sexta-feira, dezembro 05, 2025

O Telefone do Sr Harrigan


Tem filmes que chegam quietos, sem prometer muito, e acabam deixando uma pulga atrás da orelha. O Telefone do Sr. Harrigan é exatamente assim. E, claro, não dá para ignorar o motivo principal de eu ter ido atrás dele: Stephen King. O homem tem essa habilidade estranha de pegar situações simples, quase mundanas, e torcer até virar algo que mexe com a gente por dentro.

A história acompanha Craig, um garoto do interior que começa a ler para um milionário recluso chamado Sr. Harrigan. É um trabalho simples, quase uma rotina de companhia, mas que acaba moldando a formação do menino. Enquanto os colegas estão mergulhados no mundo dos celulares, e o filme mostra isso de maneira direta, com a escola literalmente separada entre quem tem iPhone, quem tem outra marca e quem não tem nada, Craig passa tardes inteiras lendo clássicos. Sem discurso motivacional, sem grandes lições. Só leitura mesmo, daquelas que vão afiando o pensamento aos poucos.

Quando Craig finalmente ganha um iPhone e decide comprar um igual para o Sr. Harrigan, o tom muda. Ali começa o que parece quase uma propaganda da Apple. iPhone pra todo lado, cena após cena. Mas o foco está em outro lugar. Após a morte do velho, algo que o trailer já entrega, Craig resolve ligar para o número dele por saudade, por hábito, por impulso. E a ligação retorna. Não com voz, mas com mensagens que nenhum aparelho deveria mandar.

A partir daí, o filme entra naquele território típico do King. O sobrenatural que não explica nada, não aparece claramente e mesmo assim bagunça tudo. Pessoas que Craig despreza começam a morrer de formas suspeitas. O “fantasma” atende, entende e executa. Não há sustos, não tem monstro, só um silêncio estranho que acompanha cada consequência.

Mesmo com essa camada sombria, o coração da história continua na relação dos dois. Craig carrega para a vida reflexões e trejeitos que são fruto direto dos livros lidos para o Sr. Harrigan. E é justamente esse peso que colide com o poder inesperado trazido pelo telefone. O filme vira uma conversa sobre responsabilidade, escolhas e as fronteiras do que a tecnologia deveria ou não atravessar.

No fim, O Telefone do Sr. Harrigan é um conto de amadurecimento disfarçado de suspense sobrenatural, com aquela assinatura clássica do King. O estranho entrando devagar na vida de alguém comum, até fazer tudo ressoar de um jeito desconfortável. Não é um espetáculo, não é explosivo, mas deixa aquela sensação de que algo continua vibrando depois dos créditos.

Filme está disponível na NETFLIX.

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terça-feira, dezembro 02, 2025

Quando você lê de verdade, os especialistas caem


Nos últimos dias mergulhei no Psicologia Financeira, do Morgan Housel, e essa leitura já mudou minha percepção sobre muita coisa. Não só sobre dinheiro, mas sobre a forma como a gente consome conteúdo, especialmente esses podcasts de investimento do YouTube, no qual vários caras aparecem com aquela postura de iluminado, citando livros como se fossem donos da verdade. Quando você não lê nada por conta própria, parece que esses apresentadores têm algo especial. Eles falam com segurança, repetem frases prontas, citam autores famosos e parecem realmente dominar os assuntos. 

Eu já admirei alguns deles. Achava que estavam me ensinando alguma coisa. Mas agora que estou lendo os livros que eles citam, percebi o quanto muitos desses podcasts ruminam frases de efeito sem contexto, sem profundidade e sem entendimento real. Os caras puxam trechos soltos só para reforçar opinião pessoal ou ideologia, principalmente quando o assunto é bilionário, meritocracia e fórmula mágica de enriquecimento. Virou quase um teatro pois eles não explicam o que leram; eles encenam.

Enquanto avançava no livro do Housel, fui percebendo como essas figuras soam rasas. No começo da leitura, até estava irritado com o livro. Achava repetitivo, meio distante da realidade de quem vive contando centavo. Parecia um livro escrito para quem já tem dinheiro sobrando. Mas conforme fui avançando, o texto começou a ganhar um peso diferente. No final do capítulo 2 veio a primeira virada de chave: ele diz que nós não aprendemos nada estudando exceções. Não adianta copiar bilionário, idolatrar casos isolados ou tentar repetir trajetórias que só deram certo porque a pessoa estava no lugar certo, na hora certa, com uma sorte absurda envolvida. E é exatamente isso que esses podcasts fingem não ver. Eles tratam exceção como regra. Eles pegam a história de um cara específico e transformam em “ensinamento universal”, como se todo mundo tivesse as mesmas oportunidades, o mesmo cenário e a mesma vida. É desonesto.

O capítulo 3 reforçou ainda mais essa percepção. Ele fala sobre ganância e sobre a dificuldade de reconhecer o que é “suficiente”. A busca eterna por mais faz muita gente se meter em riscos desnecessários, desgastar a própria paz e até perder tudo. Não por necessidade, mas porque nunca existe um limite claro. É uma verdade dura, que serve para qualquer pessoa mas que os podcasts ignoram completamente. Para eles, tudo se resume a correr atrás, arriscar mais, querer mais, buscar mais. E quando dá errado, dizem que faltou disciplina. É uma narrativa vazia.

Ao ler tudo isso, comecei a enxergar esses podcasts de outro jeito. Não como fontes de conhecimento, mas como vitrines de ego. Host que usa livros como escudo para parecer inteligente, mas que nunca aprofundam nada. Gente que cita autores que provavelmente nem entendeu. Gente que fala de dinheiro como se fosse um joguinho onde basta "fazer o que bilionários fazem" e pronto. Depois que você passa a ler de verdade, esse tipo de conteúdo perde a magia. Fica óbvio o quanto é raso. Fica claro que o cara não está te ensinando nada; está só repetindo, como papagaio, conceitos que não domina.

Eu ainda não terminei o livro, mas já é nítido o quanto ele me ajudou a perceber essas coisas. Não é só sobre finanças, é sobre pensamento crítico. É sobre separar conhecimento real de show. Ler por conta própria é o que desmonta ilusões e coloca as ideias no lugar. E sinceramente, só isso já vale a leitura inteira.

E no fim das contas, esse texto nem é exatamente sobre o *Psicologia Financeira*. Ele é sobre todos os livros que tratam de comportamento, dinheiro, risco e mentalidade. Obras que, quando lidas de verdade, mostram um mundo cheio de nuances, incertezas e fatores que ninguém controla. E aí a ficha cai, o problema não está nos livros, mas em quem distorce as mensagens deles.

É uma crítica direta aos podcasts de investimento que circulam por aí. Esses caras não querem ensinar. Eles querem moldar, eles querem vender os próprios cursos. Pegam teorias sérias e transformam em slogan motivacional. Usam histórias de bilionários como se fossem roteiro obrigatório. Ignoram completamente a sorte, o contexto, a realidade de cada um. Incentivam pessoas comuns a imitarem modelos impossíveis, como se tudo fosse uma questão de vontade e coragem. E quando dá errado, colocam a culpa na vítima. Se deu errado, é porque você não comprou meu curso. 

Ler por conta própria me mostrou o quanto isso é enganoso. A leitura revela o que eles escondem, complica o que eles simplificam e desarma a narrativa fantasiosa que eles vendem. Esse post é sobre isso, sobre ganhar consciência, enxergar as manipulações e finalmente perceber que o mundo real é muito mais complexo do que esses podcasts fazem parecer.

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terça-feira, novembro 04, 2025

A Substancia


Esse filme tenta vender a ideia de que é profundo, artístico e cheio de símbolos sobre ego, fama, moda e a obsessão eterna por permanecer jovem. Até funciona no começo. A tal substância que duplica a pessoa e cria uma versão mais nova é um conceito interessante, quase sci-fi, quase crítica social. O problema é que, quanto mais o filme avança, mais ele vai escorregando para um caminho esquisito, até virar aquele tipo de trash que passava de madrugada na Band, estilo Zé do Caixão com glamour decadente.

