Análise de Daredevil: Born Again – O retorno de Matt Murdock ao UCM - Disney Plus
Daredevil: Born Again chegou ao Disney+ em março 2025 e traz Matt Murdock, o Demolidor, de volta à ação após seu retorno em Spider-Man: No Way Home e She-Hulk. A série já começa com grandes expectativas, não só pelos fãs do herói, mas também por ser uma das maiores apostas da Marvel para expandir o Universo Cinematográfico Marvel (UCM) na televisão.
A trama gira em torno de Matt Murdock, o advogado cego com habilidades sobre-humanas, que busca equilibrar sua vida como defensor de Nova York enquanto enfrenta seu maior inimigo: Wilson Fisk, o Rei do Crime. A história explora temas de redenção, identidade e as consequências de viver uma vida dupla.
O enredo da série se baseia no famoso arco dos quadrinhos Born Again de Frank Miller, no qual Matt Murdock vê sua vida desmoronar após a revelação de sua identidade secreta. Mas, em vez de focar apenas na parte de super-herói, Born Again investe em um lado mais humano e dramático, mostrando as dificuldades de Matt para manter sua vida equilibrada enquanto enfrenta os desafios de seu trabalho e sua missão como Demolidor.
A volta de Frank Castle, o Justiceiro, promete trazer uma nova dinâmica para o UCM. Jon Bernthal reprisa seu papel como Frank Castle, e sua interação com Matt Murdock tem gerado muita expectativa, principalmente por ser uma colaboração tensa entre dois heróis com moralidades diferentes.
Em termos de estilo, a série mantém o tom sombrio e realista que fez sucesso na primeira versão de Daredevil, mas com uma abordagem mais ampla, adaptando a narrativa ao vasto Universo Marvel. As cenas de ação são bem coreografadas, especialmente as sequências de luta, que continuam a ser um dos maiores destaques da franquia.
Além disso, o retorno de Vincent D'Onofrio como Wilson Fisk é uma das maiores surpresas, com o Rei do Crime agora envolvido em uma trama política ainda mais complexa, com uma perspectiva de poder e vingança que promete mexer com os sentimentos de Matt.
Em termos de personagens, a série oferece uma boa expansão de quem são seus principais vilões e heróis. Cada episódio apresenta um pouco mais sobre seus passados e motivações, criando uma narrativa envolvente e cheia de camadas emocionais.
Em resumo, Daredevil: Born Again é uma série que, até agora, promete ser uma das mais envolventes do UCM, misturando drama, ação e, claro, aquele toque de realismo que conquistou fãs desde a série original. É uma boa adição para os fãs de quadrinhos e da Marvel que procuram algo mais sombrio e intenso no meio do crescente catálogo de super-heróis.
Agora, com os episódios saindo semanalmente, a cada nova entrega, temos a chance de observar o crescimento e as mudanças dos personagens e da trama, tornando cada análise uma jornada única.
Episódios
A série Daredevil: Born Again é dividida em 9 episódios, e com o ritmo de lançamento semanal, cada episódio é uma nova oportunidade para discutir mais profundamente as ações dos personagens, seus conflitos e reviravoltas. Como todos sabem, sou fã do Demolidor e fiz uma breve analise de cada uma dos episódios, com spoilers, todos já disponíveis do DISNEY PLUS.
Episódio 1: Meia Hora do Céu
Caralho, quinze minutos de episodio e já ta tudo fudido. Foggy morto pelo Mercenário e este, quase morto pelo Matt. Fora a luta insana entre os dois e que cena meus amigos. E que tristeza, logo de cara assim, uma tragedia. Foggy era um personagem secundário mas era o melhor amigo de Matt.
Após um salto temporal de um ano, vemos um Matt Murdock diferente. Ele desistiu de atuar como Demolidor, atormentado pela culpa e pelo luto. Enquanto isso, Wilson Fisk, sobrevivendo a uma tentativa de assassinato, retorna ao cenário público como uma figura política influente, disputando a prefeitura de Nova York. Sua esposa, Vanessa, assume um papel importante nos negócios criminosos, consolidando sua posição no submundo.
O episódio culmina em um encontro tenso entre Matt e Fisk em uma lanchonete. O diálogo entre os dois é carregado de subtextos e ameaças veladas, estabelecendo o tom do que está por vir. Esse primeiro capítulo deixa claro que a nova fase do Demolidor será marcada por perdas profundas, dilemas morais e uma nova guerra contra o crime em Nova York.
