Pois bem. Eu tive. Quer dizer, eu tenho.
O nome dele é Jubileu.
Jubileu Zubeldia da Silva. Mas aqui em casa, ele atende por Juju. Um T-Rex de 70 centímetros de puro charme plástico, dentes afiados de fábrica e um olhar que diz: “Sim, eu comeria aquele entregador do iFood se não tivesse me dado batata fria.”
Comprei o Juju já adulto, porque, convenhamos, ninguém quer cuidar de um T-Rex bebê chorando de madrugada. Ele chegou pelo correio numa caixa que parecia conter uma peça de carro, e desde então reina absoluto no meu quarto há quase seis meses. Quando as visitas entram, fingem que não notam. Mas notam. Sempre notam. É impossível não reparar num tiranossauro com a cabeça virada pro lado como quem avalia seu caráter.
Tem gente que coleciona livros raros. Outros têm vinhos envelhecidos, guitarras vintage, medalhas de corrida. Eu tenho o Juju. E é tudo que preciso pra manter minha sanidade e um certo medo constante de ser devorado no meio da madrugada por um brinquedo que ganha vida.
Juju já participou de longas discussões familiares sobre política (ficou calado, mas julgando). Já passou a noite no quintal, olhando pras estrelas, talvez lembrando dos velhos tempos em que era rei da Terra e não enfeite de quarto. Já pisou em cima do roteador e fez o Wi-Fi parar. Já foi modelo em fotos pro blog. E já me assustou mais de uma vez ao cair da prateleira com aquele "TUM" que faz a alma sair do corpo achando que é um Velociraptor invadindo a cozinha.
A verdade é que Juju representa algo que o cinema de hoje vive tentando alcançar e raramente consegue: encantamento puro. Quando assisti Jurassic Park pela primeira vez, o dinossauro não era apenas um animal pré-histórico, era um milagre tecnológico, um ser mitológico, um sonho vivo. E em algum lugar dentro da minha cabeça de adulto cansado, ele ainda é.
Talvez por isso eu nunca tenha deixado de acreditar que os dinossauros vão voltar um dia. E quando voltarem, quero que saibam que eu tratei bem do Juju. Alimentei, limpei o pó, protegi do sol. Fiz minha parte como humano responsável.
E se algum dia eu desaparecer misteriosamente, não procurem muito longe. Comecem pela estante.
A propósito, Jurassic World Rebirth teve lançamento oficial nos cinemas dia 03 de julho de 2025 e veremos muito o Juju no Instagram na semana de estreia.
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