A história até tenta manter uma discussão séria sobre aparência e relevância, mas quando chega no final parece que alguém desligou o roteiro e deixou só o exagero tomando conta. E aí vem sempre o discurso: “Ah, mas é simbólico, é cult, é visão distorcida…”. Balela. Se a execução não sustenta a própria proposta, vira só barulho. E foi o que aconteceu. O final é ruim mesmo. Não estranho no sentido artístico, mas ruim no sentido de "que diabos eu acabei de assistir?".

A clone é lindíssima, claro, mas tem uma cara de psicopata desde o primeiro minuto. E isso funciona porque ela é literalmente a extensão corrompida da personagem da Demi Moore. A fome por fama, poder e validação comprimida em uma versão mais jovem e mais doida, não tem como dar certo.

Demi Moore entrega uma atuação competente. Tem presença, segura a personagem, passa vulnerabilidade e arrogância na medida. Mas indicação ao Oscar? Difícil engolir. A sensação é que a indicação veio mais pelo impacto do filme como “obra” e menos pelo que ela realmente entrega em cena.

No fim das contas, A Substância é um filme com boas ideias, visual forte e muita pretensão. Começa prometendo um debate interessante e termina como um show de exageros. Vale pela curiosidade. Mas, se você foi esperando uma obra-prima profunda e transformadora, vai se decepcionar.

terça-feira, outubro 28, 2025

Eden


Eden é aquele tipo de filme que começa com uma promessa sedutora: um grupo de pessoas largando tudo para construir uma “vida perfeita” numa ilha paradisíaca no fim do mundo. Só que a utopia desmancha antes mesmo de pegar no tranco. Dirigido pelo Ron Howard e com um elenco pesado, o filme se apoia numa história real das Ilhas Galápagos do começo do século passado, quando europeus desiludidos resolveram escapar da modernidade acreditando que a natureza pura iria salvar todo mundo. A velha ilusão de que o problema é sempre a cidade, o país, o sistema, nunca a gente mesmo.

O filme acompanha esse grupo chegando na ilha Floreana carregando mais expectativas do que água potável. Cada um tenta transformar aquele pedaço de terra em algo que cure suas dores pessoais: um quer paz, outro quer recomeço, outro busca fama, outro só quer fugir de si. A convivência entre eles vira uma panela de pressão silenciosa. Nada explode de imediato, mas o desconforto vai crescendo igual calor dentro de um carro estacionado no sol. É uma história onde a natureza selvagem não é o inimigo principal, a ameaça real está nos olhos, nas intenções e nas pequenas ações de cada um ali.

A ilha funciona quase como um espelho cruel. Tudo que eles tentavam deixar pra trás reaparece com mais força. E é aí que o filme acerta: ele abandona aquela vibe de “sobrevivência contra o ambiente” e abraça o caos emocional. Não espere um ritmo frenético ou cenas de ação mirabolantes. Eden é mais sobre tensão humana, manipulação, ego, fraquezas e o desespero crescente de perceber que a utopia não existe quando as pessoas que você levou pra construí-la estão quebradas por dentro.

Ron Howard entrega um drama que vai derrapando para o suspense aos poucos, sem pressa, mas também sem aliviar. A fotografia usa bem aquele isolamento brutal das Galápagos, e o elenco carrega a história com intensidade suficiente pra te manter desconfortável. Pra quem gosta de filmes sobre natureza humana em decomposição, Eden serve. Pra quem procura aventura leve, pode estranhar o clima mais denso e áspero.

No fim, o filme deixa uma sensação amarga, quase irônica. Essas pessoas fugiram da sociedade acreditando que o mundo estava errado. Mas a ilha não salvou ninguém, só tirou todos os filtros e deixou cada um diante da própria verdade. Às vezes é mais fácil acreditar numa utopia do que admitir que o caos sempre viaja dentro da gente.

O filme está disponível na Amazon Prime.

sexta-feira, outubro 17, 2025

Revolucao dos Bichos

Revolução dos Bichos
George Orwell

Terminei A Revolução dos Bichos e fiquei com aquela sensação incômoda de que a história não envelhece nunca. Orwell mostra como um grupo cheio de boas intenções pode se perder no meio do caminho, quando o poder sobe à cabeça e o discurso da igualdade vira ferramenta de controle.

A fazenda começa como um sonho coletivo, todos trabalhando por todos. Mas, aos poucos, os porcos tomam o comando, e o ideal vira farsa. O que era uma revolução contra a tirania termina com os tiranos vestindo as mesmas roupas e repetindo as mesmas atitudes de quem eles diziam combater.

É impossível não olhar pra esse livro e pensar no mundo real. Na política, nas empresas, até nas relações pessoais. A gente vê isso todo dia: pessoas que começam querendo o bem comum e acabam defendendo só o próprio interesse.

Orwell escreveu uma fábula, mas poderia muito bem ter escrito um manual sobre o comportamento humano. E é por isso que o livro continua atual porque a ganância e a hipocrisia continuam as mesmas.

quarta-feira, outubro 08, 2025

Caramelo - Netflix

Caramelo é um daqueles filmes que a gente começa achando que vai ser mais uma história fofa de cachorro e termina completamente desarmado, com o coração apertado e os olhos marejados. Mas o acerto do longa está justamente em não seguir o caminho fácil. Ele não é “mais um filme de cachorrinho”, e, graças a Deus, o caramelo não morre no final, o que já é um alívio para quem não aguenta mais ver esses dramas previsíveis onde o bicho vai embora só pra arrancar lágrima do público. Aqui, o foco é outro: a dor real das perdas humanas, aquelas que deixam cicatrizes de verdade.

Rafael Vitti vive Pedro, um chef de cozinha cheio de sonhos que vê sua vida virar de cabeça pra baixo depois de um diagnóstico de câncer. É nesse ponto que ele cruza o caminho do cachorro caramelo, o vira-lata que se torna seu companheiro inseparável. O filme emociona porque trata de temas que todo mundo teme encarar que é a doença, a finitude, o luto. E o faz com delicadeza, sem melodrama barato. A relação entre Pedro e o cachorro não é sobre salvar o humano, mas sobre dar sentido aos dias, encontrar um motivo pra continuar mesmo quando tudo parece ruir.

O que pega de verdade é que o roteiro toca fundo nas feridas que muita gente carrega. Eu, por exemplo, já perdi parentes para o câncer, e ver aquilo na tela foi como reviver uma dor que nunca some de vez. Não é o cachorro que faz a gente chorar é a lembrança das pessoas que se foram, dos abraços que a gente não deu, das conversas que ficaram pela metade. O filme entende isso, e por isso é tão humano.

Diego Freitas dirige com sensibilidade e evita transformar o drama em algo pesado demais. A trilha sonora acerta em cheio, os silêncios dizem tanto quanto as falas, e o olhar do Caramelo parece carregar uma sabedoria antiga, como se dissesse que o amor, mesmo nas perdas, continua sendo o que realmente importa. Caramelo não é sobre um cachorro. É sobre a vida e sobre a coragem de seguir em frente quando ela mostra seu lado mais cruel.

segunda-feira, setembro 08, 2025

Missão Impossivel - Acerto Final


Assisti hoje ao último capítulo de Missão Impossível e não tem como falar dele sem lembrar do anterior, já que na prática os dois formam um único filme dividido em duas partes. Meses atrás eu vi Acerto de Contas Parte Um e agora chegou a hora de concluir essa história com O Acerto Final.

A sensação que fica é bem clara: o primeiro me prendeu muito mais. É um filme de ação puro, cheio de sequências eletrizantes, perseguições, explosões e aquele ritmo acelerado que a franquia sabe entregar. Já o segundo caminha em outra direção. Ele se preocupa em explicar melhor as responsabilidades de Ethan Hunt, os riscos por trás da ameaça e todo o peso que a missão carrega. É mais técnico, mais voltado para a narrativa do que para a adrenalina.

Dá para entender a proposta: se no primeiro a ideia era colocar o público dentro da montanha-russa, no segundo o foco foi mostrar por que essa montanha-russa existe, o que a faz funcionar e quais são as consequências de não terminar a corrida. Só que essa mudança de ritmo deixa a experiência diferente. Eu saí da sala respeitando a construção, mas sentindo falta da intensidade que tinha me conquistado meses antes.

