Nos últimos dias, uma nova narrativa tem ganhado força em certos círculos políticos e redes sociais: a de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, estaria supostamente tentando fechar o Congresso Nacional. A afirmação, no entanto, carece de qualquer fundamento real e é mais um exemplo clássico de desinformação que alimenta o debate tóxico e confuso na política brasileira.
De onde surgiu essa história?
A fake news vem sendo impulsionada principalmente por grupos bolsonaristas nas redes sociais, em vídeos, mensagens de WhatsApp e publicações em canais alternativos de comunicação. A narrativa é simples: Moraes estaria concentrando poder demais, censurando parlamentares e agora, planejando o fechamento do Congresso.
Porém, não há qualquer declaração oficial, proposta, ato ou indício de que Alexandre de Moraes tenha sequer sugerido essa possibilidade. Muito pelo contrário: o STF tem reiterado publicamente o compromisso com a Constituição e a separação entre os Poderes.
Por que essa mentira ganha força?
A resposta está na estratégia política. Em tempos de tensão institucional, a desinformação se torna uma arma poderosa. Inventar que o ministro quer fechar o Congresso serve a um duplo propósito: criar pânico e desacreditar o Judiciário. É uma forma de transformar Moraes em inimigo da democracia uma ironia, considerando que as instituições que o acusam falsamente são as mesmas que, por vezes, flertaram com discursos golpistas no passado recente.
O papel da desinformação na polarização
Essa não é a primeira vez que o ministro Alexandre de Moraes é alvo de campanhas coordenadas de desinformação. Desde que assumiu a relatoria dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, ele se tornou figura central na defesa da institucionalidade democrática, o que desagradou muitos setores extremistas.
O ataque ao STF e ao Congresso por meio de mentiras serve à narrativa de que o país vive uma "ditadura da toga", conceito popularizado sem base jurídica ou factual. O objetivo? Inflamar uma base já radicalizada e promover rupturas institucionais.
O que dizem os fatos?
- Não há projeto, ação ou fala pública de Moraes indicando qualquer plano para fechar o Congresso.
- O STF segue atuando dentro dos limites constitucionais.
- As investigações conduzidas por Moraes têm como foco crimes contra o Estado Democrático de Direito, incluindo tentativas de golpe e campanhas de desinformação.
- O Congresso Nacional continua funcionando normalmente, com total liberdade legislativa.
Conclusão: não se trata de opinião, mas de fatos
A mentira sobre o fechamento do Congresso é mais uma engrenagem na máquina de fake news que tenta enfraquecer a democracia brasileira. A liberdade de expressão não pode ser confundida com o direito de espalhar desinformação.
Cabe a todos, cidadãos, comunicadores e plataformas, a responsabilidade de verificar os fatos antes de compartilhar informações. Num país onde a democracia ainda é jovem e frágil, proteger a verdade é proteger o futuro.
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