terça-feira, maio 06, 2025

Thunderbolts

Thunderbolts
Jake Schreier


Às vezes o mundo não precisa de heróis reluzentes. Precisa de quem esteja disposto a se sujar. Precisa de quem já tenha errado tanto que salvar o dia pareça mais um castigo do que uma missão. Thunderbolts, é provavelmente, o melhor filme da Marvel dessa ultima fase. O que realmente não seria muito difícil de conquistar esse titulo, já que as produções anteriores não foram boas. Esse filme é sobre um time de peças soltas, fragmentadas, deslocadas, tentando funcionar juntas antes que tudo exploda. Literalmente.

Aqui, a ideia de grupo é mais próxima de uma cela de presídio do que de uma sala da Torre dos Vingadores. Yelena Belova, Bucky Barnes, Agente Americano, Guardião Vermelho, Fantasma e Treinadora são uma equipe formada por traumas, não por ideais. São soldados remendados, ex-assassinos, pessoas manipuladas pelo sistema que agora são convocadas para servir esse mesmo sistema em operações que não caberiam no noticiário da noite. Quem comanda tudo é Valentina Allegra de Fontaine, a nova cabeça pensante por trás de manobras cinzentas da CIA, alguém que claramente sabe onde esconder corpos e segredos.

O filme é dirigido por Jake Schreier, que acerta ao não tentar emular a grandiosidade épica dos Vingadores. Aqui, tudo é mais sujo, mais tenso, mais incômodo. E não porque os efeitos são menores ou a produção mais econômica. Mas porque o foco está onde deveria estar: nos dilemas morais, nas rachaduras dos personagens, nas escolhas que nunca são simples.

Tem também o Sentry, o tal Bob Reynolds. Um dos seres mais poderosos do universo Marvel. Um herói que carrega dentro de si uma entidade destrutiva. Literalmente o bem e o mal dividindo o mesmo corpo. Nada mais simbólico para um filme onde ninguém é inteiramente confiável e onde o salvador da equipe pode ser também sua ruína.

A partir daqui: SPOILERS

A Marvel entrega aqui um filme diferente. Mais contido. Mais psicológico. E com uma surpresa que deixa qualquer fã de quadrinho maluco: o tal asterisco no título, que era motivo de piada e especulação, revela-se no final como um anúncio oficial. A equipe passa a se chamar Os Novos Vingadores. Como se a Marvel dissesse: esses aí são os heróis que temos. Talvez não os que queremos. Mas os que sobraram.

É uma proposta ousada, que prepara terreno para o futuro do MCU com mais maturidade e menos fórmulas prontas. O multiverso ainda é uma ameaça pairando, como sugere a cena pós-créditos com a chegada do Quarteto Fantástico. Mas por enquanto, o mundo precisa ser salvo por quem ainda está tentando se salvar de si mesmo.

Thunderbolts é sobre redenção. Sobre controle. Sobre identidade, mas acima de tudo, sobre o peso de continuar lutando quando o mundo já te deu como perdido.

Os próximos filmes da Marvel prometem:
Teremos o grande desfecho da conturbada saga multiversal com Quarteto Fantástico, Spiderman 4 e os dois filmes dos Vingadores, Avengers Doomsday e Guerras Secretas. Ansioso pra ver isso!

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