Curioso é que a crítica também apontou isso. Muitos destacaram que Parte Um é o espetáculo de ação que os fãs esperavam, enquanto O Acerto Final é mais denso, preocupado em amarrar a narrativa e dar uma conclusão “épica”. O resultado é um conjunto que funciona, mas que dificilmente vai ser lembrado com o mesmo entusiasmo de Protocolo Fantasma ou Efeito Fallout.

No fim, vale a jornada. Missão Impossível mostrou de novo porque se manteve relevante por quase três décadas: Tom Cruise continua se arriscando como se tivesse vinte anos e a franquia ainda sabe brincar com a linha tênue entre espetáculo e responsabilidade. Só que, dessa vez, a balança pesou mais para um lado do que para o outro.

sexta-feira, setembro 05, 2025

F1 - O filme


Brad Pitt volta às telas com F1: The Movie, um filme que já nasceu com a comparação inevitável: parece um Top Gun com carros de Fórmula 1. Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo de Top Gun: Maverick, o longa segue a história de Sonny Hayes, um ex-piloto que ficou décadas longe das pistas depois de um acidente e de uma vida marcada por escolhas erradas. Quando seu antigo colega, agora dono de uma equipe novata, pede ajuda, Hayes retorna ao mundo da F1 para guiar um time desacreditado e enfrentar tanto o fantasma do passado quanto a nova geração de pilotos, especialmente o talentoso Joshua, vivido por Damson Idris.

O que chama a atenção de imediato é o visual. Gravado em circuitos reais, com carros adaptados especialmente para as filmagens e câmeras montadas em pontos inéditos, o filme entrega uma experiência que funciona muito bem. A fotografia coloca o espectador dentro do cockpit e a trilha sonora de Hans Zimmer costura a emoção das corridas com a intensidade da história, criando aquele clima de adrenalina que não deixa a sala em silêncio.

A atuação de Pitt é carismática como sempre, sustentando a ideia do herói veterano que retorna ao jogo. Há momentos de rivalidade, cumplicidade e até humor entre ele e o jovem pupilo, numa dinâmica que reforça ainda mais a semelhança com Top Gun. É o típico blockbuster de verão: divertido, acelerado e com coração no lugar certo.

Por outro lado, o roteiro não arrisca muito. A narrativa é previsível e cumpre a função de guiar o espetáculo, sem aprofundar tanto nos dramas pessoais ou no lado mais cru da Fórmula 1. O foco está no entretenimento, e nisso o filme não falha. Para quem gosta de corrida, de ação ou simplesmente de assistir a Brad Pitt vivendo um papel feito sob medida para ele, F1: The Movie entrega o que promete, velocidade, emoção e aquele gostinho de querer ver mais e escutar os roncos dos motores.

quarta-feira, agosto 27, 2025

Tchau Agosto


Agosto terminou deixando um gosto estranho, daqueles meses que a gente olha pra trás e pensa “Meo Deus, o que foi isso”. No trabalho, as vendas quase não apareceram, e isso trouxe aquela velha sensação de estar nadando contra a corrente. Ao mesmo tempo, abriu espaço para repensar os rumos: comecei a estudar novos nichos, principalmente a ideia de incluir comidas congeladas no delivery de macarrão. A esperança é que essa frente consiga engrenar melhor, ou pelo menos complementar o que já existe.

Outra mudança foi investir no ChatGPT pago, que virou um braço direito para organizar a bagunça. Ajudar a desenrolar pendências, estruturar ideias de novos serviços, colocar ordem nos livros que já estão prontos e preparar a publicação deles para os próximos meses. Não deixa de ser curioso pensar que até esse texto aqui nasce desse apoio.

Na vida pessoal, agosto também foi um mês de decisões delicadas. Teve a questão da “pessoa”, e ainda a possibilidade de mudar de cidade. Não vou detalhar, porque faz parte do que prefiro guardar, mas o diário serve também como desabafo. Somando a tudo isso, o tempo para escrever foi quase inexistente, poucos textos publicados e uma certa frustração por não conseguir manter a constância que eu gostaria.

Financeiramente, o peso foi brutal. Além da reorganização que já vinha sendo necessária, entrou a consulta de vista, novas lentes que não são nada baratas e para piorar, um gasto alto com o carro que, no fim, nem ficou como deveria. A soma disso tudo deixou as contas em um nível crítico, daqueles que fazem repensar cada passo e cada centavo. To parecendo time de futebol brasileiro.

E no meio dessa montanha-russa, a mente também cobrou seu preço. Teve ansiedade, noites mal dormidas e até alguns momentos de pânico, mas nada que não dê para respirar fundo e seguir em frente, ate porque não tem outra alternativa. Talvez seja só o corpo lembrando que não é máquina, que também precisa de pausa. Setembro está aí e a esperança é que venha com mais equilíbrio.

sexta-feira, agosto 22, 2025

E se Henry Cavill fosse o Batman

E se Henry Cavill fosse escolhido para interpretar o Batman no novo DCU?


Henry Cavill já foi o Superman da nossa geração. Durante quase dez anos ele carregou a capa vermelha e o símbolo da esperança, mesmo em meio a um universo cinematográfico bagunçado e cheio de altos e baixos. Para muitos fãs, Cavill é o Superman definitivo, mesmo sem ter tido o filme solo que merecia. Só que o tempo passou, James Gunn assumiu o comando da DC, e agora o manto do Homem de Aço está nas mãos de David Corenswet.

Mas surge a pergunta: e se, nesse momento em que Gunn procura um novo Batman para dividir a tela com o novo Super, a escolha caísse justamente em Henry Cavill?

A ironia seria deliciosa. O mesmo ator que já foi a face da esperança, agora se tornando o símbolo do medo em Gotham. A mudança seria radical, mas não absurda. Cavill tem físico, presença e, convenhamos, uma cara que combina tanto com o charme do playboy Bruce Wayne quanto com a imponência do vigilante mascarado. E seria uma jogada ousada da DC: transformar o antigo Superman em um novo Batman, algo inédito no cinema de heróis em larga escala.

Claro, a primeira reação seria polêmica. Fãs do Superman veriam isso como uma espécie de “traição” à memória do personagem, enquanto outros comemorariam finalmente ver Cavill ganhar destaque em um papel que talvez tivesse mais espaço criativo do que o Superman de Zack Snyder conseguiu dar. O ator teria a chance de mostrar um lado mais sombrio, humano e quebrado, bem diferente do semideus kryptoniano.

E o impacto no universo compartilhado? Teríamos David Corenswet como Superman enfrentando Henry Cavill como Batman. Imagine a cena: o novo Super de rosto jovem, otimista, cheio de brilho, confrontando um Cavill mais velho, marcado e desconfiado. Seria quase uma metáfora visual da passagem de bastão, o Cavill que já foi a esperança, agora desafiando a nova geração no papel da escuridão.

E se Cavill entrasse mesmo nesse universo de James Gunn, o uniforme seria outro espetáculo à parte. Diferente da escuridão sufocante do Snyderverse, Gunn tem mostrado que gosta de cores vivas, de um mundo que não tem medo de ser quadrinhesco. Dá pra imaginar Cavill com um traje azul escuro combinado com cinza, nada exagerado, mas elegante, com detalhes amarelos destacando o símbolo do morcego no peito, quase como um respiro de luz em meio às sombras. E a máscara, essa sim, teria que ser intimidadora: um design agressivo, olhos penetrantes, pronta para congelar o coração de qualquer bandido de Gotham. Visualmente, seria sensacional, um Batman que equilibra a tradição sombria com a energia colorida que Gunn vem trazendo para o novo DCU.

No fim, talvez seja improvável que James Gunn arrisque tanto. Ele parece buscar um elenco mais “fresco”, sem as amarras do passado. Mas só de imaginar Henry Cavill vestindo a armadura do morcego, podemos sentir o peso dramático dessa escolha. Seria a maior reviravolta da história dos filmes da DC, e uma que com certeza colocaria todo mundo para debater por anos.

Porque, no multiverso dos fãs, sempre existe a possibilidade: e se Henry Cavill não tivesse sido apenas o Superman mas também o Batman?


quinta-feira, agosto 07, 2025

Loja Multiverso do Kaka

LOJA MULTIVERSO DO KAKA

Abrimos a Loja do Multiverso do Kaka!

Pois é galera, chegou a hora de dar tchau pra alguns itens da minha coleção. Mas calma, não é drama  é oportunidade!