Episódio 2: Ótica
No segundo episódio de Demolidor: Renascido, Matt Murdock tenta seguir sua vida como advogado após abandonar o manto do Demolidor, ainda lidando com as perdas de Foggy e Karen. Enquanto Wilson Fisk, agora prefeito de Nova York, manipula a cidade a seu favor, Matt assume a defesa de Hector Ayala, o Tigre Branco, acusado injustamente de matar um policial. Com a crescente tensão e a postura anti-vigilantismo de Fisk, Matt se vê dividido entre seu compromisso com a justiça nos tribunais e a necessidade de voltar às ruas como o Demolidor.
Detalhe para ultima cena do episodio, quando Matt se vê obrigado a agir contra dois policiais corruptos, que tentaram matar a única testemunha que pode inocentar Hector. Luta brutal que vale o episódio. Gritei junto com o Matt. Essa serie é muito melhor que a da Netflix.
Episódio 3: A Palma da Sua Mão
Matt Murdock intensifica sua defesa de Hector Ayala, o Tigre Branco, tentando provar sua inocência no tribunal. Durante o julgamento, ele revela a identidade heroica de Hector para reforçar sua credibilidade, conseguindo sua absolvição. No entanto, a vitória dura pouco, pois Hector é assassinado no final do episodio por um atirador desconhecido deixando Matt e a cidade em choque. (Vou segurar um pouco o restante do spoiler aqui).
Episódio 4: Sic Semper Sistema
O ponto alto do episódio é, sem dúvida, o reencontro entre Matt Murdock e Frank Castle. Em um diálogo intenso e carregado de tensão, os dois trocam farpas sobre justiça, moralidade e os limites da violência. Castle, agora ainda mais brutal e impiedoso, desafia a visão de mundo de Matt, colocando em xeque sua crença de que é possível combater o crime sem cruzar certas linhas. A cena não apenas marca o retorno definitivo do Justiceiro, mas também reacende o embate ideológico entre os dois. Louco esperando pra ver o justiceiro em ação novamente.
No episodio também vimos de relance o vilão Muse, mas não mostrou nada de detalhes. Não faço ideia quem seja, mas parece um sequestrador de pessoas e que cria obras de artes macabras com elas.
Episódio 5: Com Juros
O quinto episodio é basicamente um roubo a banco e foge do restante da historia contada até aqui. O objetivo aqui é inserir mais uma vez o Demolidor no UCM. Nesse episodio vimos o pai da Kamala Khan, a Ms. Marvel, Yusuf interagindo com Matt durante o assalto ao banco. É somente isso e nada mais no episódio.
Episódio 6: Força Excessiva
Matt Murdock volta a vestir o manto do Homem Sem Medo para enfrentar Muso, um assassino em série que aterroriza Hell’s Kitchen. A investigação o leva ao desaparecimento de Angela Ayala, sobrinha do vigilante Tigre Branco, e ele decide agir sozinho para resgatá-la.
Enquanto isso, Wilson Fisk aproveita o caos causado por Muso para fortalecer sua influência política e lança uma força-tarefa contra vigilantes, consolidando seu controle sobre a cidade. O episódio culmina em um combate brutal nos túneis do metrô, onde Matt enfrenta Muse e encontra Angela ainda viva. Ferido, mas determinado, ele reafirma sua identidade como Demolidor, enquanto Fisk continua manipulando os eventos nos bastidores, preparando o terreno para os próximos conflitos.
Episódio 7: Arte Pela Arte
Muso, um dos vilões da serie e assassino em série perturbador que transforma suas vítimas em peças de arte, vai atras da psicóloga Heather, envolvida emocionalmente com Matt, se vê ligada ao criminoso por meio de seu paciente Bastian, descobrindo da pior maneira que ele é o assassino.
Graças a intervenção do Demolidor, a psicóloga é salva, o que rende um baita confronto entre os dois personagens, culminando com a morte do assassino.
Enquanto isso, Fisk amplia sua influência com movimentos cada vez mais autoritários, deixando claro que sua ascensão ao poder está longe de ser apenas política. Matt fica diante de dilemas morais cada vez mais complexos, enquanto a linha entre justiça e loucura começa a se desfazer.
Episódio 8: Ilha da Alegria
Fisk conta a Vanessa sobre Adam. Matt descobre que Fisk é paciente de Heather. A narrativa se aprofunda nas complexas relações entre os personagens, culminando em um confronto inesperado durante um baile de gala organizado por Fisk.
