trilogia. O importante é lembrar: não importa a ordem em que você assiste, o que importa é se divertir na galáxia muito, muito distante.

Que a Força esteja com você!