Depois de anos acumulando Funkos, action figures e outras preciosidades nerds (e alguns exageros impulsivos em pré-vendas que nem chegaram a sair da caixa), decidi abrir espaço nas prateleiras e lançar a Loja do Multiverso do Kaka.

Sim, agora o blog tem uma extensão comercial! Um cantinho onde estou vendendo colecionáveis usados em ótimo estado, a maioria com caixa, e com aquele preço camarada que todo nerd raiz respeita. Nada de superfaturamento. É tudo feito por mim, com envio rápido, carinho e (claro) aquele toque de caoticidade que só o Multiverso tem.

A loja já está no ar e aos poucos vou cadastrando novos itens, então vale a pena ficar de olho, porque tem coisa rara vindo aí.

Se você curte cultura pop, quer completar a coleção ou simplesmente dar uma força pro trampo independente, cola lá:

loja.multiversodokaka.com.br

E ah, se tiver alguma dúvida, pode me chamar direto no Insta ou pelo contato do blog.

Valeu por sempre apoiar esse multiverso doido que construímos juntos!


quarta-feira, agosto 06, 2025

Jurassic World Rebirth


Só hoje assisti Jurassic World Rebirth, mais de um mes depois do lançamento oficial. Ou foi por falta de tempo ou falta de interesse também, dei prioridade ao Superman e Quarteto Fantástico, e ir sempre ao cinema, mesmo pagando meia, tá complicado quando o ingresso esta mais de 60 reais, fora estacionamento. 

Jurassic World Rebirth tenta reviver o espírito da franquia com uma nova roupagem, efeitos visuais de ponta e monstros ainda mais absurdos. Mas, no meio de dinossauros mutantes, turistas perdidos e vilões ruins, quem realmente salva o filme do desastre completo é Scarlett Johansson. Se não fosse por ela, seria só mais uma sequência esquecível entre tantas.

A história se passa anos depois de Dominion, numa realidade em que os dinossauros sobrevivem isolados em regiões remotas. Um grupo é enviado a uma ilha para coletar sangue de espécies específicas com a desculpa de criar uma cura para doenças cardíacas, um pretexto científico meio furado que ninguém engole, mas que serve para colocar os personagens no meio do caos. Claro que tudo dá errado, como manda o manual da franquia e o que era uma missão controlada se torna uma luta desesperada pela sobrevivência. E nisso incluímos um passeio caótico de barco, emboscadas na floresta e a ameaça de novas aberrações genéticas, como um Rex estranho, um monstro tão caricato que parece ter saído direto de um jogo de videogame ou melhor de uma franquia Alien pois ele tem uma testa gigante e é bem feio.

O filme tem direção de Gareth Edwards, que já mostrou talento em blockbusters como “Godzilla”, e aqui repete o bom uso da escala e do suspense visual. Algumas cenas realmente impressionam especialmente as sequências aquáticas e as tomadas noturnas, com uma fotografia que remete ao estilo clássico de Spielberg. A trilha sonora original também está lá com temas originais de John Williams. Só que nada disso segura o filme quando o roteiro insiste em andar em círculos e repete fórmulas desgastadas da saga. A narrativa parece ter medo de ousar e volta sempre para a mesma estrutura: grupo isolado, ameaça crescente, dinossauros descontrolados e uma grande fuga final. É simplesmente mais do mesmo e você chega no final do filme e não sabe qual deles está vendo porque simplesmente é igual aos outros.

E é aí que entra Scarlett. Interpretando Zora, uma bióloga cética e determinada, ela entrega uma atuação que eleva o nível de todo o elenco e isso não é exagero. Cada cena dela traz uma presença magnética que falta aos demais. Enquanto os outros personagens parecem correr de um lado para o outro apenas cumprindo tabela, Johansson injeta humanidade, dor, sarcasmo e tensão real em suas falas. Quando o filme tenta se perder no meio dos rugidos e explosões, é ela quem puxa o espectador de volta para a tela. Sua personagem até tem momentos de ação, mas o que realmente impressiona é o quanto ela consegue segurar o drama com os olhos e um simples silêncio. É um tipo de atuação que não se espera de um blockbuster de dinossauros e talvez por isso funcione tão bem.

Mahershala Ali e Jonathan Bailey têm seus momentos, mas estão presos a personagens mal desenvolvidos. O roteiro não dá muito espaço para que cresçam, e eles acabam ofuscados, mesmo com talento de sobra. Já o vilão é o estereótipo do executivo ganancioso e sem alma, daqueles que a gente já viu mil vezes e até cansa. Sempre fica clichê demais isso, parece que estamos vendo o mesmo filme varias vezes e no final, o vilão sempre é devorado. Os civis perdidos na ilha também não ajudam, são caricaturas de “família em apuros” que mal justificam o tempo de tela. Bem fraco mesmo.


Antes de finalizar, não podia deixar de mencionar essa parte do filme. Mesmo com tantos dinossauros novos, mutações bizarras e monstros inventados em laboratório, nada supera o impacto que o velho e conhecido T-Rex ainda causa. Ele aparece pouco, quase como uma lenda viva, mas rouba a cena com facilidade. Surgindo do nada e com seu clássico rugido que arrepia até quem já viu isso mil vezes em poucos minutos, o T-Rex lembra a todos por que ele sempre foi o verdadeiro rei do parque e entrega a melhor sequência do filme. É uma participação rápida, mas poderosa o suficiente para deixar a sensação de que a franquia não precise inventar tanto quando já tem um ícone desse calibre no elenco.

No final, Jurassic World Rebirth não é um completo desastre, mas também está longe de ser o renascimento prometido. Tem bons momentos visuais, cenas de ação divertidas e um clima nostálgico que pode agradar aos fãs mais fiéis. Mas sinceramente, falta coragem narrativa e sobra fórmula reciclada. O saldo só não é mais negativo porque Scarlett Johansson entrega uma performance tão acima da média que parece ter vindo de outro filme. Se a Universal quiser mesmo recomeçar a franquia, talvez o segredo não esteja em dinossauros maiores ou mutações mais bizarras mas em personagens que realmente importem, como o de Zora. E, de preferência, com Scarlett no comando. A gente agradece e por favor tragam a Bryce Dallas e coloquem junto com a Scarlett. 

Até a próxima!

quarta-feira, julho 23, 2025

Quarteto Fantastico Primeiros Passos

Assisti à pré-venda de Quarteto Fantástico hoje e agora vamos para uma mega análise do filme. Infelizmente, não vai dar pra evitar os spoilers, então se você não viu o filme e pretende assistir, pare de ler agora.


Começo dizendo, como é bom assistir a um filme de super-heróis de verdade. Depois de tantos filmes ruins, fracos e outros apenas medianos da Marvel, Quarteto Fantástico veio pra quebrar essa sequência. Que filme gostoso de assistir! Divertido, emocionante, direto ao ponto. Sem enrolação. Ele traz as melhores características dos personagens, com diálogos cativantes, ação na medida certa e um enredo que se desenrola com agilidade, sem parecer apressado ou superficial. Tudo se encaixa tão bem que você até esquece que um dia existiu Capitão América 4.

Logo de cara, os quatro fantásticos são apresentados num estilo de resumo televisivo, mostrando seus primeiros anos de ação, enfrentando vários vilões clássicos das HQs, como o Homem Toupeira, entre outros nomes saídos direto das páginas mais psicodélicas da Marvel. É uma bela homenagem à fase Jack Kirby.

A história começa a ganhar peso quando Susan Storm descobre que está grávida, o que deixa Reed Richards completamente desorientado. E antes que o grupo possa sequer lidar com isso, surge a Surfista Prateada, desta vez, uma mulher, Shalla-Bal, avisando que a Terra está prestes a ser destruída por Galactus.

É aí que o filme ganha níveis extraordinários.

O Quarteto viaja até a imensa nave de Galactus para confrontá-lo mostrando uma tecnologia fora do comum. Lá, Sue já está com a gravidez avançada e Galactus revela que está interessado no bebê, afirmando que a criança, Franklin Richards, é tão poderosa que poderá saciar sua fome eterna e até substituí-lo como novo devorador de mundos.

Galactus tenta barganhar a segurança da Terra em troca do bebê. (Ele nem nasceu ainda...)

