segunda-feira, abril 21, 2025

Analise do Filme Aqui

Here (Aqui) 2024
Direção: Robert Zemeckis

O cinema adora brincar com o tempo, mas poucos filmes ousam fazer isso de uma maneira tão única quanto Here (Aqui), dirigido por Robert Zemeckis. Baseado na graphic novel de Richard McGuire, o longa desafia a lógica tradicional da narrativa ao contar a história de um único lugar ao longo de milênios, atravessando épocas e personagens de forma não linear. O resultado? Um exercício cinematográfico ambicioso que nem sempre acerta, mas que definitivamente merece atenção.

Diferente de narrativas convencionais que seguem personagens e suas jornadas, o filme se passa inteiramente dentro de uma sala de uma casa. Sim, um único ambiente, que ao longo do filme testemunha incontáveis mudanças: da pré-história até o futuro distante. Os moradores vêm e vão, cada um deixando sua marca, enquanto o tempo passa de forma fluida, sem seguir uma linha cronológica fixa. O conceito é fascinante, lembrando um quebra-cabeça onde cada peça traz uma nova camada de emoção e contexto.

Se há algo que chama atenção além da premissa, é a tecnologia utilizada no filme. Tom Hanks e Robin Wright, que voltam a trabalhar com Zemeckis desde Forrest Gump, interpretam seus personagens em diferentes fases da vida através de rejuvenescimento digital. A ideia é inovadora, mas levanta questionamentos sobre a naturalidade das atuações. Em alguns momentos, a técnica convence, mas em outros, a sensação de estranheza tira parte da imersão.

A forma como o tempo é apresentado no filme pode ser tanto seu maior trunfo quanto sua maior fraqueza. Enquanto a ideia de mostrar eventos desconectados dentro do mesmo espaço é intrigante, a execução pode ser cansativa para alguns espectadores. O filme exige atenção total, já que cenas aparentemente banais podem se conectar minutos (ou séculos) depois. Isso pode afastar quem prefere uma estrutura mais convencional, mas agrada quem gosta de narrativas desafiadoras.

"Aqui" não é um filme fácil. Ele brinca com as expectativas do público e desafia a forma como percebemos o tempo e a memória. Apesar das críticas mistas e da tecnologia de rejuvenescimento que nem sempre funciona perfeitamente, é um filme que merece ser assistido, nem que seja pelo seu conceito ousado. Se você gosta de narrativas não lineares e está disposto a embarcar em uma jornada mais experimental, vale a pena dar uma chance.

Até a próxima!

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