Este episódio é marcado por reviravoltas significativas, incluindo revelações sobre o envolvimento de Vanessa Fisk em eventos anteriores e o sacrifício de Matt Murdock ao proteger seu arqui-inimigo de um ataque iminente. Talvez até aqui, o melhor episodio da serie. Me senti lendo um HQ do Demolidor.
Episódio 9: Direto Para o Inferno
A temporada se encerra com um clima tenso e explosivo, trazendo confrontos intensos e revelações que mudam o jogo. Matt Murdock se vê forçado a se aliar a Frank Castle, o Justiceiro, para enfrentar a corrupção enraizada no sistema, enquanto Wilson Fisk, impõe uma lei marcial que transforma a cidade em um estado autoritário.
Karen Page retorna em um momento crucial. O episódio entrega ação brutal, dilemas morais e o prenúncio de uma guerra urbana, com Fisk consolidando seu poder e o Demolidor preparado para enfrentar as consequências de um sistema corrompido até a alma. Justiceiro rouba a cena no episodio e mostra a força do personagem, deixando claro que precisa de uma serie só dele pela Disney.
Acabou. E agora?O início deste post foi escrito enquanto eu assistia aos primeiros episódios, acompanhando a série conforme os capítulos iam sendo lançados, episódio por episódio. Agora, depois de ter assistido à temporada inteira, chegou a hora da conclusão. A série é realmente boa? Valeu a pena? Surpreendeu? Essas são as perguntas que ficam e sim, temos algumas respostas.
E agora que os créditos do último episódio subiram, posso dizer sem medo: Demolidor: Renascido não só valeu a pena, como trouxe de volta algo que eu achava que a Marvel tinha perdido: coragem narrativa. A série é densa, madura, cheia de camadas. Não se contenta em ser só mais um produto no catálogo da Disney+. Ela quer dizer alguma coisa. E consegue.
Vários episódios passam a sensação de terem saído direto das páginas dos quadrinhos do Demolidor. E isso é um baita ponto positivo. A fotografia escura, os diálogos intensos, os conflitos internos do Matt e até mesmo a violência estilizada... tudo grita HQ, do jeitinho que os fãs gostam. É como se a série finalmente tivesse entendido que o Demolidor funciona melhor quando abraça sua essência urbana, crua e trágica.
Tem seus tropeços, claro. Algumas barrigas aqui e ali, personagens que poderiam ser melhor aproveitados, e aquela sensação de que a coisa estava esquentando de verdade só lá pro sexto episódio. Mas quando engrena, entrega uma história que respeita o personagem, honra os quadrinhos e ainda tem espaço pra construir algo novo. A presença do Justiceiro foi um presente pra quem curte tensão moral, e Fisk, como sempre, rouba a cena com um D’Onofrio mais afiado do que nunca.
E sim, se você me perguntar se é melhor do que a versão da Netflix, vou dizer que sim. Porque essa série entende que o Demolidor é mais do que o herói que sai no soco no beco escuro – ele é um símbolo. Um homem falho, mas com um senso de justiça inabalável, mesmo quando tudo ao redor parece desmoronar. E isso, meu amigo, está mais vivo do que nunca aqui.
Se a Marvel seguir por esse caminho, tem ouro nas mãos. Que venha a segunda temporada. E que Hell’s Kitchen continue sendo o inferno de heróis que a gente tanto ama.
E só pra finalizar, vi diversas críticas de um bando de gente que nunca leram uma HQ do Demolidor ou que viram a serie da Netflix. Pessoas reclamando, o que sinceramente, me irrita, todos esperando outros personagens aparecerem no final, esperando o tal fan service. A série foi rodada há mais de um ano atrás e nem sabiam que teriam a segunda temporada, nem quem vai participar. Atualmente estão em filmagens.
O problema é que muitos desses críticos não entendem a essência do personagem, não sabem o que é viver em Hell's Kitchen, lutar por justiça quando as opções são escassas. Demolidor não é só soco e ação desenfreada, é um drama humano, uma história de falhas e redenção. Mas claro, é mais fácil criticar sem saber nada sobre a construção do personagem, esperando que o herói se torne apenas mais uma peça de fan service pra agradar quem nunca sequer leu um quadrinho de verdade ou segue o personagem por anos.
"Isso não é fã. Vai assistir Arrow ou Flash, que é mais sua praia."
OBs: Tive que alterar os xingamentos pelo politicamente correto.
Nos vemos no próximo post!