A cena é tensa. O Quarteto recusa e foge, voltando para a Terra com a missão fracassada. E como era de se esperar, a população começa a pressioná-los para que entreguem o bebê e salvem o planeta. Mas não. Eles decidem lutar. Montam um plano para atrair Galactus para uma armadilha.

Nesse momento, o filme mostra o verdadeiro valor do trabalho em equipe e da confiança familiar. É Johnny Storm quem consegue convencer a Surfista Prateada a mudar de lado no final do filme e ela, num arco rápido mas impactante, decide ajudar o Quarteto a salvar o mundo.

O embate final é visualmente espetacular, digno de cinema. E quando tudo parece perdido, Susan Storm mostra que é, provavelmente uma das super heroínas mais fortes já apresentada nos filmes ate agora, pois ela peita Galactus na fúria. Claro, o que uma mãe faz pra proteger seu filho né, mas te falo, foi um confronto surreal. No final, ainda temos um deslumbre do que o bebe Frankilm será capaz de fazer, pois ele salva sua mãe de uma forma misteriosa e não explicada. Um ato silencioso e poderoso, que planta as sementes para o que virá.

Sobre as cenas pos créditos, são duas. Mostra pouca coisa mas finalmente estamos vendo um deslumbre do grande vilão dessa saga Multiversal. Podemos ver Sue, indo ate a sala onde esta Frankilm, agora com 4 anos e assistimos o bebe rindo para uma pessoa com capuz verde e mascara metálica na mão. É a primeira vez, oficialmente, que Dr. Doom aparece no MCU. Não é possível ver seu rosto, pois esta de frente pra o garoto e de costa pra câmera, porem, já da pra imaginar muita coisa.

A segunda cena, é apenas um mini trailer do desenho do quarteto fantástico, aquele super antigo. Não agrega nada a historia, mas mantém o tom nostálgico do filme e funciona como um tributo.

Resumindo: Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um filme sobre família, união e propósito. Um dos melhores filmes já feitos ultimamente pela Marvel. O clima retrô futurista é sensacional, a direção de arte é linda, e o roteiro consegue equilibrar ação, emoção e humor sem forçar a barra. Não espere multiverso, não espere participações especiais. O filme é sobre o Quarteto e ponto. Como se tivesse saído diretamente das páginas das HQs, com ritmo ágil, lutas intensas e um vilão à altura.

É o tipo de produção que mostra que a Marvel ainda sabe fazer cinema de herói com alma. Agora é torcer pra que não percam a mão na sequência pois Dr. Doom vem ai e esses dois filmes dos Vingadores prometem muito. Acredito que será épico.


segunda-feira, julho 21, 2025

Quarteto Fantastico

Eles foram os primeiros, antes mesmo dos Vingadores, X-Men ou do Homem-Aranha, a Marvel moderna nasceu com o Quarteto Fantástico. Criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1961, eles não eram apenas super-heróis com poderes incríveis, eram uma família, com todas as imperfeições, brigas, piadas internas e laços inquebráveis que isso implica. O sucesso da equipe foi tão grande que marcou o início da chamada "Era de Prata" dos quadrinhos, uma fase em que os personagens deixaram de ser apenas fantasias ambulantes e passaram a ter dilemas reais, sentimentos e personalidades complexas.

A origem do Quarteto é bem especifica. Uma expedição ao espaço para estudar raios cósmicos dá errado e transforma quatro pessoas comuns em algo extraordinário. Reed Richards, o cientista brilhante e ambicioso, ganha a habilidade de esticar seu corpo como borracha, simbolizando sua mente elástica e visão de futuro. Sua namorada, depois esposa, Susan Storm se torna a Mulher Invisível, capaz de desaparecer e gerar campos de força. Seu irmão, Johnny Storm, se transforma no Tocha Humana, um adolescente impulsivo que literalmente pega fogo, voa e solta labaredas. E o melhor amigo de Reed, Ben Grimm, vira o Coisa, uma criatura de pedra com força sobre-humana e um coração sensível escondido sob toneladas de sarcasmo e dor existencial.

Mas o que sempre diferenciou o Quarteto dos outros heróis foi o tom de suas histórias. Eles não usavam máscaras, não tinham identidades secretas e, em vez de patrulharem a cidade à noite, enfrentavam ameaças cósmicas, exploravam dimensões paralelas e brigavam como uma verdadeira família disfuncional. O prédio deles, o Edifício Baxter, era tanto uma base científica quanto um lar. Entre um ataque do Doutor Destino e uma viagem à Zona Negativa, havia espaço para discussões sobre contas de luz, paixões mal resolvidas e piadas infames do Johnny para cima do Ben.

E falando em vilões, o Quarteto teve alguns dos mais emblemáticos da Marvel. O Doutor Destino é provavelmente o maior deles. Um ditador, cientista, mago e narcisista que considera Reed Richards seu eterno rival. Há também Galactus, o devorador de mundos, e seu arauto, o Surfista Prateado, que começa como inimigo mas se torna um dos personagens mais poéticos e trágicos do universo Marvel. Outros como o Homem-Toupeira, Annihilus, Super Skrull e até os Skrulls como raça inimiga desafiaram o Quarteto em batalhas que misturam ciência, filosofia e muita porrada interdimensional.

No cinema, no entanto, a história foi menos épica. O Quarteto Fantástico teve três adaptações principais até agora: os dois filmes lançados em 2005 e 2007, com um clima mais leve e um Doutor Destino bem aquém do que ele merece; e o infame reboot de 2015, sombrio, confuso e mal resolvido. Nenhum deles conseguiu capturar a essência grandiosa, científica e familiar dos quadrinhos. Mas a esperança se renovou com o anúncio da Marvel Studios, uma nova versão vem aí, prometendo finalmente fazer jus ao legado dessa equipe que começou tudo.

O Quarteto Fantástico é mais do que superpoderes, eles são exploradores, cientistas, irmãos, um casal apaixonado, um monstro gentil. E acima de tudo, são o coração da Marvel. Porque no fim das contas, antes de qualquer batalha cósmica ou viagem no tempo, o que move o Quarteto é aquilo que move todos nós, a tentativa de encontrar nosso lugar no universo mesmo que ele esteja cheio de ameaças alienígenas e vilões com armaduras metálicas.

Quarteto Fantastico estreia dia 24 de julho nos cinemas. Já garanti minha pré dia 23. Em breve, resenha do filme.

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sábado, julho 19, 2025

Queria ser igual ao Indiana Jones

Às vezes eu paro e penso: onde foi que eu errei

Estudei ciências sociais, mergulhei nos mistérios da antropologia, aprendi a decifrar comportamentos humanos, sistemas de poder, estruturas sociais e mesmo assim, nunca precisei fugir de uma pedra gigante rolando atrás de mim.

A verdade é que, no fundo, bem lá no fundo, eu queria ser o Indiana Jones.

Sério. Acordar de manhã, jogar um chapéu fedora na cabeça, colocar uma camisa de linho amarrotada, pegar o chicote (que eu não saberia usar sem arrancar a própria orelha), e sair por aí desvendando templos antigos. Seria o auge da minha carreira acadêmica. Imagina eu, cientista social, antropólogo nato, escapando de armadilhas mortais enquanto explico a dialética hegeliana pra uma estátua asteca. Uma mistura de Gilberto Freyre com Tomb Raider.

Mas a realidade é que, em vez de ruínas sagradas, o que eu encontrei foram reuniões de departamento, fichamentos intermináveis e discussões acaloradas sobre o conceito de “cultura” com gente imbecil que acha que Foucault é verbo. Ao invés de correr de tribos hostis, corri de prazos de entrega. Ao invés de artefatos místicos, achei relatorios que ninguem lê. E, como se não bastasse, ainda tive que aprender a explicar o que é democracia num Brasil no qual bolsonarista acha que ditadura foi “ordem e progresso” e acha que Karl Marx é nome de banda de rock comunista.

E o pior, nunca, jamais, encontrei um tesouro escondido. O máximo que descobri foi um pacote de bolacha esquecido no fundo da gaveta do guarda roupa. (Estava aberto. E sim, eu comi.)

