segunda-feira, julho 21, 2025

Quarteto Fantastico

Eles foram os primeiros, antes mesmo dos Vingadores, X-Men ou do Homem-Aranha, a Marvel moderna nasceu com o Quarteto Fantástico. Criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1961, eles não eram apenas super-heróis com poderes incríveis, eram uma família, com todas as imperfeições, brigas, piadas internas e laços inquebráveis que isso implica. O sucesso da equipe foi tão grande que marcou o início da chamada "Era de Prata" dos quadrinhos, uma fase em que os personagens deixaram de ser apenas fantasias ambulantes e passaram a ter dilemas reais, sentimentos e personalidades complexas.

A origem do Quarteto é bem especifica. Uma expedição ao espaço para estudar raios cósmicos dá errado e transforma quatro pessoas comuns em algo extraordinário. Reed Richards, o cientista brilhante e ambicioso, ganha a habilidade de esticar seu corpo como borracha, simbolizando sua mente elástica e visão de futuro. Sua namorada, depois esposa, Susan Storm se torna a Mulher Invisível, capaz de desaparecer e gerar campos de força. Seu irmão, Johnny Storm, se transforma no Tocha Humana, um adolescente impulsivo que literalmente pega fogo, voa e solta labaredas. E o melhor amigo de Reed, Ben Grimm, vira o Coisa, uma criatura de pedra com força sobre-humana e um coração sensível escondido sob toneladas de sarcasmo e dor existencial.

Mas o que sempre diferenciou o Quarteto dos outros heróis foi o tom de suas histórias. Eles não usavam máscaras, não tinham identidades secretas e, em vez de patrulharem a cidade à noite, enfrentavam ameaças cósmicas, exploravam dimensões paralelas e brigavam como uma verdadeira família disfuncional. O prédio deles, o Edifício Baxter, era tanto uma base científica quanto um lar. Entre um ataque do Doutor Destino e uma viagem à Zona Negativa, havia espaço para discussões sobre contas de luz, paixões mal resolvidas e piadas infames do Johnny para cima do Ben.

E falando em vilões, o Quarteto teve alguns dos mais emblemáticos da Marvel. O Doutor Destino é provavelmente o maior deles. Um ditador, cientista, mago e narcisista que considera Reed Richards seu eterno rival. Há também Galactus, o devorador de mundos, e seu arauto, o Surfista Prateado, que começa como inimigo mas se torna um dos personagens mais poéticos e trágicos do universo Marvel. Outros como o Homem-Toupeira, Annihilus, Super Skrull e até os Skrulls como raça inimiga desafiaram o Quarteto em batalhas que misturam ciência, filosofia e muita porrada interdimensional.

No cinema, no entanto, a história foi menos épica. O Quarteto Fantástico teve três adaptações principais até agora: os dois filmes lançados em 2005 e 2007, com um clima mais leve e um Doutor Destino bem aquém do que ele merece; e o infame reboot de 2015, sombrio, confuso e mal resolvido. Nenhum deles conseguiu capturar a essência grandiosa, científica e familiar dos quadrinhos. Mas a esperança se renovou com o anúncio da Marvel Studios, uma nova versão vem aí, prometendo finalmente fazer jus ao legado dessa equipe que começou tudo.

O Quarteto Fantástico é mais do que superpoderes, eles são exploradores, cientistas, irmãos, um casal apaixonado, um monstro gentil. E acima de tudo, são o coração da Marvel. Porque no fim das contas, antes de qualquer batalha cósmica ou viagem no tempo, o que move o Quarteto é aquilo que move todos nós, a tentativa de encontrar nosso lugar no universo mesmo que ele esteja cheio de ameaças alienígenas e vilões com armaduras metálicas.

Quarteto Fantastico estreia dia 24 de julho nos cinemas. Já garanti minha pré dia 23. Em breve, resenha do filme.

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