O São Paulo perdeu a última faísca de dignidade que tinha no banco
Foi o velho combo brasileiro de sempre: elenco descompromissado, preparo físico de pelada de fim de ano, dirigentes omissos e uma torcida organizada que se acha diretoria. Pronto. Tá aí o que derruba técnico bom no Brasil.
Luis Zubeldía não foi apenas mais um. Ele entendeu o São Paulo, vibrava, sentia, parecia torcedor de arquibancada. Um técnico com alma, o que hoje é raríssimo.
Mas no país onde o jornalista medíocre tem mais voz que o treinador no vestiário, onde jogador faz corpo mole porque o banco virou spa e onde a torcida organizada vive de vaquinha pra ônibus e acha que manda no clube, não tem milagre.
Agora, em breve, anunciam a volta do Crespo.
Sim, o mesmo Crespo que na última passagem entregou o time na UTI e precisaram chamar Rogério Ceni pra limpar o quarto e tentar salvar a vida do paciente.
Torcedor vai pagar pra ver. E depois vai chorar pedindo Zubeldía de volta. Mas aí, meu caro, ele já vai estar em outro clube. Um que dê condições, que respeite o trabalho, que tenha jogadores profissionais em campo e não gente que cansa no intervalo.
Zubeldía vai ser campeão da Libertadores muito em breve.
E a gente aqui, com técnico de grife, vendo reprise de 2005 e chorando de saudade.
Sigo apoiando, mas com raivas e revoltas no coração.