A verdade é que ser Indiana Jones exige coragem. Mas ser cientista social também. Afinal, a gente encara discursos absurdos todos os dias, entra em debates tóxicos no Twitter, tenta explicar o que é mais-valia pra gente que acha que Marx era jogador da seleção alemã e ainda ouve bolsonarista chamando o governo atual de “extrema esquerda”, como se o Brasil tivesse virado uma comuna soviética só porque tem arroz no prato e vacina no posto.

Mas olha só, ainda dá tempo. Vai que aparece uma ONG doidona precisando de alguém pra fazer trabalho de campo em alguma civilização perdida na floresta amazônica, com uma equipe maluca e um helicóptero velho. Eu topo. Só me avisem com antecedência que eu levo repelente e uma muda de roupa extra. Porque glamour é legal, mas pernilongo não perdoa nem herói de ação.

Enquanto isso, sigo aqui. Entre um post e outro nesse blog, com o chicote invisível da crítica social na mão e o chapéu imaginário do escapismo cultural na cabeça. Porque no fim das contas, todo cientista social tem um pouquinho de Indiana Jones. A gente só troca a selva por textos no Multiverso do Kaka e os templos antigos por comentários que perguntam se “ciência social dá dinheiro”.

Mas o espírito? Ah, esse continua aventureiro. Ou não.


quarta-feira, julho 16, 2025

Feitos do Novo Superman

Os Feitos do Novo Superman no Cinema

O novo Superman finalmente chegou às telas e sinceramente? Se alguém ainda ousar chamá-lo de "fraco", só pode estar vendo o filme errado ou não entendeu nada. Vários críticos e nerdolas de plantão estão detonando o filme enquanto outros estão elogiando e pegando justamente nesse adjetivo, do Superman ser fraco perto dos antecessores. Na minha opinião, esse Superman não é apenas mais um herói em colante vermelho. É, literalmente, o ser mais poderoso da Terra. E o longa fez questão de deixar isso muito claro. Spoilers a seguir, caso não tenham visto o filme ainda.

Logo de cara, somos apresentados a um Superman em seu auge: três anos de carreira e nenhuma derrota no currículo. Isso mesmo. Nenhuma. Até que surge o Ultraman,  que depois descobrimos que é um clone seu, criado na base da maldade e aí sim acontece sua primeira queda. Mas convenhamos, se até sua derrota é contra você mesmo, ainda assim, você continua invicto contra o resto do mundo.

No filme, a grandiosidade do Superman não é uma opinião, é um fato reconhecido em rede nacional. Vimos noticiários, análises científicas e especialistas do governo declarando, sem rodeios, que ele é o meta-humano mais poderoso do planeta. Não há debate, não há concorrência. O mundo inteiro sabe quem ele é e do que é capaz

E o que dizer dos feitos que ele realiza durante o filme? Esse Superman nada em um rio de antimatéria enquanto está enfraquecido por kryptonita. Sim, ANTIMATÉRIA. Um cenário que deveria desintegrar qualquer coisa viva. Mas ele sai como se fosse um banho de cachoeira.

Ainda debilitado, ele escapa da força gravitacional de um buraco negro com o super sopro. Não é força física, não é tecnologia, é um sopro. Enquanto a ciência tenta entender como isso é possível, a resposta já está dada. É o Superman.

A Engenheira, vilã "tecno-mística" que comanda nano robôs letais, infecta o rosto e pulmões do Super. E ele resiste. Depois, ela e o Ultraman são levados ao espaço, carregados por ele como peso morto. Nenhum dos dois consegue sequer arranhar o azulão durante o trajeto.

E não para por aí. A Engenheira, tão temida por outros heróis, é nocauteada duas vezes por ele como se fosse só mais uma terça-feira. E o Ultraman? Ele é jogado de volta no buraco negro por Superman. Se sobreviveu ou não, ninguém sabe. Mas a surra foi entregue com frete grátis.

Lex Luthor achou que milhares de Raptors armadurados seriam o suficiente. Spoiler: não foram. O Superman derrotou TODOS em questão de segundos, sem suar a capa. E o detalhe mais bonito disso tudo, nenhuma vida foi perdida, nenhum civil, nenhum animal, ninguém morreu. O cara literalmente salvou todos enquanto lutava contra clones, inteligências artificiais e física quântica.

O novo Superman não está só mais forte. Ele está em outro nível. É o ápice da esperança, da força e da responsabilidade. E se depois de ver tudo isso, alguém ainda disser que ele é fraco, sinceramente? Melhor largar o cinema e voltar pro Looney Tunes.

quinta-feira, julho 10, 2025

Superman - Analise do novo filme

 SUPERMAN 2025


Bem-vindo ao novo DCU. James Gunn repagina o herói e mostra sua essência em um filme cheio de ação com roteiro simples, sem enrolação e direto ao ponto. Aqui não vemos nada de origem de Superman, pais morrendo em acidentes ou um jovem descobrindo seus poderes. James Gunn não quer saber de introduções cansativas, simplesmente o filme começa na ação. É tudo muito acelerado.

James Gunn foi responsável por fazer quatro dos melhores longas deste tipo nos últimos 10 anos. Ele não quer gastar tempo com origens e apresentações de nenhum personagem. Você sabe o que veio assistir então ele entrega o que viemos buscar que é pancadaria, coração e um novo começo para o universo DC.

O filme mostra um Superman mais humano, provavelmente o mais humano de todos os outros filmes do herói. Apesar de ser um Deus, Clark Kent se mostra vulnerável,  admite que tem falhas, erros e falta de confiança como qualquer ser humano. Enquanto todos os outros filmes mostram um super perfeito, esse faz questão de demonstrar que tem falhas, mudanças de humor, inclusive age na impulsividade e perde o controle de suas emoções como qualquer ser humano. Ao contrário das versões anteriores, que pareciam perfeitas demais pra serem reais, este Superman sente. E faz a gente sentir junto.

O novo universo também começa a dar as caras. Sr Incrivel, Guy Gardner (Lanterna Verde) e a Mulher Gavião surgem como um inicio de uma futura liga da justiça, e tem seus pontos importantes da historia, auxiliando o protagonista em vários momentos. Apesar de parecer o mais fraco e ser desconhecido pela maioria, Sr Incrível roubou a cena em vários momentos e foi muito importante pra trama. Dos três, sem duvida foi o mais importante. Sobre o Lanterna Verde, foi bom ver os poderes do anel sendo usado em vários momentos. Esperamos mais na serie da Tropa dos Lanternas que vem por ai.

Lois Lane e Jimmy Olsen também acertam em cheio. Jimmy é exatamente igual aos quadrinhos. A química nas telas entre Clark e Lois também chamou muita atenção, e na minha opinião, a melhor versão do casal até agora no cinema. Tudo flui com naturalidade.

Nicolas Hoult deu um show a parte, com sua caraterização como Lex Luthor. Que me perdoem grandes nomes do cinema mundial que já fizeram o papel do antagonista mas ele deu um show. Hoult entrega uma versão brilhante, fria, imprevisível e com uma presença que rouba cada cena. É um Lex mais próximo dos quadrinhos, mas com uma pegada própria, moderna e ameaçadora.

E teve o Krypto, o Supercão, ele é um espetáculo à parte. Um cachorro com superpoderes, que voa, morde e não tem um pingo de educação, do jeitinho que a gente espera de um pet mimado e sem regras. Atentado, impulsivo e adoravelmente desobediente, Krypto rouba a cena em vários momentos. É basicamente doguinho com poderes de destruição em massa e a gente ama cada segundo disso.

Visualmente, o filme lembra muito guardiões da galáxia, com muitas cores, cenários bonitos e monstros estranhos e fofos. É puro ficção cientifica estilizada, então não esperem eventos realistas no filme. Esqueçam todos os outros filmes do Superman, esse é o inicio de um novo universo, muito fiel aos quadrinhos e tudo muito bonito e funciona dentro da proposta.

Tudo parece muito bem encaixado, um misto de historias em quadrinhos e muita ação de cinema. Esse novo universo promete uma grande revolução para o universo DC, que está anos atras do que a Marvel anda fazendo com seus personagens. 

O filme parece uma grande colagem de tudo o que amamos nos quadrinhos com o que o cinema de herói tem de melhor. E essa pode ser a revolução que a DC precisava. Depois de anos tropeçando em reboots, tentativas e ideias jogadas ao vento, parece que finalmente temos um ponto de partida digno.

Só esperamos que a Warner não estrague tudo como sempre fez anteriormente. Já passou da hora de seguir uma linha narrativa consistente e confiar no próprio universo. Que esse seja o primeiro passo de uma longa e boa caminhada.


Spoilers

A partir daqui, temos spoilers, se você ainda não viu Superman (2025), pare por aqui. Sério. A partir de agora, vamos comentar detalhes "secretos" do filme.
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Muito se especulou sobre a participação de Bradley Cooper como a voz de Jor-El. Mas não é só a voz, o que ninguém esperava é que ele apareceria em carne e osso. Em uma mensagem holográfica na Fortaleza da Solidão, vemos Cooper caracterizado com um visual que remete muito à versão de Marlon Brando no clássico de 1978. Ficou bonito de ver. Uma homenagem elegante, nostálgica e cheia de peso dramático.

Quem também deu as caras, de forma totalmente inusitada, foi Milly Alcock, a futura Supergirl do novo DCU. E não, ela não entra voando, nem salvando o dia. Ela aparece bêbada, festeira e sem filtros, num momento que mais parece um pós-balada galáctico do que a introdução de uma heroína. A cena acontece dentro da Fortaleza da Solidão, já no final do filme, quando Superman está “descansando”. Ela é a dona do Krypto e foi buscar seu pet! Essa versão da Kara Zor-El promete ser diferente de tudo o que já vimos e a prévia já planta a semente do que virá no filme solo dela, que está em produção sob os cuidados de James Gunn.

O Ultraman que apareceu no filme como principal rival, é na verdade um clone criado pela LuthorCorp para bater de frente com Superman. Muitos estão dizendo que esse Ultraman se tornará no futuro o vilão Bizarro. Vamos aguardar.

Outro momento que aquece o coração dos fãs mais antigos é a revelação da Sala da Justiça sendo exatamente como nos desenhos dos Superamigos. A arquitetura, o formato, a entrada, tudo igual. É ali que Sr. Incrível, Mulher-Gavião e Guy Gardner estão baseados durante o filme. Um verdadeiro fan service nostálgico, mas que se encaixa perfeitamente no novo tom do universo. Essa base já serve como prelúdio da futura Liga da Justiça. Ja imaginei no futuro um filme com todos os heróis, com o nome Super Friends, com Flash, Batman e Mulher Maravilha.

O filme teem duas cenas pós créditos, mas sem nenhuma importância. A primeira, mostra Superman e Krypto na lua, sentados, admirando a Terra. Nada diferente do que já foi mostrado em poster. A segunda, uma conversa entre Superman e Sr incrível, desnecessária também. Só mais um momento descontraído entre os dois.
Talvez o objetivo tenha sido só manter a tradição das cenas pós créditos sem entregar demais. Fica no ar.


Concluindo....

No fim das contas, Superman (2025) não é só o recomeço de um herói, é o renascimento de uma esperança para o universo DC nos cinemas. James Gunn conseguiu equilibrar ação, emoção, humor e referências com uma direção que entende o coração dos quadrinhos. O novo DCU começa com o pé direito, trazendo um Superman mais próximo de nós, cercado por personagens carismáticos e promessas de um futuro empolgante. Se a Warner tiver coragem de seguir esse caminho sem se sabotar, talvez estejamos diante de algo grande. Pela primeira vez em muito tempo, dá vontade de acompanhar cada passo desse universo. E isso já é um feito heroico por si só.

quarta-feira, julho 09, 2025

Superman no Cinema

Com a expectativa crescendo para o lançamento do novo filme do Superman, nada melhor do que revisitar a trajetória do último filho de Krypton nas telas. Desde o charme clássico de Christopher Reeve até o vigor moderno de Henry Cavill, o azulão já viveu diversas versões que refletem não só a época em que foram feitas, mas também as diferentes visões sobre o que significa ser um herói.

A jornada começou em 1978, com Superman, dirigido por Richard Donner e estrelado por Christopher Reeve. Esse filme é um marco não apenas para o personagem, mas para todo o gênero de super-heróis no cinema. Reeve trouxe uma combinação rara de força e humanidade, equilibrando a grandiosidade de um alienígena com a vulnerabilidade de Clark Kent. A história, que vai desde a destruição de Krypton até o embate com o General Zod, estabeleceu a base para tudo que viria depois. A sequência, Superman II (1980), continuou essa tradição, aprofundando o conflito com os kryptonianos fugitivos e explorando mais a dualidade entre Clark e Superman.

Os filmes seguintes, Superman III (1983) e Superman IV: The Quest for Peace (1987), apesar de tentarem expandir o universo, sofreram com roteiros mais fracos e produção conturbada, o que prejudicou a reputação da franquia. Ainda assim, a figura de Reeve permaneceu como a personificação definitiva do herói para muitos fãs.

Após um hiato, Superman Returns (2006) trouxe Brandon Routh ao papel. O filme foi uma homenagem nostálgica aos clássicos, trazendo de volta elementos da mitologia original e tentando recuperar a aura perdida nos anos anteriores. Routh capturou a essência do personagem, mas o filme enfrentou críticas pela narrativa lenta e um vilão menos impactante, ficando no limbo entre homenagem e inovação.

A virada mais moderna veio com Man of Steel (2013), que apresentou Henry Cavill como um Superman mais sombrio e complexo. Dirigido por Zack Snyder, o filme adotou um tom mais realista e adulto, focando no dilema de um alienígena tentando encontrar seu lugar na Terra. O enredo revisitou a origem de Kal-El e a destruição de Krypton, com batalhas intensas e efeitos visuais grandiosos, embora tenha dividido opiniões pelo tom mais pesado e pela abordagem do personagem.

Em seguida, Batman v Superman: Dawn of Justice (2016) colocou Cavill em confronto com o Batman, interpretado por Ben Affleck, explorando temas como justiça, poder e medo. Apesar das críticas ao roteiro e ritmo, a química entre os personagens e as sequências de ação fizeram deste um ponto alto para os fãs do universo DC. O ápice da participação de Cavill até então foi em Justice League (2017) e sua versão estendida, Zack Snyder’s Justice League (2021), que reuniram os maiores heróis da DC em uma luta contra ameaças cósmicas, mostrando um Superman renascido e mais heroico.

É importante mencionar também uma breve, porém significativa, aparição de Cavill em Black Adam (2022). Sua participação na cena pós-créditos levantou grandes expectativas para o retorno do Superman ao Universo DC, mas infelizmente foi cortada da versão final, deixando muitos fãs frustrados e refletindo as incertezas do personagem no cinema.

Ao longo dessas décadas, o Superman no cinema se reinventou várias vezes, espelhando mudanças culturais e estéticas. Seja como símbolo de esperança ou figura trágica, o último filho de Krypton continua a voar alto na imaginação do público, preparando o terreno para novos capítulos.

Agora, com o anúncio do novo filme do Superman e a chegada de um novo ator para vestir o icônico uniforme, as expectativas estão lá no alto. Os fãs esperam uma releitura que honre o legado dos clássicos, mas que também traga frescor, profundidade e uma nova visão para o personagem, acompanhando os tempos atuais. Será uma oportunidade de reimaginar o azulão, explorando sua humanidade, suas dúvidas e sua luta eterna por justiça em um mundo cada vez mais complexo. O Multiverso do Kaka está pronto para acompanhar essa nova jornada e dividir cada passo dessa nova era do herói mais emblemático dos quadrinhos.

Mais post sobre Superman? Temos:

Christopher Reeves Story

Superman Day

Grandes Astros Superman

Top 5 Action Figures

Por que o mundo precisa de um Superman

Fiquem ligados, com a analise completa sobre o filme que estreia essa semana. Vou trazer todos os detalhes, opiniões sobre a produção e muito mais.

Look Up!

terça-feira, julho 08, 2025

Fortaleza da Solidão


No embalo da semana de estreia do novo filme do Superman, o Multiverso do Kaka abre as portas de gelo e memória para falar de um dos locais mais emblemáticos da cultura pop: a Fortaleza da Solidão. Prepare-se, porque esse é só o começo de uma série de postagens dedicadas ao azulão. O mito, o símbolo, o último filho de Krypton.

A Fortaleza da Solidão nunca foi só um esconderijo. Nem um “QG de herói”. Desde sua primeira aparição nos quadrinhos, ela carrega um peso simbólico que poucos lugares fictícios conseguem sustentar, sendo um elo entre dois mundos. É a fronteira entre o que Kal-El foi e o que Clark Kent tenta ser. Um espaço onde a nostalgia de Krypton e o peso do legado alienígena colidem com o silêncio gélido da Terra.

Já foi retratada de várias formas, de um castelo de cristal nas montanhas geladas a uma estrutura quase tecnológica flutuante em animações futuristas. No cinema, o cristal é o que mais marcou. Richard Donner fez dela um templo, um monumento ao passado de um mundo extinto. A versão de Zack Snyder seguiu um caminho mais militarizado e tecnológico. Já nas animações, como a da Liga da Justiça ou Superman: The Animated Series, ela varia entre laboratório, museu e até zoológico cósmico. Mas em todas as versões, uma verdade se mantém ali, o Superman está só.

E é nessa solidão que ele se conecta com quem realmente é. Ali, longe do barulho de Metrópolis, ele se permite ser Kal-El. Conversar com projeções de Jor-El, aprender sobre culturas perdidas, manter viva uma herança que ninguém mais no universo pode carregar. A Fortaleza é um refúgio mas também é um lembrete que não importa o quanto ele se esforce para ser humano, ele veio de outro lugar. E carrega esse outro lugar dentro dele.

Mais do que um local físico, a Fortaleza da Solidão é uma manifestação da dualidade que define o Superman. Não se trata apenas de lutar pela verdade e justiça. Trata-se de ser o último guardião de um legado extinto, de proteger não só a Terra, mas também as memórias de um povo que já não existe.

E se você parar pra pensar, aquela inteligência artificial que governa a Fortaleza, geralmente uma projeção de Jor-El, não é apenas um assistente. É praticamente uma extensão da mente kryptoniana. É um eco da ciência de Krypton, um conselheiro, um banco de dados emocional, quase um pai recriado em dados e luz. É o que ajuda Kal-El a não esquecer e o que o impede de se perder.

Brainiac, em sua forma mais pura, é a ameaça definitiva à memória. Um vilão que não destrói por prazer, mas por lógica. Para ele, preservar é o mesmo que aprisionar. Conhecimento só tem valor quando está sob seu controle absoluto. É por isso que a Fortaleza da Solidão, com todos os seus cristais de memória e ecos do passado kryptoniano, representa um alvo. Não apenas um banco de dados, mas uma rebelião contra sua filosofia de dominação. Enquanto a Fortaleza honra, Brainiac arquiva. Enquanto ela guarda para lembrar, ele engarrafa para possuir. É o confronto entre o guardião e o colecionador.

Já Lex Luthor enxerga a Fortaleza com outros olhos, os de um homem que não suporta a ideia de algo ou alguém estar acima dele. Ao longo das décadas, ele tentou invadir, sabotar, desmontar ou até usar a tecnologia da Fortaleza contra o próprio Superman. Mas sua motivação não é cósmica, e sim profundamente humana. Orgulho. 

Para Luthor, a existência da Fortaleza é uma afronta. Um lembrete de que, por mais genial que seja, sempre haverá algo que ele não pode controlar. Se Brainiac representa o perigo da razão fria, Lex é o aviso sobre o que acontece quando o ego humano encontra poder demais. Ambos ameaçam a Fortaleza por razões distintas, mas com um mesmo resultado, mostrar que até o último refúgio do Superman pode sangrar.

A Fortaleza da Solidão, no fundo, é o lugar onde o Superman vai pra lembrar quem ele é e pra garantir que o mundo também não esqueça.




segunda-feira, julho 07, 2025

Jurassic Park: Uma Jornada em Seis Filmes

Do parque dos dinossauros à ameaça global: relembramos os principais acontecimentos da franquia que marcou gerações


Se existe um som capaz de te transportar direto pra infância é aquele rugido do T-Rex seguido pela trilha épica de John Williams. Desde 1993, a franquia Jurassic Park / World vem misturando ciência, ambição, caos e nostalgia com uma fórmula tão simples quanto perigosa: “Vamos trazer dinossauros de volta à vida. O que pode dar errado?

Com seis filmes já lançados e um novo a caminho (Jurassic World: Rebirth), resolvemos revisitar cada capítulo dessa aventura jurássica. De Ilha Nublar a dinossauros soltos no planeta inteiro, prepare-se para uma viagem cheia de DNA antigo, fugas desesperadas e decisões corporativas absolutamente burras.

Jurassic Park (1993)

Direção: Steven Spielberg
Elenco: Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenborough
O início de tudo. O bilionário John Hammond cria um parque com dinossauros clonados, mas a visita de especialistas para aprovar a abertura comercial termina em desastre. Quando os sistemas falham e os dinossauros escapam, começa uma luta por sobrevivência.
É o filme com o T-Rex na chuva, os Velociraptores na cozinha e a trilha sonora que arrepia até fóssil. Um clássico absoluto.
Destaques: A primeira aparição dos dinossauros, o copo d’água tremendo, a frase “A vida encontra um meio”.



O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997)

Direção: Steven Spielberg
Elenco: Jeff Goldblum, Julianne Moore, Vince Vaughn
Quatro anos depois, descobrimos que existe outra ilha (Sorna), onde os dinossauros foram criados. Ian Malcolm volta à cena para resgatar sua namorada, que está pesquisando os animais soltos por lá. A situação piora quando caçadores tentam capturar espécies e um T-Rex é levado para San Diego.
Tem ação urbana e crítica ambiental, mas é lembrado mesmo pela confusão com o dino na cidade.
Destaques: T-Rex solto nos EUA, ataque na grama alta, Malcolm como protagonista sarcástico.


Jurassic Park III (2001)

Direção: Joe Johnston
Elenco: Sam Neill, Téa Leoni, William H. Macy
Dr. Grant é enganado para voltar à Ilha Sorna e ajudar um casal a encontrar o filho desaparecido. O filme apresenta o Spinosaurus, que derrota o T-Rex logo de cara, gerando revolta em meio planeta.
Mais direto, com menos discurso e mais fuga. É o mais “sessão da tarde” da trilogia clássica.
Destaques: Spinosaurus, os pterossauros, o celular tocando dentro do dino.



Jurassic World (2015)

Direção: Colin Trevorrow
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard
O parque virou realidade, agora como resort de luxo. Mas o público se acostumou com dinossauros e a administração decide criar um híbrido mais “radical”: o Indominus Rex. A criatura escapa (óbvio) e o parque entra em colapso.
Chris Pratt treina Velociraptores e a nostalgia bate forte com o retorno do T-Rex como salvador.
Destaques: Parque funcionando, Indominus Rex, Blue (a Raptor inteligente), visual moderno.


Jurassic World: Reino Ameaçado (2018)

Direção: J.A. Bayona
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall
A ilha está prestes a explodir por causa de um vulcão. Os protagonistas tentam salvar os dinossauros, mas acabam presos numa conspiração de leilões e experimentos genéticos. Surge o Indoraptor, ainda mais assustador.
No fim, os dinos são libertados no mundo real. A fronteira entre “parque” e “civilização” foi rompida.
Destaques: Vulcão em erupção, mansão com dinossauros, final apocalíptico.


Jurassic World: Domínio (2022)

Direção: Colin Trevorrow
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum
O elenco clássico retorna para ajudar a resolver uma crise global, dinossauros soltos por todos os continentes. Clonagem, mercado negro, gafanhotos alterados geneticamente e mega corporações se misturam num filme que tenta encerrar tudo.
É o encontro de gerações, com ação, nostalgia e um roteiro questionável e cansativo.
Destaques: Reunião dos protagonistas dos anos 90, perseguição de moto + Raptor, dinossauros vivendo entre humanos.

E vem mais por aí…

Nos cinemas desde 03 de julho de 2025, Jurassic World: Rebirth promete iniciar uma nova fase da franquia. O que nos espera? Mais dinossauros? Novos protagonistas? Uma tentativa de reconstruir a ordem ou aceitar que agora o mundo pertence aos répteis?

Uma coisa é certa: se os humanos tiverem mais uma ideia genial, os dinossauros vão fugir de novo.